Como no mesmo local, subsistem duas denominações antagónicas, Praça do Príncipe Real, futuro Rei D. Pedro V, e, Jardim França Borges, jornalista republicano.
Inspirado no modelo romântico inglês, é de destacar o monumental e secular "cedro-do-Buçaco", ex-libris do jardim com mais de 20 metros, e os palacetes envolventes, testemunhos da Lisboa romântica do séc. XIX. É também desta época o Reservatório da Patriarcal construído no seu subsolo, pertencente ao Museu da Água da EPAL.
Acolhe ainda a Feira de Antiguidades, Velharias e Artesanato, que se realiza no último sábado do mês e segunda feira seguinte.
Praça do Príncipe Real, foto de Judah Benoliel, in a.f. C.M.L.
Levantamento topográfico de Francisco Goullard nº 245
Planta referente à praça do Príncipe Real. Inclui o estado da praça em Novembro de 1890, in A.M.L.
Praça do Principe Real antes do ajardinamento,fotógrafo ni, finais sécXIX, in a.f. C.M.L
"Palacete neoárabe, de planta retangular, com 3 frentes, duas delas articuladas, entre si, por meio de corpo com perfil em ângulo boleado, e alçado posterior articulado com jardim. De 3 pisos, o edifício apresenta panos de muro em reboco pintado animados pela abertura de vãos em arco em ferradura com emolduramentos em cantaria, a ritmo regular. Interior dominado pelos eixos definidos pelo vestíbulo e caixa das escadas, e esta e pátio interior, não só enquanto principais espaços de aparato mas também de organização e distribuição da compartimentação interna, caracterizada por espaços rectangulares contíguos a 3 dos alçados" in http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=15322
Praça do Príncipe Real, foto de Francesco Rocchini, in a.f. C.M.L
"Palacete neoclássica, de planta rectangular, de dois pisos, com cobertura alteada em mansarda. Com duas frentes, estando a fachada principal voltada á via pública e a posterior articulando-se com jardim. Fachada principal composta por três corpos, destacando-se o central, pelo rasgamento de três grandes portas, a introdução de varanda corrida, jogo de pilastras alternando com os vãos e remate em balaustrada. Corpos laterais simétricos. Utilização de linguagem clássica, de grande sobriedade decorativa, concorrendo para um edifício de linhas harmónicas e austeras, dentro de uma tradição de arquitectura privada lisboeta que remonta ao séc. 17." in http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=14398
Palácio dos Anjos, foto de Arnaldo Madureira, 1960, in a.f. C.M.L.
Jardim do Príncipe Real, o cedro,foto de Joshua Benoliel, in a.f. C.M.L.
Praça do Príncipe Real. 1965, foto de Armando Seròdio, in a.f. C.M.L.
Biblioteca Municipal ao ar livre,1939. foto de Eduardo Portugal, in a.f. C.M.L.
Largo do Rato "Este lugar nasceu no cruzamento de vários caminhos que faziam o escoamento do trânsito da cidade. Além da antiga Cotovia, agora Escola Politécnica, ali entroncavam também o Salitre, proveniente das Hortas de Valverde e Rua das Pretas, o caminho de São Bento, que nascia na Boavista, junto ao rio, a estrada de Campolide, hoje rua das Amoreiras e, por fim, duas estreitas azinhagas que levavam uma ao alto de Campo de Ourique, a actual rua do Sol, e outra aos terrenos da quinta dos padres do Oratório. O nome desta zona tem origem na alcunha que popularizou o esquecido patrono do Convento Trino, que domina o largo, e até finais do século XIX o único edifício de características nobres. Em 1621, Manuel Gomes de Elvas, influente cristão-novo de Lisboa, ali fundou um convento para Senhoras da Ordem da Santíssima Trindade, o primeiro desta Ordem em Lisboa. Depois da sua morte continuou a ser apadrinhado pelos seus descendentes, um deles, Luís Gomes de Sá e Meneses, tinha por alcunha “o Rato”, alcunha que se apegou ao convento e estendeu-se ao largo fronteiro. O edifício, que hoje se vê, foi profundamente alterado ao longo dos tempos e, entre 1881-85 – depois da extinção dos conventos –, sucessivamente adaptado para outros fins. A construção do Aqueduto tornou o lugar mais procurado, e a consequente abundância de água permitiu a instalação de algumas indústrias como a “Real Fábrica das Sedas”, a “Real Fábrica de Loiça do Rato”, e a inauguração, em 1744, do chafariz na esquina com a rua da Escola Politécnica. Em 1781 Luís José de Brito, “Contador do Real Erário e tesoureiro das contribuições para a superintendência das obras das Águas Livres”, construiu uma enorme casa-nobre com dois pisos: o inferior com janelas de peito, o segundo de sacadas e, ao centro, um enorme portal de acesso sustenta um janelão com varanda, ao gosto da época. Depois da morte de Brito o palácio foi comprado pelo barão de Quintela. Aqui viveu a sua filha D. Maria Gertrudes e o marido, 4º conde da Cunha. Neste palácio se deram as festas mais badaladas da Lisboa cabralista. Em 1839, a casa é aumentada à custa da fábrica de loiça e os donos mandam construir uma capela, hoje mais conhecida por “capela do Rato”, onde se realizou a célebre vigília contra a guerra colonial nos dias 30 e 31 de Dezembro de 1972. Em 1876, os problemas financeiros dos marqueses de Viana obrigam à alienação do palácio, sendo adquirido pelo visconde de Monforte. Até à sua venda ao Partido Socialista foi propriedade dos marqueses da Praia e Monforte. Só nos finais do século XIX o velho largo, cujo crescimento não tinha merecido qualquer atenção por parte das autoridades, conhece alguma disciplina urbana mantendo o seu carácter de largo de cruzamento de caminhos. Abriu-se a rua Alexandre Herculano, ligando o local à avenida Liberdade, cerca de 1930 cortou-se a avenida Pedro Álvares Cabral, ligando à Estrela, e depois a rua de D. João V. Numa tentativa de homenagear a República dos Estados Unidos do Brasil, a jovem República Portuguesa tentou mudar-lhe o nome para Praça do Brasil, esforço inglório. Não obstante o total desconhecimento do “Rato”, patrono do convento Trino, os lisboetas resistiram à mudança toponímica"
Largo do Rato foto de Judah Benoliel, in a.f. C.M.L.
