Theatro do Gymnasio
Theatro do Gymnasio
"O Gymnasio foi, em seu periodo embryogenico, uma barraca
d'arlequins, onde parasitou uma companhia vinda do circo que
floresceu na rua da Procissão, circo que pertencia a José Maria de
Barros. A barraca abrira em 12 d'Outubro de 1845, e tomara o nome de
Novo Gymnasio Lisbonense. Foi elle, por assim dizer, a cellula
germinativa d'onde se envolveria esse corpo perfeitamente organisado
que hoje tem o nome de Theatro do Gymnasio...Aquelle barracão
pertencia a João José da Motta...O Motta achou-se, porém, com o
desejo incoercivel de construir alli um theatro, e, para esse fim,
pediu o auxilio de Manuel Machado. Mas, porque sempre ha um mas, o
Motta apenas dispunha da magra quantia de seiscentos mil
réis...Construi-se o theatro com aquella diminuta quantia, e escusado
será dizer, que ficou uma perfeita gaiola, de tal ordem, que nem a
auctoridade permittia a sua abertura, tornando-se então necessarios
os bons officios do conselheiro Silva Canellas, sem cuja intervenção
talvez baldassem os esforços empregados. O Motta requereu em 20 de
Março de 1846 para dar espectaculos de declamação no novo theatro, e
para lhe mudar a denominação de Gymnasio lisbonense para Theatro do
Gymnasio. O Alvará de 8 de Maio de 1846, referendado pelo conde de
Thomar, concedeu-lhe a licença pelo tempo de seis mezes...Em 1846
inaugurava-se aquelle templo da travessa do Secretario de Guerra...O
espectaculo d'abertura realisou-se com Os fabricantes de moeda falsa,
original de Cesar Pirini de Lucca, professor do Conservatorio."
in "Lisboa d'outros tempos", de Pinto de Carvalho
Teatro do Ginásio ant 1921,fotógrafo n/i, in a.f.C.M.L.
Teatro do Ginásio, bilheteira, foto de Alberto Carlos Lima, in a.f.C.M.L.
Planta e preços dos lugares em 1887, "Plantas dos Teatros", in B.N.P.
Levantamento topográfico de Francisco Goullard, nº 369, in A.M.L.
Levantamento topográfico de Francisco e César Goullard, planta nº 42, in A.M.L.
"A 6 de novembro de 1921 (estava em cena o espetáculo O célebre Pina), um incêndio irrompeu de madrugada deixando o teatro em escombros.
O Teatro do Ginásio só voltou a abrir em 1925, com a apresentação do espetáculo A guerra do vinho a 27 de novembro. O novo edifício, com arquitetura de João Antunes e decoração de Joaquim Viegas e Domingos Costa, tinha toda a comodidade necessária, podendo mesmo dizer-se que tinha luxo e tecnologia. Até à década de 30 ocuparam o Ginásio as companhias Rey Colaço-Robles Monteiro, Palmira Bastos, Ilda Stichini e, a partir daí, apresentaram-se sobretudo companhias estrangeiras como o Théâtre de l’Oeuvre e a companhia Roger Manteaux."
in http://cvc.instituto-camoes.pt/teatro-em-portugal-espacos/teatro-do-ginasio.html#.Vuas_X2LSt8
Incêndio no teatro do Ginásio, 1921, foto de Ferreira da Cunha, in a.f.C.M.L.
Teatro do Ginásio, foto de Eduardo Portugal, in a.f.C.M.L.