"Almeida Garrett, descrevendo a margem norte do Tejo, desde Belem até Paço d'Arcos, exclama: <<Não ha palavras que digam todas as bellezas d'aquella terra, d'aquelle ceo, d'aquellas aguas.>> E com effeito, nos arredores de Lisboa, não ha sitio mais pittoresco, mais fertil e salutar que este. Depois de Cintra é de todos o mais concorrido, no verão, pelas familias abastadas da capital...uma das vistas que se gozam da estrada que vae de Pedrouços para Paço d'Arcos, é a ponte de Algés, assim chamada do nome do logar, de poucos moradores, por onde passa uma ribeira, de inverno caudalosa. Esta ribeira tem origem n'um outeiro que fica defronte do lugar de Monsanto; augmenta-se com as aguas de um regato que tem nascimento a cima do logar de Outorella, e depois de fertilisar a quinta das Romeiras, entra no mar, junto ao antigo forte da Conceição. No meio do logar de Algés tem esta ribeira uma ponte de pedra, de um só olhal." in Archivo pittoresco : semanario illustrado, 5.º Ano, n.º 49, 1862
Ponte e Portas de Algés, fotógrafo n/i, in a.f. C.M.L.
Planta Topográfica de Lisboa 1 C, de 1908, in A.M.L.
Ponte Velha de Algés, 1939, foto de Eduardo Portugal, in a.f. C.M.L.
Lápide da Ponte Velha de Algés, lado norte, foto de Eduardo Portugal, in a.f. C.M.L.
Lápide da Ponte Velha de Algés, lado sul, foto de Eduardo Portugal, in a.f. C.M.L.
Ponte e Portas de Algés, fotógrafo n/i, in a.f. C.M.L.
"E todo o viajante, que, pelas bandas de Xabregas e Madre de Deus pretendesse entrar na Capital portugueza, tinha que seguir pela actual calçada da Cruz da Pedra, e rua de Santa Apollonia direito a Santa Clara e ao Paraizo, e enfiar pelas portas da Cruz, abertas na cerca d'el-Rei D. Fernando I...Depois de penetrar na circumnvallação, acha o transeunte logo á direita, a pouca distancia das portas fiscaes, dois palacetes de rez-do-chão e andar nobre, nas duas esquinas da calçada das Lages. O primeiro pertenceu á Casa dos Viscondes de Manique; venderem-n-o ao actual snr. Conde de S. Vicente, que o possue e lá morou ha muito poucos annos, depois de ter vendido o seu palacio defronte da estação dos caminhos de ferro. Pegava com esse palacio dos Maniques um arco atravessando a rua em direcção ao Tejo; chamavam-lhe o arco da Cruz da Pedra. Em Novembro de 1837 a Camara municipal, cujo gosto é sempre destruir, mandou intimar (e já pela segunda vez) o Visconde de Manique para demolir o seu arco; e o arco desappareceu. O segundo palacete (modernamente melhorado) pertenceu ao celebre D. Miguel Pereira Forjaz, Conde da Feira, membro do Conselho da Regencia quando el-Rei D. João VI foi para o Brazil. Era este Conde irmão da snr.ª Viscondessa de Villa-Nova do Souto d'el-Rei, D. Maria Joanna do Monte Forjaz da Camara e Meneses, mãe do ultimo Visconde do Souto d'el Rei, Antonio José de Almada Mello Velho Lencastre de Carvalho da Fonseca Castro e Camões, a quem o palacete veiu a pertencer." in "A Ribeira de Lisboa" de Júlio de Castilho
Palácios da calçada da Cruz da Pedra que pertenceram ao visconde de Manique, ao fundo, e aos Pereira Forjaz, foto de Eduardo Portugal in a.f. C.M.L.
Atlas da carta topográfica de Lisboa, nº 30, de Filipe Folque, in A.M.L.
Levantamento topográfico de Francisco Goullard, nº 121, in A.M.L.
in Synopse dos principaes actos administractivos da Camara Municipal de Lisboa do anno 1837
"Dedicado a Nª Sra. da Quietação, teve origem num grupo de freiras holandesas que se refugiaram em Lisboa. Fundado, em 1582, com o apoio de Filipe II,foi projectado por Nicolau de Frias. A sua igreja, de nave única, apresenta fachada de grande simplicidade. Tendo sofrido pouco com o terramoto de 1755, destacam-se no interior: o silhar de azulejos da nave e capela-mor, datado de 1760 por Santos Simões, que representam as atribulações das freiras flamengas; a imagem de Nª Sra. da Quietação exposta no altar-mor; o pavimento de mármores polícromos, a pintura do tecto de madeira e os 2 arcazes da sacristia; e a riqueza decorativa do antecoro, que alia azulejos, talha dourada e composições pictóricas de Bento Coelho da Silveira. As dependências do convento estão actualmente adaptadas a habitação colectiva." in http://www.cm-lisboa.pt/equipamentos/equipamento/info/convento-das-flamengas
Convento das Flamengas, 1941, foto de Eduardo Portugal, in a.f. C.M.L.
