"Muita gente ignora o motivo de se haver posto o nome de - Travessa do Pintor - á pequena rua que vai da Carreira dos Cavallos ao Arco do Cego. Pois é uma razão histórica, e que deve conservar gratas lembranças n'aquelles que estudam a vida dos homens mais notaveis que perpetuaram em Portugal as artes da pintura. Esta pintor de que aqui se trata, e que deu nome á travessa indicada, foi Pedro Alexandrino, o nosso pintor historico mais notavel pela época do terremoto, aquelle a cujo pincel facil devem os nossos principaes templos, demolidos ou incendiados pelos temerosos desastres d'aquella grande catastrofe, os seus retabulos, - retabulos que foram substituir as obras do seu antigo mestre André Gonçalves. Pedro Alexandrino possuia uma casa n'aquelle sítio, que se tornava fallada, principalmente, por uma grande cisterna em que gastara somas prodigiosas. Era uma mania. Chegava elle a dizer, que a mór parte do importe de seus quadros a tinha metido na cisterna. Quando alguem, visitando-o, lhe perguntava pelas suas obras, dizia logo com a jovialidade que lhe era habitual: - Tenho tudo metido na cisterna. O nome d'este artista notavel deu o nome á travessa, que com razão se devia ufanar d'elle, porque Pedro Alexandrino teve merecimento, o que é impossivel de negar diante da sua melhor obra, que é o quadro do Salvador do Mundo, colocado na Sé de Lisboa. è uma composição elevada, em que a frouxidão de colorido se resgata pela correcção do desenho elegante e facil. Há pouco quando a Camara tratou de alargar aquella travessa, houve alguem que se lembrou, de certo por ignorar a razão historica d'aquella denominação, de mudar o nome de Travessa do Pintor para Rua do Hospital D.ª Estefania." in Olisipo : boletim do Grupo "Amigos de Lisboa", A. XVII, n.º 67, Julho 1954
Salvador do Mundo, foto de Nuno Saldanha
Pedro Alexandrino de Carvalho (1729-1810), pintor de Portugal, foto in MatrizPix
Atlas da carta topográfica de Lisboa, N 20, 1858, de Filipe Folque, in A.M.L.
"Lisboa orgulha-se de uma riqueza espantosa em azulejos. Quem, à margem de um inventário, os quisesse estudar, teria que elaborar alguns volumes. Muito se tem trabalhado e escrito sobre azulejos de Lisboa, mas eu atrevo-me a afirmar que está quase tudo por fazer. É que o azulejo pela sua natureza esconde-se, oculta-se, deixa-se entaipar, consente o anonimato, tolera a cobertura, o escambo, a anulação visual. Todos os dias descubro o que até agora não via apontado, e devo confessar que só uma parte mínima desses milhares de documentos de cerâmica tem desfilado perante meus olhos. Há os azulejos históricos, os objectivos, os sacros, os bíblicos, os militares, os decorativos, os de fantasia, os de corte, os de cumprimentos. Panos que enchem claustros, quadros que cobrem paredes, maravilhas de Lisboa, património ignorado de cerâmica, que não é constituído apenas pelos exemplares de S. Vicente e do Hospital de S. José, mas também pelos das casas pequenas, e dos palácios, e restos de convento, eirados e terraços, pátios e vestíbulos, capelas e alegretes." 1939 Norberto d'Araujo in Olisipo : boletim do Grupo "Amigos de Lisboa", A. XV, n.º 57, Janeiro 1952
Museu Nacional do Azulejo, Lisboa, Portugal
Grande Vista de Lisboa.
Painel de azulejos em majólica azul e branco, atribuído a Gabriel del Barco, ca 1700, proveniente do antigo Palácio dos Condes de Tentúgal em Lisboa. Fotógrafo João Miguel dos Santos Simões, in biblarte
Museu Nacional do Azulejo, Lisboa, Portugal
Azulejos hispano-mouriscos de corda seca e aresta, séculos XV e XVI. Peça da coleção. Fotógrafo João Miguel dos Santos Simões, in biblarte
Museu Nacional do Azulejo, Lisboa, Portugal
Retratos de Carlos II de Inglaterra e D. Catarina de Bragança, ca. 1662, século XVII. Oferta dos Condes de Penha Garcia. Peça da coleção. Fotógrafo João Miguel dos Santos Simões, in biblarte
Convento da Penha de França, actual igreja da Penha de França, azulejos, 1951, foto de Eduardo Portugal, in a,.f. C.M.L.
Palácio Galveias, painéis de azulejos do átrio, 1950, fotógrafo n/i, in a,.f. C.M.L.
Palácio Marquês de Fronteira, varanda da capela, painel de azulejos com a representação da Música, 1911, foto de Joshua Benoliel, in a,.f. C.M.L.
Registo de santos, 1949, foto de Eduardo Portugal, in a,.f. C.M.L.
Cervejaria Trindade, 1944, foto de Eduardo Portugal, in a,.f. C.M.L.