Obras no Largo do Rato, 1935, foto de Eduardo Portugal, in a.f. C.M.L.
Obras no Largo do Rato, 1935, foto de Eduardo Portugal, in a.f. C.M.L.
Levantamento topográfico de Francisco Goullard n 102, em Maio de 1884. Mapa que inclui o largo do Rato.
in A.M.L.
Chafariz do Rato e aguadeiros, foto de José Artur Leitao Bárcia, in a.f. C.M.L.
Chafariz do Rato, foto de Joshua benoliel 1907, in a.f. C.M.L.
in Memoria sobre chafarizes, bicas, fontes, e poços públicos de Lisboa, Belem e muitos logares do termo : offerecida á ex.ma camara municpal de Lisboa de José Sergio Velloso d'Andrade
Dona Maria Amélia Luísa Helena de Bourbon-Orleães, princesa de França, nasceu em Twickenhem, em 28 de Setembro de 1865, durante o exílio da família em Inglaterra. Dona Amélia era a filha primogénita do pretendente ao trono francês Luís Filipe, Conde de Paris, neto do último Rei de França, Luís Filipe I, e de Maria Isabel de Bourbon-Orleães-Montpensier, infanta de Espanha, filha do Príncipe Antoine D’ Orleães, Duque de Montpensier e Infante de Espanha, por sua vez filho do último Rei de França.
Retrato da Rainha Dona Amélia, 1906, foto de Joshua Benoliel, in a.f. C.M.L.
Como Rainha, Dona Amélia desempenhou um papel importante. Interessada pela erradicação dos males da época, como a pobreza e a tuberculose, fundou em 11 de Junho de 1899 o Instituto Nacional de Assistência aos Tuberculosos, assim como dispensários, sanatórios como o Sanatório para a assistência nacional aos Tuberculosos, em 18 de Maio de 1907; além de lactários populares, cozinhas económicas e muitas creches. Fundou o Instituto Pasteur em Portugal e o Instituto dos Socorros a Náufragos, em 1892.
Instituto Rainha Dona Amélia, depois Instituto Nacional aos Tuberculosos, foto de José Chaves Cruz, in a.f. C.M.L.
A Rainha Dona Amélia e o infante Dom Afonso à entrada do edifício da Assistência Nacional aos Tuberculosos, foto de Alberto Carlos Lima, in a.f. C.M.L.
Rainha Dona Amélia de visita ao Dispensário Dona Amélia, na rua Saraiva de Carvalho, foto de Joshua Benoliel, in a.f. C.M.L.
A Rainha Dona Amélia presidindo à sessão de distribuição de prémios, promovida pelo Instituto de Socorros a Náufragos, na Sociedade de Geografia foto de Joshua Benoliel, in a.f. C.M.L.
No dia 25 de Outubro de 1951, após 41 anos e 20 dias de exílio, a Rainha Dona Amélia faleceu no seu Castelo em Versalhes, aos oitenta e seis anos, em consequência de um fatal ataque de uremia, falecendo às 9h e 35m da manhã. Algumas das suas últimas palavras terão sido: “Quero bem a todos os portugueses, mesmo àqueles que me fizeram mal” e depois “Levem-me para Portugal, adormeço em França mas é em Portugal que quero dormir para sempre”. O corpo da Rainha foi embarcado na fragata Bartolomeu Dias que trouxe o féretro para Portugal e depois o corpo foi trasladado para junto do marido e dos filhos, no panteão real dos Bragança, na igreja de São Vicente de Fora. Esse foi o seu último desejo na hora de sua morte. O funeral teve honras de Estado.
Funeral nacional da rainha Dona Amélia, a embarcação de guerra, Bartolomeu Dias que transportou a urna com os restos mortais da rainha, foto de Firmino Marques da Costa in a.f. C.M.L.
Funeral nacional da rainha Dona Amélia. A igreja de São Vicente de Fora no momento da entrada do corpo a caminho do Panteão, fotos de Firmino Marques da Costa in a.f. C.M.L.