Atlas da carta topográfica de Lisboa, nº 55, de Filipe Folque, in A.M.L.
"Fundada por D. Afonso IV (1325-1357), a mercearia que existiu junto à Sé de Lisboa, destinava-se a vinte quatro pobres, doze homens e doze mulheres. Mas no seu testamento, o rei faz referência explícita a "hum hospital a serviço de Deus". Na realidade, tratava-se de uma mercearia com a particularidade de, além de dinheiro para a alimentação, roupa e cama, os merceeiros terem também direito a assistência médica. As mercearias (nome que deriva da palavra mercês, "graças, benefícios, tenças, donativos, favores") destinavam-se a recolher pessoas de ambos os sexos, de "bons costumes, de boa fama, e vergonha", de boa condição mas caídas na pobreza ("homes bons e mulheres q houverem honra e houverem algo de seu, e boa vivenda, e cairão della, non por maos feitos que fizesse, nem por más manhas, nem por maos costumes q houvessem"), e geralmente idosos ("non sejão de menor idade de cincoenta annos", salvo se forem deficientes ou doentes crónicos), como se pode ler no testamento de D. Afonso IV (ca. 1345) (cit. por Lemos, 1991, Vol. I. 99). Em troca da assistência que lhes era prestada, os merceeiros ficavam obrigados a assistir diariamente a uma missa e a rezar pela alma dos seus benfeitores. A mercearia mais antiga que se conhece, no nosso País, terá sido fundada por Bartolomeu Joanes, um rico comerciante de Lisboa, em 1324, sendo destinada a doze pobres, que ali "seriam mantidos para todo o sempre" (Silva, 1981. 275)."
"Formada por metade das terras doadas, à Mitra de Lisboa, por D. Afonso Henriques, a Quinta da Mitra ia do ponto onde se fundaria, no século XV, o convento de São Bento, pertencente ao Padroado do Mosteiro de Alcobaça, até ao Poço do Bispo; e subia, depois até ao cimo da Azinhaga (Rua José Patrocínio), para acompanhar a Rua de Marvila, do lado esquerdo, até à frente da Azinhaga das Fontes ou dos Alfinetes. Foi durante alguns séculos, na primeira fase, a quinta de Marvila; e na segunda fase, principiada talvez no século XVI, a Quinta do Arcebispo. Apesar das terras da Mitra remontarem à formação da diocese de Lisboa e terem, consequentemente, uma longa história, só nos foi possível coordenar elementos relacionados com elas a partir do Arcebispo D. Jorge, figura de invulgar prestígio em Portugal e no Vaticano (1465-1500). Coube-lhe iniciar, na fazenda, a dinastia dos Costas. O mais antigo desses elementos, é a renovação do emprazamento feito, por três vidas, da valiosa quinta, a D. Catarina de Albuquerque, irmã do Arcebispo, pelo foro anual de 3 000 réis brancos, na era de 1495. Esta senhora legou o domínio útil da fazenda, por sua morte, a uma sobrinha, d. Helena da Costa, que teve a sorte de o possuir com isenção do foro, agora de 3 600 réis, a partir da vigência do Arcebispo D. Martinho da Costa, irmão de D. Jorge, seu tio também (1500-1521). Tal posição foi confirmada, posteriormente, pelo Cardeal Infante D. Afonso, quando esteve à testa do Arcebispado (1521-1540) e por alvarás de 31 de Dezembro de 1533, de 27 de Maio de 1535 e 1 de Julho de 1539. A transformação radical da residência rural da Quinta da Mitra e a sua aplicação a sede do Patriarcado deve-se a D. Tomás de Almeida, primeiro Cardeal de Lisboa, sagrado em 1716. Em 1834, devido à extinção das Ordens Religiosas, os bens eclesiásticos de Marvila reverteram para o Estado, acabando, por esta forma, um domínio histórico, quase lendário, que conduz aos alvores da nacionalidade. Com evocação perdurável no Poço do Bispo, a Quinta da Mitra ainda albergou, como residência patriarcal, D. Fr. Patrício da Silva (1826-1840) e D, Fr. Francisco de São Luís, Cardeal Saraiva, nela falecido em 7 de maio de 1845, mas principiou, na hasta pública de 1864, uma etapa diferente, menos cerimoniosa. É ela já conhecida, desde o conde de Salamanca e da sentimental D. Carolina Coronado, até à posse, pelo município lisboeta, do palácio rural, em 1930, e à aplicação da maioria dos respectivos terrenos, pelo Estado, ao Asilo da Mitra, em 1933. Diremos, apenas, para finalizar, que a história da restante parte do morgado de Marvila (e era a quase totalidade do lugar), com sede na Quinta do Conde (mais tarde Quinta do Marquês de Abrantes) e a partir do ano de 1637, em que faleceu o regedor Manuel de Vasconcelos, representando um contexto ligado a um domínio útil perpétuo e alcançado no século XVI, constitui, <<ipso facto>>, o prosseguimento e o remate evolutivo completos da maravilha rústica ribeirinha, doada à Mitra, em 1149, pelo primeiro Rei de Portugal." in Olisipo : boletim do Grupo "Amigos de Lisboa", A. XXVI, n.º 103, Julho 1963
Palácio da Mitra, anos 30 foto de Estúdios Mário Novais, in a.f. C.M.L.
