"Convento de Nossa Senhora da Luz. - Foi fundado no seculo 16.º no logar em que já existia uma ermida com a mesma invocação. Segundo a lenda, tendo-se livrado milagrosamente Pero Martins do captiveiro em que jazia n'Africa pelos annos de 1463, recolhido á patria, e vivendo em Carnide, d'onde era natural, appareceu-lhe uma imagem de Nossa Senhora, cercada de luz, sobre uma fonte que havia perto do dito logar de Carnide. Pero Martins, reconhecendo n'aquella imagem a mesma Senhora que no carcere o confortara, e lhe valêra, construiu logo uma ermida junto da fonte, e n'ella recolheu a imagem, a qual intitulou de Nossa Senhora da Luz. Em 1543 deu el-rei D. João III esta ermida aos freires de Christo para alli edificarem um convento. Concorreu para esta obra a Infanta D. Maria, irmã d'aquelle soberano, edificando á sua custa em 1575 toda a capella mór da egreja, onde jaz em mausoleu de marmore. A invocação da ermida passou ao convento e á povoação que se foi fundando em volta d'elle. O terremoto de 1755 arrazou o convento e o templo, menos a capella mór, que ainda não ha muitos annos ostentava a sua magnificencia em bellas columnas e ricos marmores, dos quaes a despojaram modernamente." in Archivo pittoresco : semanario illustrado, 5.º Ano, n.º 45, 1862
Igreja de Nossa Senhora da Luz, fachada principal, 1949, foto de Estúdios Mário Novais, in a.f. C.M.L.
Pedra com inscrição assinalando a fundação de 1757 da nova igreja em substituição do convento de Nossa Senhora da Luz, totalmente destruído pelo Terramoto de 1755, foto de Armando Serôdio, in a.f. C.M.L.
Planta topográfica do Largo da Luz e Largo de Carnide, in A.M.L.
Planta topográfica do Largo da Luz e Largo de Carnide, in A.M.L.
Igreja de Nossa Senhora da Luz, fachada lateral, 1961, foto de Augusto de Jesus Fernandes, in a.f. C.M.L.
"No dia 19 de Fevereiro de 1939, foi adjudicada a uma firma de empreitadas de obras públicas, a construção do viaduto que está sendo lançado sôbre o vale de Alcântara, entre os Sete Moinhos e a fronteira encosta de Monsanto e que servirá para lançar a entrada de acesso à auto-estrada Lisboa-Cascais. A obra foi adjudicada por 9.796 contos e, para se fazer uma idea do que será o notável viaduto, bastará tomar-se conhecimento dos seguintes pormenores: tem cêrca de 450 metros de extensão; totalmente construído em cimento armado, terá a largura de vinte e quatro metros, nos quais estão incluídos dois passeios laterais de três metros cada; duas pilastras gigantes, com nove pavimentos interiores e escadas e elevadores de acesso, suportarão o magnífico viaduto; toda a ponte e interior das pilastras serão iluminados profusamente...O projecto é da autoria do Engenheiro João Alberto Barbosa Carmona, e, na sua organização definitiva, trabalharam, durante seis mêses, além de outro pessoal, todos os engenheiros da Divisão de Pontes da Junta Autónoma de Estradas. A construção do lanço de auto-estrada compreendida entre o viaduto e as proximidades de Linda-a-Velha, numa extensão de 6.423 metros, incluindo cêrca de dois quilómetros para estabelecer a completa ligação de Lisboa com o projectado Estádio Nacional, foi igualmente adjudicada a uma firma portuguêsa. A largura desta auto-estrada será de vinte e dois metros, compreendendo duas faixas de rodagem, de sete metros e meio de largura, cada uma, separadas por uma faixa arrelvada de três metros. in Da Estremadura : boletim da Junta de Província da Estremadura, 1939
Vale de Alcântara com o viaduto Duarte Pacheco em construção, 1943, fotógrafo n/i, in a.f. C.M.L.
Construção do viaduto Duarte Pacheco, foto Estúdio Horácio Novais, in Biblioteca de Arte / Art Library Fundação Calouste Gulbenkian
O Viaduto foi inaugurado em 28 de Maio de 1944, homenageando Duarte Pachaco, de quem recebeu o nome, e coincidiu, com a inauguração da auto-estrada Lisboa-Estádio Nacional.
Inauguração do Viaduto Duarte Pacheco, foto Estúdio Horácio Novais, in Biblioteca de Arte / Art Library Fundação Calouste Gulbenkian
Viaduto Duarte Pacheco, cerimónia de inauguração, foto de Ferreira da Cunha, in a.f. C.M.L.
Inauguração do Viaduto Duarte Pacheco, foto de Ferreira da Cunha, in a.f. C.M.L.
"Vem de longe a preocupação dos povos de consumirem bom leite, parcela, afinal, da bondade que se tem procurado assegurar a todos os alimentos; mas também de longe vem a insatisfação de lucros sem cuidar dos inconvenientes a que o consumidor fique sujeito...O leite, em consequência do seu aspecto físico e da sua riqueza química, é muito pr´oprio para ser adulterado, e está sujeito a contaminar-se de variadissimos micróbios. Adultera-se o leite, por exemplo, pela adição de várias substâncias, tais como a água, o bicabornato de sódio, etc., e o pouco escrúpulo tem chegado à adição de urina...diz o Dr Leonardo de Almeida, dos serviços médico-veterinários do Ministério da Agricultura, acêrca do leite de Lisboa, baseado em análises recentes: em 96 amostras, 100% são más pelo teor bacteriológico - amostras com mais de 10.000.000, e algumas com 100.000.000 de bactérias por centímetro cúbico - e são más ainda por terem coli-bacilo." in Olisipo : boletim do grupo «Amigos de Lisboa», Ano I, n.º 1, Janeiro de 1938
O leite perigoso,1910, foto de Joshua Benoliel, in a.f. C.M.L.
Leite de cabra,1910, foto de Joshua Benoliel, in a.f. C.M.L.
Distribuição de leite aos leiteiros, 1956, foto de Judah Benoliel, in a.f. C.M.L.