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Paixão por Lisboa

Espaço dedicado a memórias desta cidade

Paixão por Lisboa

Espaço dedicado a memórias desta cidade

SETIMO CENTENARIO DE SANTO ANTONIO - CORTEJO ALLEGORICO

"Na cidade tão constantemente amortecida, que azafama não vae por essas ruas! Ao fim de sete seculos, Santo Antonio ainda faz milagres.
Abandonou o throno pequenino, forrado de retalhos de papel barato, com florõesinhos de chumbo pintado e castiçaes com fosforos de cera, arrumado ao canto do portal, e cresceu, fez-se enorme, falou até em querer um grande throno no Arco da rua Augusta. Sahiu-se philosopho, em vez de santo, segundo alguns disseram. Mas para engrandecel-o, deitaram-lhe o binoculo, como creanças pequenas, ás avessas.
O facto é que não se fala senão em festas, procissões, fogos de artificio, espectaculos, toiradas, conferencias. As imagens do thaumaturgo surgem-nos por toda a parte, perseguem-nos por todas as esquinas, vidraças, lojas, em vulto, em oleographias, em registros. As bandeiras tremulam aos ventos, as illuminações continuam o pleno dia até alta noite, as bolsa abrem-se, os cofres despejam-se, para que outras se escancarem, para que outros abarrotem.
E dizia, ha dias, uma freirinha:
- Deixai-o. Estou convencida de que o Santo Antonio gosta de tudo isso.
Porque é assim a crença geral. Santo Antonio de Lisboa representa no christianismo portuguez a summa bondade, a compaixão para todas as pequeninas misereias. É elle quem casa as raparigas pobres, elle quem acha as coisas perdidas, elle quem sabe guiar as cartas no seu caminho - S.AT.G.- como d'antes escreviam as devotas n'um dos cantos do sobrescripto."

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Este állbum foi adquirido para o archivo da camara municipal de Lisbôa por iniciativa do vereador o ex.mº sr. José Martinho da Silva Guimarâes, vogal da grande comissão central dos Festejos Antoninos. Setembro de 1895" [Este texto foi transcrito da guarda do álbum]. João Augusto Camacho, Photographo, Rua dos Poiais de São Bento 71 - 2º Lisboa. Carimbo da Camara Municipal de Lisboa.

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"O cortejo alegorico era, porventura, um dos numeros do programma das festas antoninas a que se attribuia uma maior importancia, não so por effectivamente ser o mais interessante como por apresentar uma relativa originalidade.
Por isso, foi no meio de uma concorremcia verdadeiramente extraordinaria, que o cortejo percorreu as ruas da cidade baixa. Era grande o itinerario e todavia o cortejo fel-o rapidamente, pois que, ia tão rapido que em alguns sitios, apezar da sua grandeza, pouco mais de cinco minutos levava a passar."

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"O carro da Religião, executado segundo o projecto do sr. Bigaglia.
Via-se n'elle uma grande figura representando a Religião amparando a Cruz.
No centro do carro ia a thiara, as armas pontificaes, anjos, etc.
A figura foi executada pelo sr. Ianz e bem como a cruz imitava ser feita de marfim. Precediam este carro figuras allusivas: virgens, martyres e outras."

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"Seguia-se o carro das Virtudes projectado pelo sr. Vaz. A sua ornamentação era um docel, ao centro, todo franjado a ouro sustentado por quatro varas.
Debaixo do docel ia uma columna sobre a qual assentava um emblema formado por uma cruz, uma ancora e alguns ramos de palma dourados. Nos angulos viam-se quatro anjos e em volta do carro columnatas com açucenas. Em volta do docel tambem havia flôres."

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"O carro da Arte tinha duas figuras collossaes uma sentada e outra, a Venus de Milo. A primeira imitava bronze e a segunda marmore.
De resto a ornamentação era simples.
Todos estes carros eram ladeados por figuras allegoricas o que tornava interessante o aspecto geral, mas nem sempre havia congruencia historica entre as vestimentas."

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"Seguia-se o carro da Sciencia, que comquanto bem disposto não nos deu a impressão de magestade que apresentava o que figurou no centenario do Marquez de Pombal.
Acompanhavam este carro varios personagens allegoricos como astrologos, alchimicos, etc."

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"O carro da Imprensa em que se via ao centro um prelo primitivo, na frente do qual, um anjo coroava Guttemberg.
Seguia este carro, uma grande cavalgada á epoca de Santo Antonio."

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" O carro da Agricultura era um dos mais bonitos. Em volta do carro cestos vindimos, de dentro dos quaes sahiam espigas, ramos de oliveira, papoilas, hera,, etc. Em volta do estrado do carro cobrejões e mantas alemtejanas apanhadas e maçarocas de milho.
Dispersos sobre o carro utensilios de lavoura e ao centro uma figura representando Fauno.
Este carro era ladeado por agricultores allegoricos."

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"O carro da Pesca egualmente acompanhado por pescadores."

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"Seguiam-se os carros da Industria e o da Marinha tendo sido este executado e ornamentado no arsenal sob a direcção.
Era um galeão cujo casco de lona pintado de vermelho estava encanastrado com cordas de cairo, tendo nos intervallos do xadrez, rosetas e pinhas feitas de cabo de linho, trabalho primoroso de marinheiros.
O corrimão fingindo pau d'amura, era de cairo com pinhas de ananaz e de annel alcatroadas e brancas. Á prôa do galeão uma lanterna e trpheus formados por lemes, remos croques e forquetas, encimados por um escudo com as armas portuguezas. Este escudo, que é em madeira, apresenta magnifica obra de talha.