Planta Topográfica de Lisboa 15 L, in A.M.L.
Palácio da Mitra, pátio da entrada, foto de Eduardo Portugal, in a.f. C.M.L.
Palácio da Mitra, pórtico, 1945, foto de Mário Tavares Chicó, in a.f. C.M.L.
Palácio da Mitra, painel de azulejos do jardim, foto de Mário Tavares Chicó, in a.f. C.M.L.
Palácio da Mitra, aspecto geral a partir do jardim, 1941, fotógrafo n/i, in a.f. C.M.L.
Palácio da Mitra, foto de Mário Tavares Chicó, in a.f. C.M.L.
"Convento de S. João Nepomuceno O asilo de Santa Catarina foi fundado em 1858 pelo livreiro-encadernador Joaquim Martins para recolher e educar as crianças daquela freguesia que ficaram ao abandono, sem pai nem mãe, por ocasião das teríveis epidemias da cólera-morbus e da febre amarela que asolaram a cidade tão atrozmente naquela ocasião. Foi esse um gesto de grande filantropo, que felizmente tem encontrado dedicados continuadores através dos tempos, sendo esse Asilo ainda hoje uma das mais prestimosas instituições de caridade privada na nossa capital, que ao presente acolhe 106 meninas à sua protecção. O Asilo funcionou inicialmente na Rua das Parreiras, até que mais tarde obteve do Governo a concessão do extinto Convento de S. João Nepomuceno, conforme carta de lei de 10 de Setembro de 1861. A transferência para esse novo local efectuou-se porém no ano de 1862, passando agora pois o primeiro centenário desse acontecimento, razão da presente nota histórica. O referido convento foi fundado pela Rainha D. Maria Ana de Áustria para nele estabelecer o Hospício dos Religiosos Carmelitas Descalços Alemães, custeando ela pr´pria a respectiva construção. A Igreja do Hospício foi benzida a 19 de Março de 1723. D. Maria Ana protegeu larga e realengamente aquela instituição e dedicava-lhe tão especial carinho que dispoz em testamento que o seu corpo fosseali sepultado, o que de facto sucedeu por ocasião da sua morte em 16 de Agosto de 1754. O túmulo da Rainha era uma preciosa peça de arte da autoria de Machado de Castro, que foi trasladado para o Panteão da Casa de Bragança, em S. Vicente de Fora, com grande cerimonial, vinte e seis anos mais tarde. O edifício do Convento, após a extinção dos Carmelitas Alemães por falta de religiosos, foi ocupado em 1830 por Padres Redentoristas Franceses, mas estes foram mais tarde transferidos para França e deram lugar à Ordem dos Minimos de S. Francisco de Paulo. Com a extinção das Ordens Religiosas o edifício foi utilizado a partir de 1834 para funções civis. Esteve ali o 12 Batalhão da Guarda Nacional, depois uma Escola de Latim, a secção Ocidental dos Liceus Nacionais e por último, em 1861, a Sociedade Farmacêutica Lusitana. A fachada da Igreja encontra-se reproduzida por Gonzaga Ribeiro in-Monumentos Sacros, pág, 97, calculando-se que tenha sido demolida por volta de 1859, antes portanto da entrega ao Asilo de Santa Catarina. Este Asilo com os seus 104 anos ininterruptos de existència é hoje uma das mais antigas casas de caridade privada da cidade de Lisboa tendo ali recebido educação muitas centenas de meninas órfãs. Tão formosa obra de beneficiência da capital merece sem dúvida esta nota de simpatia no momento em que comemora cem anos que está instalada no mesmo lugar."
in Olisipo : boletim do Grupo "Amigos de Lisboa", A. XXV, n.º 98, Abril 1962
Asilo de Santa Catarina, fachada, 1948, foto de Eduardo Portugal, in a.f. C.M.L.
