"No caso que intitula este artigo duas poderosas razões o justificam: falar do patrono toponímico da nova avenida lisbonense e comentar a importância que esta assume imediatamente no aperfeiçoamento do sistema interno de comunicações. Escolheu o Sr. General França Borges o dia festivo da cidade - 25 de Outubro - para o acto inaugural, que efectivamente decorreu com a solenidade apropriada. Não só se abriu ao trânsito rápido uma nova artéria de grande escoamento, mas fez-se também do facto uma verdadeira comemoração pública, coma excelsa presença do Chefe do Estado, do Presidente da Fundação Gulbenkian e outras individualidades. O traçado da Avenida Gulbenkian não só não buliu em relíquias veneráveis como veio desvendar panorâmicamente mais uma nova fisionomia do aqueduto joanino. Com a mesma franqueza com que se censuraria um desacerto, se aplaude o senso dos técnicos intervenientes no delineamento. Houve festa grande, portanto, em Lisboa no dia 25 de Outubro." in Olisipo : boletim do Grupo "Amigos de Lisboa", A. XXX, n.º 120, Outubro/Dezembro 1967
Abertura da Avenida Calouste Gulbenkian, foto de Artur Inácio Bastos, in a.f. C.M.L.
Abertura da Avenida Calouste Gulbenkian, foto de Artur Inácio Bastos, in a.f. C.M.L.
Abertura da Avenida Calouste Gulbenkian, João Brito Geraldes, in a.f. C.M.L.
Avenida Calouste Gulbenkian em construção, 1967, foto de Artur Inácio Bastos, in a.f. C.M.L.
Avenida Calouste Gulbenkian em construção, 1967, foto de Artur Inácio Bastos, in a.f. C.M.L.
Avenida Calouste Gulbenkian em construção, 1967, foto de Artur Inácio Bastos, in a.f. C.M.L.
Avenida Calouste Gulbenkian em construção, 1967, foto de Artur Inácio Bastos, in a.f. C.M.L.
Avenida Calouste Gulbenkian em construção junto da Estação de Caminhos de Ferro de Campolide, foto de Artur Inácio Bastos, in a.f. C.M.L.
"Á entrada dos Jeronymos foi d'um bello effeito o desfile, assim como diante do tumulo do grande historiador, que está no claustro da Casa Pia. O chefe do Estado estivera ali momentos antes e depuzera uma corôa sobre o monumento onde jaz aquelle que foi o mais devotado amigo de D. Pedro V e seu mestre em lettras. Apoz a passagem do cortejo no mosteiro, a camara municipal de Lisboa, acompanhada por muito povo, pela comissão executiva do centenario e alguns estudantes, foi á egreja da Boa Hora, proxima d'Ajuda, onde esteve installado o antigo municipio de Belem, de que o historiador foi o primeiro presidente e ali descerrou a lapide collocada na fachada do edificio e onde se lê: <<Ao egregio cidadão de Lisboa; ao extremoso defensor das regalias municipaes; ao primeiro presidente da extincta camara municipal de Belem, Alexandre Herculano de Carvalho Araujo. Homenagem da Camara Municipal de Lisboa. Primeiro centenario do seu nascimento 1810-1910.>>" in Ilustração Portuguesa, 2.ª série, n.º 220, 9 de Maio de 1910
O cortejo das comemorações do centenário de Alexandre Herculano, foto de Joshua Benoliel, in a.m. C.M.L.
A comissão do centenário de Alexandre Herculano à porta do mosteiro dos Jerónimos com as pessoas que foram em romaria ao túmulo do historiador, foto de Joshua Benoliel, in a.m. C.M.L.
Romagem ao mausoléu de Alexandre Herculano no Mosteiro dos Jerónimos, foto de Joshua Benoliel, in a.m. C.M.L.
Mosteiro dos Jerónimos, túmulo de Alexandre Herculano, foto de Domingos Alvão, in a.m. C.M.L.
"Ao longo de praticamente todo o século XIX, e até aos loucos anos 1920 – quando começou a moda de apanhar sol para bronzear a pele –, ia-se à praia apenas para tomar banhos de mar, com o objectivo de curar doenças como a anemia, a depressão e o raquitismo infantil. Funcionava como se fosse uma receita: os médicos definiam a duração da estadia junto ao mar e chegavam nalguns casos ao extremo de indicar o número de mergulhos por cada banho, consoante a idade, o sexo e as condições do doente – mulheres e crianças em Julho e Agosto, para não se sujeitarem a um estímulo tão forte; homens saudáveis no tempo mais frio para robustecer o organismo. Após o mergulho no mar, o corpo devia ser "friccionado com um lençol áspero até dar à pele uma cor rosada", recomendou Ramalho Ortigão. Os banhistas refugiavam-se então na barraca, ainda embrulhados na toalha, e colocavam os pés numa gamela com água doce, para tirar o sal e a areia. Logo a seguir vestiam as roupas secas e saíam da praia, normalmente antes das 11h, para voltarem apenas no dia seguinte." in http://www.sabado.pt/vida/detalhe/os_primeiros_dias_na_praia.html
Praia de Pedrouços, 1920, foto de Eduardo Portugal, in a.f. C.M.L.
