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Paixão por Lisboa

Espaço dedicado a memórias desta cidade

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Espaço dedicado a memórias desta cidade

Expropiações em Lisboa nas décadas, de 30 e 40, do séc. XX

As expropriações indirectas de utilidade pública e a administração municipal.
"Estas limitações, que na expropriação vão até à privação da propriedade, referem-se a todos os poderes do proprietário... aos poderes de uso e fruição, de transformação e disposição, referem-se tanto à propriedade mobiliária como à propriedade imobiliária...e são inspiradas nos mais variados interêsses.. Umas justificam-se com necessidades de segurança, higiene estética, outras são impostas pela vizinhança das vias de comunicação ou por motivos de carácter económico ou financeiro, outras finalmente pela necessidade de defesa do país."
in Revista Municipal,nº11

Áreas expropriadas entre 1938 e 1946.jpg

Áreas expropriadas entre 1938 e 1946, in A.M.L.


Os anos 30 marcam uma mudança na construção da cidade. Lisboa, em 1930, tinha 592.000 habitantes. Viveram-se nesta década os anos áureos do modernismo nacional. Ao lado de boas construções licenciadas por arquitectos de renome, foram edificados numerosos prédios por mestres de obra. A tradicional arquitectura de ferro e madeira foi sucedida pelo betão armado. Desenvolveu-se a zona poente do Parque Eduardo VII. No início dos anos 30 foi projectado o Bairro Azul e abriu-se a Avenida Álvares Cabral. Os seus inquilinatos eram de luxo, de rendas elevadas. Em Telheiras ergueu-se um bairro modernista de moradias pré-fabricadas. Na zona do Arco do Cego edificou-se uma bairro de moradias de luxo, obra paralela à edificação do Instituto Superior Técnico terminado em 1930, gerando a urbanização da zona. Cassiano Branco idealiza o Cine-teatro Éden (1930-37). Surgem vários cinemas na cidade, tais como o Trianon/Avis, o Lys/Roxy, o Europa e o Paris. Continelli Telmo risca a Estação Sul Sueste (1931). Procedeu-se à inauguração do Monumento aos Mortos da Grande Guerra (1931). Entre 1931-35 construiu-se o Instituto Nacional de Estatística, obra de Pardal Monteiro. Cristino da Silva elaborou planos para o Parque Eduardo VII (1932). Em 1934, foi inaugurado o Monumento ao Marquês de Pombal, na Rotunda. De 1934-36 edificou-se a Casa da Moeda. Obra marco do modernismo lisboeta foi a Igreja de Fátima, delineada por Pardal Monteiro, construída entre 1934-38. A Câmara, em 1934, lançou um concurso para regularizar a fisionomia arquitectónica do Rossio. Este houvera sido alvo de projectos de vários arquitectos desrespeitando o seu valor histórico, em nome da modernidade. A publicidade luminosa foi substituída por neóns (1934). Cassiano Branco projectou o Hotel Vitória (1936), erguido na Avenida da Liberdade. O Bairro Salazar de rendas económicas elevou-se em 1937.
Nos anos 40 sob o Ministério das Obras Públicas de Duarte Pacheco e a sua presidência da Câmara Municipal de Lisboa estabeleceu-se o Plano Gröer, incidindo na construção de radiais, circulares, viadutos, auto-estrada, aeroporto, marginal, saída Norte, abastecimento de água, áreas residenciais e equipamentos. Em 1938, Duarte Pacheco recorreu à consulta do urbanista Etiene Gröer, traçando o dito plano entre 1938-40, sendo este aprovado em 1948. Esta nova linha de intervenção acarretou a expropriação de 1/3 dos terrenos rurais da cidade. A capital tinha, em 1940, 694.000 habitantes. A grande construção deste período foi o Bairro de Alvalade (1945), englobando diversos tipos de habitação unifamiliar e prédios colectivos, complementados com escolas, jardins, centro cívico e pólo desportivo. Foram abertas as Avenidas de Roma, E. U. A., Igreja, António Augusto Aguiar e Sidónio Pais. As edificações oficiais da época obedeciam a uma monumentalidade, a uma arquitectura de cariz tradicional, sacrificando as tendências modernista da época anterior, sendo exemplo desse gosto oficial os prédios das Avenidas António Augusto de Aguiar e Sidónio Pais, da responsabilidade de Cristino da Silva. Datam desta década os bairros modestos, de rendas económicas da Encarnação (1940-43), Madre de Deus (1939-1944), Caselas (1946-49), Alto da Ajuda (1938-1940), Alto da Serafina (1933-1938), Caramão da Ajuda (1947-49), Santa Cruz de Benfica (1944-1958), Calçada dos Mestres (1940-43), destinados a uma população pequeno burguesa. Para a população de rendimento baixo, pobre adoptou-se a construção de bairros de casa desmontáveis de placas de fibrocimento, como é o caso da Boavista (1938), Quinta da Calçada (1938), e Furnas. A sua precariedade conduziu, a partir de 1945-46, aos bairros para alojamento de famílias pobres inseridos nos planos de urbanização, inicialmente com casas unifamiliares, evoluindo para prédios colectivos. Crucial, nesta época, foi a Exposição Universal do Mundo Português, em torno da qual se desenvolveu o Bairro do Restelo com moradias modestas e luxuosas e a Praça do Império, com a sua grande Fonte luminosa. O gasómetro foi retirado da zona da Torre de Belém. Foram efectuados restauros na Sé e no Castelo de São Jorge. O Plano Gröer embora se dê por concluído em 1948, na realidade foi continuado na década seguinte pelo Gabinete Técnico de Urbanização sob a orientação do engenheiro Guimarães Lobato
in http://revelarlx.cm-lisboa.pt/gca/?id=146

0189_M.jpg

Localização das propriedades com processo de expropriação ou aquisição organizados em 1947, in A.M.L.

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Arruamentos principais do plano de urbanização da cidade, in A.M.L.

 

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