Atlas da carta topográfica de Lisboa,nº 42, de Filipe Folque, im A.M.L.
Levantamento topográfico de Francisco Goullard, nº 329, in A.M.L.
Imagem de São João Nepomuceno existente no Asilo de Santa Catarina,fotógrafo n/i, in a.f. C.M.L.
"SENHORA. - Havendo a Camara Municipal de Lisboa de proceder á factura da Calçada da Rua Direita do Arsenal, desde o Terreiro do Paço até á Praça do Corpo Santo, bordando-a, para maior comodidade do transito publico, com passeios de lagêdo, em harmonia com a planta do resto da Cidade nova, e faltando apenas, para isto se conseguir, um passeio na frente do Edificio, que alli se acha pertencente á Fazenda Nacional; a Camara Municipal de Lisboa vem perante o Throno de Vossa Magestade rogar que seja servida mandar passar as suas ordens para que pela repartição das Obras Publicas, ou por outro qualquer outro meio, que a Vossa Magestade mais contente, se proceda á factura do referido passeio de lagêdo, afim de que a Municipalidade possa levar ao cabo a obra projectada.
Deus guarde a Vossa Magestade por muitos, e dilatados annos como todos havemos mister. Camara 14 de Julho de 1839."
in Synopse dos principaes actos administractivos da Camara Municipal de Lisboa do anno 1839
Rua do Arsenal, fotógrafo n/i, in a.f. C.M.L.
Levantamento topográfico de Francisco e César Goullard, nº 51, in A.M.L.
Rua do Arsenal, foto de Joshua Benoliel, in a.f. C.M.L.
" Egreja do Beato Antonio. - Adiante de Xabregas, e tambem junto ao Tejo, ergue-se no fundo de uma alameda d'arvores annosas este bello templo, com alta fachada de cantaria coroada por duas torres e varias piramides. Pertenceu outr'ora á congregação de S. João Evangelista, cujo convento agora se vê transformado em casas particulares, em fabricas, e armazens. A primeira fundação d'este convento foi obra da rainha D. Isabel, mulher del-rei D. Affonso V. Porém depois teve muios augmentos e reconstrucções. A egreja actual foi feita desde os alicerces no reinado de D. Sebastião por diligencias do conego Antonio da Conceição, beatificado no seculo passeado, e desde então conhecido por <<Beato Antonio>>, nome que o vulgo ficou dando á egreja, que tinha a invocação de S. Bento de Xabregas, e tambem ao sitio. Estão ligadas a este convento algumas memorias historicas d'aquelle infeliz reinado, pois el-rei D. Sebastião ia alli muitas vezes visitar e consultar sobre negocios do estado o conego Antonio da Conceição, a quem muito venerava por suas singulares virtudes. Ainda lá se mostra o logar onde o desditoso rei, nas vesperas da fatal jornada de Africa, se despediu d'elle pedindo-lhe o recommendasse nas suas orações. O templo, um dos mais vastos e bem construidos de Lisboa, e que resistira aos impulsos do terremoto, foi desgraçadamente profanado algumtempo depois da extinção das ordens religiosas, e despojado dos seus adornos, e de quanto servia ao culto divino. Pois além das circunstancias mencionadas, que reclamavam a sua conservação, accrescia mais encerrar as cinzas da infanta D. Catharina, filha del-rei D. Duarte, trasladadas para a capella-mór d'esta egreja, depois que o terremoto de 1755 destruiu o convento de Santo Eloy de Lisboa, onde tinham jazigo. Tambem na capella-mor do Beato Antonio se viam os tumulos dos antigos condes de Linhares, sustentados por elephantes de marmore. Ao lado da egreja ficava o celebre <<embrexado do Beato Antonio>>, que tanto povo attrahia em certos dias do anno, levados uns da devoção ás capelinhas do santo, outros da curiosidade para admirarem lindos mosaicos de conchas, pocelanas e pedrinhas, e alguns tambem do desejo de gozarem da frescura do logar, abrigado de um lado peka egreja, e dos outros por copadas arvores, e pelos terrenos escarpados da cerca." in Archivo pittoresco : semanario illustrado, 5.º Ano, n.º 45, 1862
Convento do Beato António, fachada principal, foto de Henrique Cavolla, in a.f. C.M.L.