Praia de Pedrouços, 1937, foto de Eduardo Portugal, in a.f. C.M.L.
Banhistas na praia de Pedrouços,em segundo plano, a canhoneira-torpedeira Tejo e o cruzador Vasco da Gama, foto de Alberto Carlos Lima, in a.f. C.M.L.
Praia de Pedrouços, foto de Eduardo Portugal, in a.f. C.M.L.
Praia entre a Ribeira e a antiga Praia de Pedrouços, ao fundo a Fábrica do Gás e a Torre de Belém, foto de Eduardo Portugal, in a.f. C.M.L.
"Ao cabo de sete anos de arrojadas travessias transoceânicas, o <<Graf Zeppelin>> dignou-se honrar as Festas da Cidade com a sua passagem sobre Lisboa. Compreende-se o entusiasmo da população alfacinha ao admirar a 50 metros de altura, essa verdadeira maravilha da indústria aeronáutica que causou assombro ao mundo inteiro." Assim descrevia a revista Ilustração, nº 228 a passagem deste dirigível, no ano de 1935, voltaria no ano seguinte, 1936, conforme nos relata o Diário de Notícias, para desta vez lançar cabos, para recolher o correio destinado ao Rio de Janeiro.
Panorâmica de Lisboa, vendo-se a Encosta do Castelo e a Sé sobrevoados pelo dirigível Zeppelin, foto de Ferreira da Cunha, in a.f. C.M.L.
Dirigível Graf Zeppelin, sobrevoando Lisboa por ocasião das Festas de Lisboa 10 de Junho de 1935, foto Estúdio Horácio Novais, in Biblioteca de Arte / Art Library Fundação Calouste Gulbenkian
Dirigível Graf Zeppelin, sobrevoando Lisboa por ocasião das Festas de Lisboa 10 de Junho de 1935, foto Estúdio Horácio Novais, in Biblioteca de Arte / Art Library Fundação Calouste Gulbenkian
Dirigível Graf Zeppelin, sobrevoando Lisboa por ocasião das Festas de Lisboa 10 de Junho de 1935, foto Estúdio Horácio Novais, in Biblioteca de Arte / Art Library Fundação Calouste Gulbenkian
Dirigível Graf Zeppelin, sobrevoando Lisboa por ocasião das Festas de Lisboa 10 de Junho de 1935, foto Estúdio Horácio Novais, in Biblioteca de Arte / Art Library Fundação Calouste Gulbenkian
O dirigível Zeppelin, na zona de Santos, foto in Diário de Notícias
"A celebração do terceiro centenario de Camões, ainda que não produzisse - pela impressão das pompas com que se adorna, outro resultado senão concentrar a attenção do povo na sublime epopêa que resume a biblia das nossas glorias, ficaria em todo o caso assignalado como uma data memoravel e como um documento que ennobrece a geração que soube inspirar-se n'um alto sentimento de justiça para honrar o nome que symbolisa a idéa da nacionalidade com as suas tradições gloriosas e as suas aspirações futuras. Ella ajuda a insufflar na consciencia popular a porção d'ideal que lhe falta n'este momento historico, e sem o qual os povos não passam d'uns venerandos cadaveres que os interesses politicos e diplomaticos contam ás vezes no numero dos vivos, mas aos quaes o esquecimento universal já talhou a mortalha com que n'um dia breve teem de descer á sepultura. N'este instante a Europa lembra-se de nós e festeja o nome portuguez symbolizado no nome de Camões, não pelas conquistas feitas pelos reis mas simplesmente pelas estrophes feitas pelo poeta, e coisa estranha! do nosso dominio universal resta-nos uma sombra; das nossas glorias passadas um livro: sem o livro o mundo moderno tomar-nos-ia por um espectro: com os <<Lusiadas>> toma-nos por um conviva. Nos conflictos e nas luctas d'interesses da civilisação actual a epopêa de Camões é a nossa carta d'admissão. E se por ventura um grande genio, nol-a tivesse negado, o nosso logar, hoje, no convivio das nações não seria á mesa do festim: seria simplesmente á porta. N'este momento Vasco da Gama e o seu cantor repousam ambos a par sob as abobadas dos Jeronymos - que é a epopêa da gloria d'ambos traduzida em pedra, e depois de tres seculos d'esquecimento juntam-se na terra, da mesma fórma que já estavam juntos na immortalidade." in O Ocidente : revista ilustrada de Portugal e do estrangeiro, Suplemento ao N.º 59 ( 10 Jun. 1880 )
Casa onde morreu Luís de Camões, foto de Joshua Benoliel, in a.f. C.M.L.
