"Ao Penabuquel segue-se o largo do Chafariz de Dentro. «Chafariz de Dentro», porquê? é facil a explicação. Á face d'aquelle largo, ao longo da actual rua, seguia a muralha, que, mais ou menos, lá deve vir escondida dentro do grosso d'aquellas casas todas, ao nascente e ao poente do largo. o chafariz ficava da banda interior do muro, e não da exterior...ora n'esse lanço isolado de muralha abria-se uma porta, composta de dois arcos muito chegados um ao outro, segundo se vê na estampa do Braunio, sob o nº 72, e ahi designada pelo nome de Porta do chafariz dos cavallos...vejamos o por que ao actual chafariz de Dentro se chamou dos Cavallos. Responda o insigne Damião de Goes no seu opusculo sobre Lisboa; diz elle: «Levanta-se uma fonte, ou, mais á propria, um tanque; chamam-lhe dos Cavallos porque da bocca de cavallos de bronze é que jorra a agua como ribeiro.»" in "A ribeira de Lisboa", de Júlio de Castilho, pág.s 174 e 175
Largo do Chafariz de Dentro, foto de Paulo Guedes, in a.f. C.M.L.
OLISSIPPO QUAE NUNC LISBOA, CIUITAS AMPLISSIMA LISITANIAE, AD TAGUM. de J. BRAUNIO in http://purl.pt/22208/2/
Levantamento topográfico de Francisco Goullard, nº 73, in A.M.L.
Atlas da carta topográfica de Lisboa, nº 44, in A.M.L.
Memoria sobre Chafarizes, Bicas, Fontes e Poços Públicos, 1851
Memoria sobre Chafarizes, Bicas, Fontes e Poços Públicos, 1851
Memoria sobre Chafarizes, Bicas, Fontes e Poços Públicos, 1851
Aguadeiros no chafariz de Dentro, 1907, foto de Joshua Benoliel, in a.f. C.M.L.
Chafariz de Dentro, 1899, foto de Machado & Souza, in a.f. C.M.L.
Largo do Chafariz de Dentro, 1940, foto de Eduardo Portugal, in a.f. C.M.L.
"Não faltaram, em compensação, os meios de bem encaminhar a mocidade pobre e desprotegida. O claustro era um asylo. Havia, além disso, collegios e orphelinatos, que abriam philantropica e previdentemente as suas portas á puericia desamparada. Um desses collegios foi popularissimo: o Seminario dos Meninos Orphãos, do Padre Antonio Luiz..." in "Lisbôa do passado, Lisbôa de nossos dias", pág. 130, de Gomes de Brito
Ermida da Senhora da Guia. Portal manuelino do antigo Colégio dos Meninos Órfãos, foto de José Arthur Leitão Bárcia, in a.f. C.M.L.