Atlas da carta topográfica de Lisboa, nº9, de Filipe Folque, in A.M.L.
"Iniciando o resurgimento das grandes construcções navaes em Portugal; foi lançado á agua no dia 10 do corrente o novo cruzador de aço <<Rainha Dona Amelia>>, construido no Arsenal da Marinha sob a direcção do engenheiro sr. Croneau, contractado para assumir a gerencia technica d'aquelle estabelecimento fabril. A cerimonia do lançamento do navio chamou ao Arsenal uma multidão que enthusiasticamente saudou esse acto com gritos patrioticos e estrondosas salvas de palmas. O navio é elegantissimo e possue todos os melhoramentos indicados pela sciencia da nautica moderna e pelas mais recentes descobertas da arte da guerra...E podêmol-o dizer: poucas vezes temos assistido a espectaculos mais grandiosos e mais commoventes, do que esse lançamento d'um navio, do primeiro que a industria nacional construiu. Quando Sua Magestade a Rainha, ao soltar-se o ultimo espeque que prendia o casco, disse a phrase consagrada: Em nome de El-Rei, vae com Deus! - todos sentiram vibrar em si o enthusiasmo, a commoção, que despertára esta phrase tão simples e tão grande na sua simplicidade." in O Branco e Negro : semanário illustrado, Ano I, n.º 3, 22 Abr. 1899
Dom Carlos e a rainha Dona Amélia, no lançamento à água do cruzador Rainha Dona Amélia, 1899, foto de José Chaves Cruz, in a.f. C.M.L.
O Ocidente : revista ilustrada de Portugal e do estrangeiro, Nº 731
Dom Carlos e a rainha Dona Amélia, no lançamento à água do cruzador Rainha Dona Amélia, 1899, foto de José Chaves Cruz, in a.f. C.M.L.
Arsenal de Marinha, lançamento à água do cruzador Rainha Dona Amélia, 1899, foto de José Chaves Cruz, in a.f. C.M.L.
Arsenal de Marinha, lançamento à água do cruzador Rainha Dona Amélia, 1899, foto de José Chaves Cruz, in a.f. C.M.L.
"Convento de Nossa Senhora da Luz. - Foi fundado no seculo 16.º no logar em que já existia uma ermida com a mesma invocação. Segundo a lenda, tendo-se livrado milagrosamente Pero Martins do captiveiro em que jazia n'Africa pelos annos de 1463, recolhido á patria, e vivendo em Carnide, d'onde era natural, appareceu-lhe uma imagem de Nossa Senhora, cercada de luz, sobre uma fonte que havia perto do dito logar de Carnide. Pero Martins, reconhecendo n'aquella imagem a mesma Senhora que no carcere o confortara, e lhe valêra, construiu logo uma ermida junto da fonte, e n'ella recolheu a imagem, a qual intitulou de Nossa Senhora da Luz. Em 1543 deu el-rei D. João III esta ermida aos freires de Christo para alli edificarem um convento. Concorreu para esta obra a Infanta D. Maria, irmã d'aquelle soberano, edificando á sua custa em 1575 toda a capella mór da egreja, onde jaz em mausoleu de marmore. A invocação da ermida passou ao convento e á povoação que se foi fundando em volta d'elle. O terremoto de 1755 arrazou o convento e o templo, menos a capella mór, que ainda não ha muitos annos ostentava a sua magnificencia em bellas columnas e ricos marmores, dos quaes a despojaram modernamente." in Archivo pittoresco : semanario illustrado, 5.º Ano, n.º 45, 1862
Igreja de Nossa Senhora da Luz, fachada principal, 1949, foto de Estúdios Mário Novais, in a.f. C.M.L.
Pedra com inscrição assinalando a fundação de 1757 da nova igreja em substituição do convento de Nossa Senhora da Luz, totalmente destruído pelo Terramoto de 1755, foto de Armando Serôdio, in a.f. C.M.L.
Planta topográfica do Largo da Luz e Largo de Carnide, in A.M.L.
Planta topográfica do Largo da Luz e Largo de Carnide, in A.M.L.
Igreja de Nossa Senhora da Luz, fachada lateral, 1961, foto de Augusto de Jesus Fernandes, in a.f. C.M.L.