Atlas da carta topográfica de Lisboa nº 36, de Filipe Folque, in A.M.L.
Portada do esboço feito em 1817 por Dom José Maria de Sousa Botelho, Morgado de Mateus, para Os Lusíadas, foto de José Arthur Leitão Bárcia, in a.f. C.M.L.
Casa onde viveu e morreu Luís de Camões, Calçada Santana, foto Eduardo Portugal, in a.f. C.M.L.
Casa onde morreu Luís de Camões, foto de Joshua Benoliel, in a.f. C.M.L.
<<Era 1374. O con/celho da cidade de / Lisboa mandou fazer es/ta fonte a serviço de Deus / e do nosso senhor Rei Dom Afonso / por Gil Esteves, tesoure/iro da dita cidade, e Afonso Soa/res, escrivão. Deo gratias.>>
"Suponho que nada mais se sabe àcêrca da construção do chafariz do Largo do Andaluz, além do que nos conta a velha incrição que, há bons seiscentos e seis anos, lhe colocaram, comemorando a obra. Corria o ano de 1336, quando o Conselho da Cidade encarregou o seu tesoureiro e o seu escrivão, de o mandarem fazer para serviço de Deus e do bravo vencedor do Salado, que é como quem diz: para refrigério dos sedentos caminhantes."
in Olisipo : boletim do Grupo "Amigos de Lisboa", A. VII, n.º 25, Janeiro 1944
Chafariz do Andaluz, foto de Amaro de Almeida, in a.f. C.M.L.
Lápide do chafariz do Andaluz, foto de Armando Serôdio, in a.f. C.M.L.
Chafariz do Andaluz, lápide e escudo colocados na parede do fundo, foto de Eduardo Portugal, in a.f. C.M.L.
Chafariz do Andaluz, foto de Eduardo Portugal, in a.f. C.M.L.
Memoria sobre chafarizes, bicas, fontes, e poços públicos de Lisboa, Belem e muitos logares do termo, de Veloso de Andrade
Memoria sobre chafarizes, bicas, fontes, e poços públicos de Lisboa, Belem e muitos logares do termo, de Veloso de Andrade
Memoria sobre chafarizes, bicas, fontes, e poços públicos de Lisboa, Belem e muitos logares do termo, de Veloso de Andrade
"A construção desta casa de campo decorreu na primeira metade do séc. XVIII, sendo o seu proprietário o arquitecto João Frederico Ludovice, que a habitou a partir de 1748. A quinta apresenta uma planta quadrada com volumes escalonados. Na fachada do edifício principal encontramos uma divisão em dois andares estando ritmada através da disposição regular de vãos rectangulares, possuindo uma porta ao centro encimada por uma janela. É através desta porta que se processa o acesso ao interior. A capela localizada na parte central da casa possui a fachada animada por um frontão vasado por um óculo, tendo no eixo uma cruz, e o interior decorado com mármores de embrechados de coloração negra e rosa.
Partes do edifício descriminadas no diploma de classificação: Fachada principal; Portão de entrada no pátio; Fachada sobre o pátio; Fachada posterior; Conjunto da capela, abrangendo as telas existentes na mesma capela; Todos os elementos artísticos de arquitectura e escultura que se encontrem dispersos no jardim e no parque da referida Quinta."
"AS NOVAS CONSTRUCÇÕES DE LISBOA" "As transformações rapidissimas por que passou Lisboa n'estes ultimos sete annos são, entre muitos outros, um documento da nossa capacidade, sob o restricto ponto de vista da actividade e da iniciativa portuguezas. O ultimo anno do seculo XIX assistia aos trabalhos preliminares da nova e vastissima cidade, com que Lisboa ia engrandecer-se em direcção ao norte e ao nascente, e já hoje, nas largas avenidas abertas, as arvores crescem, dão sombra e flôr, os palacios alinham-se e os globos de luz electrica enchem com o seu luar as noites escuras e chuvosas de inverno...O palacio que o sr. Candido Sotto Mayor está concluindo na avenida Fontes Pereira de Mello, e com que iniciamos esta interessante série de monographias, começou a construir-se em 2 de março de 1902, tendo principiado a construcção da enorme muralha de supporte, sobre o largo do Andaluz, em 24 de junho do anno anterior. O magnifico edificio, de estylo composito, com predominancia da architectura franceza sobre a italiana, é de uma grande harmonia de linhas e eleva-se ao centro de um vasto jardim gradeado, com a fachada principal voltada para a avenida...Onde hoje os jardineiros estão plantando roseiras, elevava-se no fim do seculo passado - ha seis annos ainda - o palacio dos Mayers, construido nos principios do seculo XIX...O projecto da nova e esplendida casa, que veio substituir o antigo solar dos Mayers, é do capitão de engenharia, lente da Escola do Exercito, adjunto technico ao gabinete dos dois primeiros ministros das obras publicas do actual governo, e antigo deputado sr. Antonio Rodrigues Nogueira. Como auxiliares, na qualidade de desenhadores, o illustre engenheiro o sr. Ezequiel Bandeira que vinha de terminar o curso de Bellas Artes, e a seguir o sr. Carlos Alberto Correia Monção." in Ilustração Portuguesa, 2ª série, n.º 3, 12 de Março de 1906
Palácio Sottomayor, pós 1906, foto de Paulo Guedes, in a.f. C.M.L.
