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Paixão por Lisboa

Espaço dedicado a memórias desta cidade

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Palácio da Mitra

"Formada por metade das terras doadas, à Mitra de Lisboa, por D. Afonso Henriques, a Quinta da Mitra ia do ponto onde se fundaria, no século XV, o convento de São Bento, pertencente ao Padroado do Mosteiro de Alcobaça, até ao Poço do Bispo; e subia, depois até ao cimo da Azinhaga (Rua José Patrocínio), para acompanhar a Rua de Marvila, do lado esquerdo, até à frente da Azinhaga das Fontes ou dos Alfinetes. Foi durante alguns séculos, na primeira fase, a quinta de Marvila; e na segunda fase, principiada talvez no século XVI, a Quinta do Arcebispo.
Apesar das terras da Mitra remontarem à formação da diocese de Lisboa e terem, consequentemente, uma longa história, só nos foi possível coordenar elementos relacionados com elas a partir do Arcebispo D. Jorge, figura de invulgar prestígio em Portugal e no Vaticano (1465-1500). Coube-lhe iniciar, na fazenda, a dinastia dos Costas.
O mais antigo desses elementos, é a renovação do emprazamento feito, por três vidas, da valiosa quinta, a D. Catarina de Albuquerque, irmã do Arcebispo, pelo foro anual de 3 000 réis brancos, na era de 1495. Esta senhora legou o domínio útil da fazenda, por sua morte, a uma sobrinha, d. Helena da Costa, que teve a sorte de o possuir com isenção do foro, agora de 3 600 réis, a partir da vigência do Arcebispo D. Martinho da Costa, irmão de D. Jorge, seu tio também (1500-1521). Tal posição foi confirmada, posteriormente, pelo Cardeal Infante D. Afonso, quando esteve à testa do Arcebispado (1521-1540) e por alvarás de 31 de Dezembro de 1533, de 27 de Maio de 1535 e 1 de Julho de 1539.
A transformação radical da residência rural da Quinta da Mitra e a sua aplicação a sede do Patriarcado deve-se a D. Tomás de Almeida, primeiro Cardeal de Lisboa, sagrado em 1716.
Em 1834, devido à extinção das Ordens Religiosas, os bens eclesiásticos de Marvila reverteram para o Estado, acabando, por esta forma, um domínio histórico, quase lendário, que conduz aos alvores da nacionalidade. Com evocação perdurável no Poço do Bispo, a Quinta da Mitra ainda albergou, como residência patriarcal, D. Fr. Patrício da Silva (1826-1840) e D, Fr. Francisco de São Luís, Cardeal Saraiva, nela falecido em 7 de maio de 1845, mas principiou, na hasta pública de 1864, uma etapa diferente, menos cerimoniosa. É ela já conhecida, desde o conde de Salamanca e da sentimental D. Carolina Coronado, até à posse, pelo município lisboeta, do palácio rural, em 1930, e à aplicação da maioria dos respectivos terrenos, pelo Estado, ao Asilo da Mitra, em 1933.
Diremos, apenas, para finalizar, que a história da restante parte do morgado de Marvila (e era a quase totalidade do lugar), com sede na Quinta do Conde (mais tarde Quinta do Marquês de Abrantes) e a partir do ano de 1637, em que faleceu o regedor Manuel de Vasconcelos, representando um contexto ligado a um domínio útil perpétuo e alcançado no século XVI, constitui, <<ipso facto>>, o prosseguimento e o remate evolutivo completos da maravilha rústica ribeirinha, doada à Mitra, em 1149, pelo primeiro Rei de Portugal."
in Olisipo : boletim do Grupo "Amigos de Lisboa", A. XXVI, n.º 103, Julho 1963

Palácio da Mitra, foto de Estúdios Mário Novais

 Palácio da Mitra, anos 30 foto de Estúdios Mário Novais, in a.f. C.M.L.

Planta Topográfica de Lisboa 15 L.jpg

Planta Topográfica de Lisboa 15 L, in A.M.L.

Palácio da Mitra, pátio da entrada, foto de Edua

Palácio da Mitra, pátio da entrada, foto de Eduardo Portugal, in a.f. C.M.L.

Palácio da Mitra, pórtico, 1945, foto de Mário

Palácio da Mitra, pórtico, 1945, foto de Mário Tavares Chicó, in a.f. C.M.L.

