Campo dos Mártires da Pátria, também denominado «Campo Santana»
Em 1895, quatro anos depois de ter sido demolida a praça de touros, o planalto de Santana foi transformado num jardim, que se estende num hexágono irregular, entre o Largo do Mitelo e o Torel.
"Foi n'um velho codice d'Alcobaça, escripto por fr. José de S. Lourenço, a tinta côr de ferrugem, com uma planta vaga, que pela primeira vez se deu noticia do subterraneo existente na rua da Prata entre as dos Retrozeiros e S. Julião...Correram os annos, e após o terremoto alguem visitou tambem esses trechos mysteriosos da velha cidade até que em 1859, ao fazer-se o cano de exgoto da rua da Prata, um picareta batendo n'um corpo rijo lançou o alarme de que existiam ali rochedos. Continuaram a excavação; uma grande pedra rolou e deixou a descoberto um buraco negro e profundo d'onde vinha como a soada d'agua a marulhar...a Camara Municipal mandou averiguar...Desceram várias pessoas, visitaram o logar n'uma canôa e á luz d'archotes; o bibliotecário Francisco Martins d'Andrade deixou um relatorio e uma planta foi levantada; encontraram-se por lá boccados de marmores claros e outros veiados d'azul e trouxe-se a convicção que as cryptas vistas, segundo dizia o monge d'Alcobaça, que a bocca do inferno, tão temida pelos trabalhadores, eram os restos d'umas thermas romanas que deviam datar da epoca de Tiberio. em 1868 novamente lá se desceu para acabamento d'obras e depois aquilo fechou-se, fez-se d'ali um reservatorio, com a sua tampa de ferro mandada ajustar pelo corpo de bombeiros, para em caso de incendio se utilisar desde que houvesse mingua d'aguas nas visinhanças. Visitamos esse suterraneo...mergulhámos pela abertura negra d'onde a agua fôra exgotada durante cinco horas consecutivas por bombas poderosas..." in Ilustração Portuguesa, 2.ª série, n.º 191, 18 de Outubro de 1909
O fotógrafo Joshua Benoliel falando com o chefe Carvalho nas galerias romanas da rua da Prata, Out. de 1910, Foto de Joshua Benoliel, in a.f. C.M.L.
Fotografia de uma planta das termas romanas nas ruas da Prata e dos Retroseiros, e cortes reconstituídos com os desenhos incompletos e inexactos de Joaquim José Ferreira (1770), de frei José de S. Lourenço (1780) e do geómetro Francisco de Almeida e Silva (junho de 1859), foto de Eduardo Portugal, in a.f. C.M.L.
Desenho das galerias romanas, foto de Eduardo Portugal, in a.f. C.M.L.
Bomba a vapor dos Bombeiros Municipais bombeando a água das galerias romanas, Out. de 1910, Foto de Joshua Benoliel, in a.f. C.M.L.
O chefe dos Bombeiros, Carvalho, nas galerias romanas na rua da Prata, Out. de 1910, Foto de Joshua Benoliel, in a.f. C.M.L.
O conselheiro Emídio Lino da Silva, comandante dos bombeiros, desce para as galerias romanas, na rua da Prata, Out. de 1910, Foto de Joshua Benoliel, in a.f. C.M.L.
Galerias romanas na rua da Prata, Out. de 1910, Foto de Joshua Benoliel, in a.f. C.M.L.