"1273 - fundação do primitivo Colégio para meninos orfãos, pela Rainha D. Brites, mulher de D. Afonso III; 1549 - D. Catarina fundou-o de novo e reformou-o, a instâncias do padre catalão Domence, com a designação de Colégio dos Meninos Orfãos e sob invocação de Nossa Senhora de Monserrate, destinado a albergar 30 meninos pobres que recebiam instrução que os preparava para as missões religiosas de África e do Brasil; 1570 - realiza-se a 1ª procissão de Nossa Senhora da Senhora da Saúde, cuja imagem se guardava no Oratório do Colégio; 1661 - a imagem de Nossa Senhora da Saúde é transferida para a então capela de São Sebastião, que lhe ficava quase defronte, a partir de então designada por Capela de Nossa Senhora da Saúde; sé. 17 - toma o nome de Colégio de Jesus, por aí existir uma confraria do Menino Jesus; 1754 - obras mandadas executar por D. José, por o edifício se encontrar em mau estado; 1755, 01 novembro - o terramoto provoca muitos estragos no edifício arruinando parte do núcleo construído no ano anterior, tendo sido posteriormente restaurado; 1758 - o Colégio foi confiscado à Companhia de Jesus, passando a ser administrado pelo Tribunal da Mesa da Consciência; 10 setembro - nas Memórias Paroquiais, assinadas pelo pároco da freguesia de São Cristóvão, Joaquim Salter de Mendonça, é referido o Recolhimento do Amparo, que ficou com a capela da igreja bastante danificada, assim como a fachada principal, na sequência do terramoto de 1755; 1814 - instala-se o Recolhimento do Paraíso para mulheres e o Colégio dos Meninos Orfãos é anexado à Casa Pia da Correcção da Corte, instalada desde 1812 no Desterro"
"Para diante do que é hoje o nosso Arsenal, ha a ermidinha do Senhor Jesus da Boa-Nova, cuja origem ignoro. Tinoco omitte essa ermida na sua preciosa planta, o que me faz crer que não existia em 1650. A elegante frontaria d'este sacello, meio escondida e afogada atraz da rampa da calçada Nova do Museu de Artilheria, é de origem jonica. Delineou-a o Major Manuel da Costa de Negreiros, architecto do tempo d'el-Rei D. João V. Mas é preciso notar que este artista apenas reedificou uma ermida mais antiga que por ali se erguia, transportando-a da banda do mar para o sitio onde está hoje; concluiu-se a obra em 1748. Essa calçada Nova do Museu de Artilheria merece um paragrapho ao menos. Não existia tal serventia ainda em 1775; mas rompeu-se para a passagem da zorra fechada, obra do architecto das Obras publicas Reinaldo Manuel dos Santos, na qual se transportou da Fundição para o Terreiro do Paço a estatua equestre d'el-Rei D. José. Esse transporte levou cinco dias, desde 22 de Maio, uma segunda feira; e a 27 foi içado o colosso para o alto do seu pedestal." in "A ribeira de Lisboa", de Júlio de Castilho, pág 160
Ermida do Senhor Jesus da Boa Nova, foto de Eduardo Portugal, in a.f C.M.L.
Planta Topográfica de Lisboa 12 F, de 1909, in A.M.L.
Cerca Fernandina, formando as traseiras da ermida do Senhor Jesus da Boa Nova e das casas da Galé, foto de Eduardo Portugal, in a.f C.M.L.
Ermida do Senhor Jesus da Boa Nova, interior, fotógrafo n/i, in a.f C.M.L.
Ermida do Senhor Jesus da Boa Nova, foto de Alberto Carlos Lima, in a.f C.M.L.
Convento do Espírito Santo da Pedreira, com sua Irmandade dos Mercadores.
Congregação fundada em 1668 pelo Pe. Bartolomeu do Quental, após autorização régia e do cabido de Lisboa, sede vacante. Em 1671 obtinha de Clemente X a confirmação da fundação do instituto e em 1672 a aprovação dos respectivos estatutos. Instalados inicialmente no sítio da Boa Hora, transitariam para casa mais ampla, junto ao então hospital do Espírito Santo da Pedreira (na actual Rua do Carmo), ainda em 1674. A igreja sofreria importantes obras, já concluídas em 1690, e os Oratorianos encarregar-se-iam de ampliar a casa e de a enriquecer com importantes obras de arte. Sendo o convento duramente afectado pelo terramoto de 1755, os seus habitantes transitaram para o hospício das Necessidades. Embora as obras de reconstrução estivessem concluídas em 1792, os oratorianos opuseram-se a regressar à sua antiga casa, só o fazendo, por intimação, em Julho de 1833. Aí ficariam apenas alguns meses, sendo a comunidade extinta pelo decreto de expulsão de 1834. in http://fundis.cidehus.uevora.pt/fundo/359/Congregacao_do_Oratorio_do_Espirito_Santo_da_Pedreira_Lisboa
Grandes Armazéns do Chiado, Hotel de L'Europe, 1910, foto de Joshua Benoliel, in a.f. C.M.L.