Planta Topográfica de Lisboa 10 J, 1910, in A.M.L.
Avenida Fontes Pereira de Melo, (à direita e atrás das paliçadas, pode ver-se o Solar dos Mayers, que viria a ser demolido para dar lugar ao Palácio Sottomayor ), foto de Alberto Carlos Lima, in a.f. C.M.L.
Palácio Sottomayor, pós 1906, foto de Paulo Guedes, in a.f. C.M.L.
Palácio Sottomayor, visto do Largo do Andaluz,1965, foto de Arnaldo Madureira, in a.f. C.M.L.
O Instituto Gama Pinto é o único Instituto de Oftalmologia público existente no país e a sua criação remonta ao século XIX, nos reinados de D. Luiz e D. Carlos I.
"Sobranceiro ao Tejo, na encosta do monte do Castello que olha a oeste, ergue-se com serena mas fria magestade o antigo mosteiro de S. Vicente de Fóra, hoje residencia dos Patriarchas de Lisboa...Quando D. Affonso Henriques veiu arrebatar, aos já desagregados restos da Hespanha muçulmana, esta perola, que depois seria a princeza das outras cidades, Lisboa...Rendida Lisboa, em S. Vicente se levantou o mosteiro, que pela devoção que o rei tinha a S. Theotonio e aos seus conegos de Santa Cruz de Coimbra, á ordem de Santo Agostinho o destinou...Quando D. Filippe II de Hespanha fez a sua entrada em Portugal, após a invasão que o tornou o injusto senhor d'este bello torrão, visitou o mosteiro, e como o visse assás arruinado e ameaçando destruição completa, quiz deixar um padrão da sua munificencia para com este paiz, ordenando fosse reformado e reconstruido totalmente, incumbindo da obra o architecto Filippe Terzo. Tinha este sciencia, mas faltava-lhe gosto e calor. Ainda assim, apezar da frieza, que não pôde deixar de respirar um monumento levantado por Filippe II, tem elle grandeza e certa magestade relativa. Foi em 1629 que as obras se concluiram, tendo durado mais ou menos quarenta e sete annos. D'então para cá tem passado o mosteiro por varias vicissitudes, tendo já servido de patriarchal. Em 1833, por occaião da suppressão das ordens religiosas, foi o mosteiro destinado para residencia dp Patriarcha, e a egreja considerada interinamente patriarchal, até que esta passou definitivamente para o seu verdadeiro templo, a veneranda Sé de Lisboa. Estatuas colossais adornam a frontaria do edificio. No interior marmores magnificos revestem as capellas; e nomeadamente a capella-môr. Ali se encontram obras de Joaquim Machado de Castro e dos seus mais notaveis discipulos Alexandre Gomes, Antonio dos Santos e Manuel Vieira...É por ser hoje em S. Vicente de Fóra o jazigo da familia real portugueza, que esta egreja é mais procurada e visitada pelos estrangeiros." in O Ocidente : revista ilustrada de Portugal e do estrangeiro, N.º 52 ( 15 Fev. 1880 )
Igreja e Mosteiro de São Vicente de Fora, fachada principal, foto de Eduardo Portugal, in a.f. C.M.L.
Atlas da carta topográfica de Lisboa, nº 37, de Filipe Folque, in A.M.L.
Desenho do Mosteiro de São Vicente de Fora, anterior à reconstrução filipina, foto de José Arthur Leitão Bárcia, in a.f. C.M.L.
Igreja de São Vicente de Fora, interior, fotógrafo n/i, in a.f. C.M.L.
Igreja de São Vicente de Fora, sala da portaria que serviu também de chancelaria e de capela dos patriarcas, fotógrafo n/i, in a.f. C.M.L.
Igreja de São Vicente de Fora - Panteão, interior, fotógrafo n/i, in a.f. C.M.L.