III Centenário da morte de Camões
"A celebração do terceiro centenario de Camões, ainda que não produzisse - pela impressão exterior das pompas com que se adorna, outro resultado senão concentrar a attenção do povo na sublime epopêa que resume a biblia das nossas glorias, ficaria em todo o caso assignalado como uma data memoravel e como um documento que ennobrece a geração que soube inspirar-se n'um alto sentimento de justiça para honrar o nome que symbolisa a idéa da nacionalidade com as suas tradições gloriosas e as suas aspirações futuras."
in http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/Ocidente/1880/N59s/N59s_item1/P2.html
Comemoração do 3º centenário da morte do poeta Luís de Camões,1880, fotógrafo n/i, in a.f. C.M.L.
Lançada por Teófilo Braga, a ideia de comemorar o 3º Centenário da morte de Camões concretizou-se com a inauguração do Bairro Camões e com o Cortejo Cívico.
Cerimónia da inauguração oficial do bairro de Camões no âmbito da comemoração do III centenário da morte de Camões,1880, foto de José Arthur Leitão Bárcia, in a.f. C.M.L.
Contém uma planta com indicação das ruas construídas pela Companhia Bairro Camões que esta pretende entregar à Câmara, in A.M.L.
in http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/Ocidente/1880/N60/N60_item1/index.html
"A trasladação dos restos de Vasco da Gama e de Camões, pelo Tejo, no longo trajecto do outro lado do rio até Belem, foi um espectaculo épico.
É ocioso descrevel-o por que todo o Portugal, segundo penso, assistiu a elle; e se não assistiu, é bom que o não adivinhe se quer, para não morrer de raiva, desesperado pela impossibilidade de tornar a gosar outro semelhante pois que a triste verdade é a seguinte: Os Vascos da Gama e os Camões não se improvisam com facilidade, e sepultados de uma vez definitivamente, é difficil achar um pretexto para os passeiar de novo em triumpho!"
in http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/Ocidente/1880/N60/N60_item1/P2.html
in http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/Ocidente/1880/N61/N61_item1/P4.html
in http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/Ocidente/1880/N61/N61_item1/P5.html
"E o grande cortejo civico permanecerá por longos annos na memoria popular. viu-se pela primeira vez nos tempos modernos, entre nós uma grande procissão, d'um comprimento descomunal, sair do Terreiro do Paço á hora prefixa, caminhar por entre o respeito publico saudada por uma população inteira, offegante e commovida, e todavia essa procissão não levava as basilicas da Sé, não levava capellães cantores, não marchava entre alas de soldados: era uma procissão em que o idolo era o povo glorificado pelo proprio povo, recebendo pela vez primeira a sua apotheose, e adquirindo a noção pacifica, a que muitos chamam revolucionaria, de que elle é rei, e de que em vez de marchar com uma cana verde na mão pode, quando tenha a consciencia do seu direito e da sua força, marchar antes com um sceptro."
in http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/Ocidente/1880/N60/N60_item1/P2.html
Mosteiro dos Jerónimos, túmulo de Luís de Camões, foto de Octávio Bobone, in a.f. C.M.L.