Aí ficava o Convento do Espírito Santo da Pedreira, com sua Irmandade dos Mercadores, cuja igreja fora reconstruída « com larga contribuição » de D. Manuel. Espaço que veio a ser ocupado, em fins do século XIX, pelos futuros Armazéns do Chiado, que sucumbiram ao incêndio de 1988 para dar lugar ao actual centro comercial, aberto ao público em 1999. Vide Ilídio ROCHA, « Convento do Espírito Santo da Pedreira », Dicionário da História de Lisboa. Francisco SANTANA e Eduardo LUCENA (Dirs.), Lisboa, [s.n.], 1994, p. 351-353. Para a devoção ao culto do Espírito Santo em Lisboa, designadamente entre as comunidades ligadas ao mar, vide Maria de Fátima REIS, « Resistências e sentidos do culto do Espírito Santo em Lisboa na época moderna », Em Nome do Espírito Santo. História de Um Culto, Lisboa : I.A.N./T.T., 2004, p. 61-68.
A Ribeira de Lisboa, porto do Império Marítimo Português : circulação de pessoas e de mercadorias de Maria de Fátima Reis
Desenho da autoria de Alberto Sousa. Rrepresenta o bairro da Pedreira nos fins do século XIII, vendo-se o convento do Espírito Santo da Pedreira, actualmente armazéns do Chiado, in a.f. C.M.L.
Convento do Espírito Santo situado no topo da rua Garret, mais tarde os Grandes Armazéns do Chiado, Desenho, foto de Armando Serôdio, in a.f. C.M.L.
Planta do centro histórico de Lisboa anterior ao Terramoto de 1755, in a.f. C.M.L.
O Palácio Sabrosa na Rotunda, situado no quarteirão entre a Praça Marquês de Pombal, Avenida Fontes Pereira de Melo, Rua Camilo Castelo Branco e Avenida Duque de Loulé, remonta a uma construção aumentada em 1893 por Frederick Augustus Davidson. Com a morte deste em 1897, passa o edifício para a posse do genro, futuro Conde Sabrosa. O edifício sofre então obras, da autoria do arquitecto Miguel Ventura Terra, de 1899 a 1901, para além do edifício, as cocheiras e cavalariças foram também alvo de intervenção na mesma altura. No final destas obras foi encomendado ao arquitecto Manuel Joaquim Norte Júnior, em 1903, o projeto de 6 construções rústicas no parque do palácio, fiquando estas entre o arvoredo dos seus jardins. Na esquina da Avenida Duque de Loulé, no edifício onde se situavam as cocheiras, esteve instalado o Hospital de Sangue, durante a revolução de 5 de Outuro de 1910
Palácio Sabrosa, visto da Rotunda, foto de Paulo Guedes, in a.f. C.M.L.
Planta Topográfica de Lisboa 10 I, in A.M.L.
Palácio Sabrosa, visto dos terrenos do Parque, em frente à Avenida Fontes Pereira de Melo, foto de Joshua Benoliel, in a.f. C.M.L.
Palácio e parque Sabrosa, 1938, Kurt Pinto, in a.f. C.M.L.
Palácio Sabrosa, jardim ant. 1940, Avenida Duque de Loulé cruzamento com a Rua Camilo Castelo Branco, foto de Kurt Pinto, in a.f. C.M.L.
Palácio e parque Sabrosa, 1938, foto de Kurt Pinto, in a.f. C.M.L.
Palácio do Conde de Sabrosa, cocheira, 1930, Eduardo Portugal, in a.f. C.M.L.
Lápide comemorativa da inauguração do Hospital de Sangue na revolução de 5 de Outubro de 1910,1911, foto de Paulo Guedes, in a.f. C.M.L.
