"Chama-nos agora a atenção aquele prédio ao fundo Nascente da Rua de Santa Justa onde foi a velha igreja de Santa Justa e Rufina. Na nave do templo, destruído pelo terremoto de 1755, inaugurou-se um Teatro. Chamou-se de <<D. Fernando>>, em homenagem ao Príncipe Consorte. O palco foi armado na capela-mor. Durou apenas dez anos, de 1849 a 1859, ano em que se demoliu. Nesse palco passaram figuras da cena portuguesa - Emília das Neves, Sargedas e outros artistas de nome; representaram-se comédias, dramas, e até zarzuelas por uma <<troupe>> espanhola, mas o <<D. Fernando>> nunca foi afortunado. Diziam os católicos que a razão dos desastres estava em ter-se utilizado uma igreja para tais fins." in Olisipo : boletim do Grupo "Amigos de Lisboa", nº 58, Abril de 1952
Ilustração do Teatro D. Fernando, in "Revista Popular", nº 37, 1849, p. 721
Atlas da carta topográfica de Lisboa, n 43, Filipe Folque, in A.M.L.
Prospeto para o revestimento fingido que Francisco Roiz Batalha pretende mandar fazer na frente do sul do teatro de D. Fernando, in A.M.L.
Programa de espectáculos do Teatro D. Fernando, na Galeria Theatral: jornal critico-literario
"A famosa torre ou castello de S. Vicente de Belem assenta na margem do tejo, pouco a baixo de Lisboa. Foi projectada por D. João II, para cruzar fogos com a Torre Velha, construida no outro lado do rio por D. João I. Do nosso chronista Garcia de Resende foi o seu plano. Só D. Manuel pôde, entretanto, leval-o á execução, quando edificava o proximo convento dos Jeronimos, e no mesmo gosto d'elle. Por occasião da morte deste nonarcha já a torre ficava acabada, e, em 25 de setembro 1521, doada a sua capitania a Gaspar de Paiva. Construida originalmente no meio das ondas, com a accumulação de arêas, e tendencia que o rio tem a pesar sobre a margem sul, deixando a descoberto a do norte, a torre está hoje situada no pontal de uma lingueta. Neste bello modelo de architectura militar são dignos de ver-se os relevos e bestiães; nos angulos as guaritas com seus lavores; as ameias entre as guaritas...Uma das maiores curiosidades da torre é a sala regia, que tem uma varanda para o mar, rematada com as armas de Portugal, e divisas de D. Manuel." in http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/Periodicos/ArquivoP/1859/TomoII/N52/N52_item1/P1.html
Torre de Belém, foto de Ferreira da Cunha, in a.f. C.M.L.