Palácio da Mitra, painel de azulejos do jardim, c

Palácio da Mitra, painel de azulejos do jardim, foto de Mário Tavares Chicó, in a.f. C.M.L.

Palácio da Mitra, aspecto geral a partir do jardi

Palácio da Mitra, aspecto geral a partir do jardim, 1941, fotógrafo n/i, in a.f. C.M.L.

Palácio da Mitra, chicó.jpg

  Palácio da Mitra, foto de Mário Tavares Chicó, in a.f. C.M.L.

Convento de S. João Nepomuceno

"Convento de S. João Nepomuceno
O asilo de Santa Catarina foi fundado em 1858 pelo livreiro-encadernador Joaquim Martins para recolher e educar as crianças daquela freguesia que ficaram ao abandono, sem pai nem mãe, por ocasião das teríveis epidemias da cólera-morbus e da febre amarela que asolaram a cidade tão atrozmente naquela ocasião.
Foi esse um gesto de grande filantropo, que felizmente tem encontrado dedicados continuadores através dos tempos, sendo esse Asilo ainda hoje uma das mais prestimosas instituições de caridade privada na nossa capital, que ao presente acolhe 106 meninas à sua protecção.
O Asilo funcionou inicialmente na Rua das Parreiras, até que mais tarde obteve do Governo a concessão do extinto Convento de S. João Nepomuceno, conforme carta de lei de 10 de Setembro de 1861. A transferência para esse novo local efectuou-se porém no ano de 1862, passando agora pois o primeiro centenário desse acontecimento, razão da presente nota histórica.
O referido convento foi fundado pela Rainha D. Maria Ana de Áustria para nele estabelecer o Hospício dos Religiosos Carmelitas Descalços Alemães, custeando ela pr´pria a respectiva construção. A Igreja do Hospício foi benzida a 19 de Março de 1723.
D. Maria Ana protegeu larga e realengamente aquela instituição e dedicava-lhe tão especial carinho que dispoz em testamento que o seu corpo fosseali sepultado, o que de facto sucedeu por ocasião da sua morte em 16 de Agosto de 1754. O túmulo da Rainha era uma preciosa peça de arte da autoria de Machado de Castro, que foi trasladado para o Panteão da Casa de Bragança, em S. Vicente de Fora, com grande cerimonial, vinte e seis anos mais tarde.
O edifício do Convento, após a extinção dos Carmelitas Alemães por falta de religiosos, foi ocupado em 1830 por Padres Redentoristas Franceses, mas estes foram mais tarde transferidos para França e deram lugar à Ordem dos Minimos de S. Francisco de Paulo.
Com a extinção das Ordens Religiosas o edifício foi utilizado a partir de 1834 para funções civis. Esteve ali o 12 Batalhão da Guarda Nacional, depois uma Escola de Latim, a secção Ocidental dos Liceus Nacionais e por último, em 1861, a Sociedade Farmacêutica Lusitana.
A fachada da Igreja encontra-se reproduzida por Gonzaga Ribeiro in-Monumentos Sacros, pág, 97, calculando-se que tenha sido demolida por volta de 1859, antes portanto da entrega ao Asilo de Santa Catarina.
Este Asilo com os seus 104 anos ininterruptos de existència é hoje uma das mais antigas casas de caridade privada da cidade de Lisboa tendo ali recebido educação muitas centenas de meninas órfãs. Tão formosa obra de beneficiência da capital merece sem dúvida esta nota de simpatia no momento em que comemora cem anos que está instalada no mesmo lugar."

in Olisipo : boletim do Grupo "Amigos de Lisboa", A. XXV, n.º 98, Abril 1962

Asilo de Santa Catarina, fachada, 1948, foto de Ed

Asilo de Santa Catarina, fachada, 1948, foto de Eduardo Portugal, in a.f. C.M.L.

Atlas da carta topográfica de Lisboa,n 42, de Fil

Atlas da carta topográfica de Lisboa,nº 42, de Filipe Folque, im A.M.L.

Levantamento topográfico de Francisco Goullard, n

Levantamento topográfico de Francisco Goullard, nº 329, in A.M.L.

Imagem de São João Nepomuceno existente no Asilo

Imagem de São João Nepomuceno existente no Asilo de Santa Catarina,fotógrafo n/i, in a.f. C.M.L.

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