"Nos sítios onde a largura das ruas não permite o trânsito nos dois sentidos, ou a distribuição das ruas o consente, como acontece na cidade Baixa, utiliza-se o sentido único...Segundo a nossa opinião,não sendo fácil a destruição maciça dos prédios, só existe o processo dos alargamentos sucessivos da rua, onde se torne necessário, sem se atender às rectificações quase proibitivas...Para a passagem do acesso à Avenida Almirante Reis estão em curso grandes obras de demolição de prédios de várias ruas, junto ao Largo Martim Moniz e Rua da Palma." Revista Municipal nº 55, in Hemeroteca Digital Lisboa
Rua da Palma cruzamento com a Rua Martim Moniz, vendo-se ao fundo as escadinhas da calçada do Jogo da Péla, foto de Eduardo Portugal, in a.f. C.M.L.
Estudo do prolongamento da avenida Almirante Reis no troço do Socorro e Rossio, 1939, pág. 15, in A.M.L.
Estudo do prolongamento da avenida Almirante Reis no troço do Socorro e Rossio, 1939, pág. 12, in A.M.L.
Demolições no Martim Moniz, vendo-se ao fundo as escadinhas da Saúde, foto de Eduardo Portugal, in a.f. C.M.L.
Demolições na Rua dos Álamos, foto de Judah Benoliel, in a.f. C.M.L.
Demolições na Rua da Palma, foto de Judah Benoliel, in a.f. C.M.L.
Demolições na Mouraria, foto de Judah Benoliel, in a.f. C.M.L.
Demolições na Mouraria, foto de Judah Benoliel, in a.f. C.M.L.
Demolições no Beco do Forno, foto de Judah Benoliel, in a.f. C.M.L.
Demolições no Beco do Forno, foto de Judah Benoliel, in a.f. C.M.L.
Demolições no Beco do Forno, foto de Judah Benoliel, in a.f. C.M.L.
Panorâmica da praça Martim Moniz e da rua da Palma aquando das demolições, foto de Eduardo Portugal, in a.f. C.M.L.
"Palmilhado o Moinho de Vento e antes de desembocar na praça, chama-nos logo a atenção um escuso corredor á direita. É o arco da Avarista. Mal-avindo andará o leitor que o busque por este nome. Similhante serventia não existe já. O que o passeante ou bairrista pode vêr lá hoje é o arco do Evaristo, que é exatissimamente a mesma coisa, apenas com a flagrante alteração do nome, mercê do pouco que tem de pensar os municipes alfacinhas. Quanto a mim aquelle <<Avarista>> é uma corruptela, por acomodação popular do termo <<A ver a vista>>...Não repugna aceitar esta designação se pensarmos que ella dava passagem para o alto do Marquês de Penalva, de onde, se gosa um excelente panorama a despeito de posteriores edificações ali feitas. O povo, que é um grande sábio, abrevia e acomoda a seu bel prazer os termos que se lhe tornam dificeis e assim (na minha opinião) de A-ver-a-vista fez o Avarista...Em 1838 porem um anuncio do Diario do Governo chama-lhe arco da Evarista. Outra corruptela. Ha poucos annos a camara entendeu que aquilo não estava bom, que ella devia sêr ellle e mudou-lhe o sexo. Foi assim que um ilustre Evaristo, que ninguem conhece ou conheceu, passou á posteridade. Este arco comunicava, com a Cotovia de Baixo ou Alto do Marquês de Penalva, sitio escuso, de má fama e peor vizinhança. Chamava-se do Marquês de Penalva, por ser este o dono do pequeno largo e das velhas barracas que o povoavam, habitadas por gente duvidosa e bulhenta. Em sessão de 6 de Maio de 1878 a camara decidiu que se adquirisse o largo ao marquês e se expropriassem as barracas. Foi o que se fez e assim acabou o mais abundante ninho de escandalos e prosas amorosas daquelas paragens." in http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/Ocidente/1907/N1015/N1015_item1/P6.html
Arco do Evaristo, foto de Eduardo Portugal, in a.f. C.M.L.