O carro das Colonias tinha umas figuras e allegorias que não eram bem caracteristicas."

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 "Seguiam-se tres carros ornamentados na fabrica de armas debaixo da direcção do sr. tenente coronel de artilheria Bordallo Pinheiro, lente da escola do exercito.
Podemos descrever esses carros da forma seguinte, havia requintado gosto e subida arte na sua execução."

 

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"O carro da camara municipal de Lisboa, era severo e grave.
Sob um throno, nu de ornamentação, ia a figura da cidade. Por detraz d'ella pendia de um alto e delgado mastro a bandeira da cidade.
Tinha imponencia, porém era severo demais.
Acompanhava este carro uma força de bombeiros municipaes."

Textos in O occidente : revista illustrada de Portugal e do estrangeiro, Nº 593 e 596, de 1895

Álbum de fotos in a.f. C.M.L.

AVENIDA CALOUSTE GULBENKIAN

"No caso que intitula este artigo duas poderosas razões o justificam: falar do patrono toponímico da nova avenida lisbonense e comentar a importância que esta assume imediatamente no aperfeiçoamento do sistema interno de comunicações.
Escolheu o Sr. General França Borges o dia festivo da cidade - 25 de Outubro - para o acto inaugural, que efectivamente decorreu com a solenidade apropriada. Não só se abriu ao trânsito rápido uma nova artéria de grande escoamento, mas fez-se também do facto uma verdadeira comemoração pública, coma excelsa presença do Chefe do Estado, do Presidente da Fundação Gulbenkian e outras individualidades.
O traçado da Avenida Gulbenkian não só não buliu em relíquias veneráveis como veio desvendar panorâmicamente mais uma nova fisionomia do aqueduto joanino. Com a mesma franqueza com que se censuraria um desacerto, se aplaude o senso dos técnicos intervenientes no delineamento.
Houve festa grande, portanto, em Lisboa no dia 25 de Outubro."
in Olisipo : boletim do Grupo "Amigos de Lisboa", A. XXX, n.º 120, Outubro/Dezembro 1967

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Abertura da Avenida Calouste Gulbenkian, foto de Artur Inácio Bastos, in a.f. C.M.L.

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Abertura da Avenida Calouste Gulbenkian, foto de Artur Inácio Bastos, in a.f. C.M.L.

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Abertura da Avenida Calouste Gulbenkian, João Brito Geraldes, in a.f. C.M.L.

Avenida Calouste Gulbenkian em construção, 1967,

Avenida Calouste Gulbenkian em construção, 1967, foto de Artur Inácio Bastos, in a.f. C.M.L.

Avenida Calouste Gulbenkian em construção, 1967,

Avenida Calouste Gulbenkian em construção, 1967, foto de Artur Inácio Bastos, in a.f. C.M.L.

Avenida Calouste Gulbenkian em construção, 1967,

Avenida Calouste Gulbenkian em construção, 1967, foto de Artur Inácio Bastos, in a.f. C.M.L.

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Avenida Calouste Gulbenkian em construção, 1967, foto de Artur Inácio Bastos, in a.f. C.M.L.

Avenida Calouste Gulbenkian em construção junto

 Avenida Calouste Gulbenkian em construção junto da Estação de Caminhos de Ferro de Campolide, foto de Artur Inácio Bastos, in a.f. C.M.L.

 

 

 

Centenário de Alexandre Herculano - 1910

"Á entrada dos Jeronymos foi d'um bello effeito o desfile, assim como diante do tumulo do grande historiador, que está no claustro da Casa Pia.
O chefe do Estado estivera ali momentos antes e depuzera uma corôa sobre o monumento onde jaz aquelle que foi o mais devotado amigo de D. Pedro V e seu mestre em lettras.
Apoz a passagem do cortejo no mosteiro, a camara municipal de Lisboa, acompanhada por muito povo, pela comissão executiva do centenario e alguns estudantes, foi á egreja da Boa Hora, proxima d'Ajuda, onde esteve installado o antigo municipio de Belem, de que o historiador foi o primeiro presidente e ali descerrou a lapide collocada na fachada do edificio e onde se lê:
<<Ao egregio cidadão de Lisboa; ao extremoso defensor das regalias municipaes; ao primeiro presidente da extincta camara municipal de Belem, Alexandre Herculano de Carvalho Araujo. Homenagem da Camara Municipal de Lisboa. Primeiro centenario do seu nascimento 1810-1910.>>"
in Ilustração Portuguesa, 2.ª série, n.º 220, 9 de Maio de 1910

O cortejo das comemorações do centenário de Ale

O cortejo das comemorações do centenário de Alexandre Herculano, foto de Joshua Benoliel, in a.m. C.M.L.

A comissão do centenário de Alexandre Herculano

A comissão do centenário de Alexandre Herculano à porta do mosteiro dos Jerónimos com as pessoas que foram em romaria ao túmulo do historiador, foto de Joshua Benoliel, in a.m. C.M.L.

Romagem ao mausoléu de Alexandre Herculano no Mos

Romagem ao mausoléu de Alexandre Herculano no Mosteiro dos Jerónimos, foto de Joshua Benoliel, in a.m. C.M.L.

Mosteiro dos Jerónimos, túmulo de Alexandre Herc

Mosteiro dos Jerónimos, túmulo de Alexandre Herculano, foto de Domingos Alvão, in a.m. C.M.L.

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