Arco do Evaristo, foto de Fernando Martinez Pozal, in a.f. C.M.L.
Atlas da carta topográfica de Lisboa, nº 35, a vermelho a localização do Arco
"Em Dezembro do ano passado foi presente à Vice-Presidência da Câmara a proposta de demolição de um prédio... para efeito de se efectuar o prolongamento da Rua de Alcolena. A tal prédio que constava de uma casa e de um depósito de água, alpendrado, chamavam a <<Casa do Canalizador>>, nome que lhe viera do seu último inquilino. A Rua de Alcolema, em construção, faz ali uma curva para o poente, deixando à direita os terrenos que o Município cedera ao Clube Desportivo <<Os Belenenses>> para a construção do seu Estádio...Pareceria isto um caso vulgar e comum...não fosse a informação...de que no referido prédio a demolir se encontravam azulejos e cantarias lavradas...imediatamente, foram dadas todas as providências inteligentes que as circunstâncias pediam.Uma delas foi mandar...fazer-se um exame à edificação apontada para demolir-se...a Conservadora do Museu Municipal...deu sobre ela informação de que a Ermida (por que era uma Ermida) devia ser conservada...Em 11 de Janeiro, depois de um estudo de investigação, tornou a informar que a Ermida tinha grande interesse artístico e histórico, identificando-a. tratava-se realmente da Ermida do Santo Cristo que, com a de São Jerónimo, bem conhecida, e a de Santa Maria Madalena, já em ruínas no Século XVIII, constituíam os locais de devoção da cerca do Mosteiro de Belém...Em Abril a Ermida do Santo Cristo dos frades jerónimos, que estava a servir abusivamente de dormitório dos trabalhadores do empreiteiro das obras do Estádio, foi de todos desocupada, cerrou-se-lhes o acesso, e espera agora aquelas obras de limpeza, caiação e reparo...Disse -se na Imprensa que o monumento já era conhecido. É verdade. De há muito que havia notícia dele. Quando o arquitecto José Maria Nepomuceno, aí por 1880, orientavaas obras dos Jerónimos, deu com ele, e até de lá levou alguns azulejos de <<aresta>>, para o seu museu particular em Santo António da Convalescença...Depois tornou a esquecer, como tantas vezas sucede, e tal como os abismos chamam os abismos, as barracas chamam as barracas. Cercou-se delas, e disfarçado em casa de habitação, esteve quase a ser demolido." in http://hemerotecadigital.cm- lisboa.pt/OBRAS/RevMunicipal/N60/N60_item1/P24.html
Ermida do Santo Cristo, foto de João Carvalho, in Wikimedia Commons
Ermida de Santo Cristo,1945, foto de Eduardo Portugal, in a.f. C.M.L.
Ermida de Santo Cristo,1953, foto de Armando Serôdio, in a.f. C.M.L.
Ermida de Santo Cristo,1953, foto de Armando Serôdio, in a.f. C.M.L.
Ermida de Santo Cristo,1953, foto de Armando Serôdio, in a.f. C.M.L.
Ermida de Santo Cristo,1953, foto de Armando Serôdio, in a.f. C.M.L.
Ermida de Santo Cristo,1953, foto de Armando Serôdio, in a.f. C.M.L.
"Mais um melhoramento importante se acaba de realisar em Lisboa, com a construcção do novo mercado geral de gados, melhoramento levado a effeito pela iniciativa particular de acordo com a camara municipal de Lisboa. Uma sociedade composta pelos srs. Dr. Pereira Lima e António Vito dos Reis e Sousa, director do banco Lusitano, é que levou a effeito o magnifico mercado...e de que faremos uma rapida descripção. Os terrenos existentes entre o Campo Pequeno e o Campo Grande foram adquiridos pela sociedade, e n'uma area de 200 metros de largura por 100 metros de comprimento, levantadas as construcções do mercado, com uma largueza a que estamos pouco habituados. Na frente principal do mercado encontramos tres largos portões de ferro, formados por pilares de cantaria, que ligam para os lados com duas cortinas de grades, no limite das quaes ha outrosdois portões...Ao centro do mercado ergue-se o edificio onde se concluem os negocios, denominado bolsa. Consta de dois octogonos, circunscripto e inscripto parallelamente, sendo este coroado por uma grande cupula com seu lanternin... N'este mercado ha accommodações para, com todos os preceitos hygienicos, se recolherem 1:000 bois, 2:000 ovelhas, carneiros e cabras, 500 porcos e 200 cavallos. O caminho de ferro de cintura passa junto ao mercado onde vae ter um apeadeiro. A socidade dispendeu n'esta obra cerca de duzentos contos de réis. O plano primitivo das edificações foi do architecto sr. Parente da Silva, modificado depois pelos sr. Machado de Faria e Maia, O constructor foi o sr. Manuel Maria Ricardo Correia...Assim poderemos louvar a camara e a sociedade que dotou a cidade com um melhoramento, que embora não fosse exigido por uma necessidade latente, nem por isso deixa de ser um melhoramente publico." in http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/Ocidente/1888/N354/N354_item1/P3.html
Mercado Geral de Gados, foto de Paulo Guedes, in a.f. C.M.L.
Mercado Geral de Gados, foto de Joshua Benoliel, in a.f.C.M.L.
Planta Topográfica de Lisboa 10 N, in A.M.L.
Planta Topográfica de Lisboa 10 M, in A.M.L.
Mercado Geral de Gados, fotos do espólio de Eduardo Portugal, in a.f. C.M.L.
Linha férrea de cintura junto do mercado Geral de Gados, 1944, foto de Eduardo Portugal, in a.f. C.M.L.
Mercado Geral de Gados antes da abertura da Av. Ressano Garcia, actual Av. da República, 1920, foto de Garcia Nunes, in a.f.C.M.L.
Zona rural anterior à abertura da Av. António Maria de Avelar, actual Av. Cinco de Outubro, 1932, foto de Joshua Benoliel, in a.f.C.M.L.
Mercado Geral de Gados, 1960 Artur Goulart, in a.f.C.M.L
Este Mercado encerrou em 1962, sendo o seu espaço ocupado pelas novas instalações da Nova Feira Popular de Lisboa, que tinha saído da Palhavã.
"O José das Pinguinhas foi uma individualidade marcante no Penim, no Barração, no Baldanza, no Peixe Assado...Engulipou em todas as tascas, beberricou em todas as baiucas: dasCovas de Salamanca á Cova Funda, do Quintão ao José das Aranhas, do Pinto Cambalhota á Padeira da Praça d'Alegria, da Tia Roza ao Santareno...Foi Amphytrião em regalorios dythrirambicos, em brodios de chanfana e carrascão, a horas mortas, quando a lua ia alta, e os escrivães da penna grande entravam em suas funcções laboriosas... Andou n'uma roda viva da Perna de Pau para a quinta do Papagaio, do Arieiro para o José dos Caracoes. Apreciava esses quadros maneirinhos das hortas nos arredores saloios de Lisboa..." in Lisboa d'outros tempos (Algumas figuras populares), de Pinto de Carvalho
Retiro Perna de Pau, junto ao apeadeiro do Areeiro, na antiga Estrada de Sacavém, foto de Alberto Carlos Lima, in a.f. C.M.L.
Planta Topográfica de Lisboa 12 N, in A.M.L.
foto de Eduardo Portugal, in a.f. C.M.L.
Retiro Perna de Pau, foto de Eduardo Portugal, in a.f. C.M.L.
Alinhamento da Estrada de Sacavém, in A.M.L.
Retiro Perna de Pau, foto do espólio de Eduardo Portugal, in a.f. C.M.L.