O Passeio Público
"O Passeio Público. Com que enternecida dor o viram desaparecer e ficaram recordando, tristes e saudosos, os que por ele deambularam, procuramdo aprazível distracção, cavaqueira amena, coscuvilhice reles ou seguindo a pista da mulher amada!
O Passeio Público ou Passeio do Rossio foi ideado pelo Marquês de Pombal, que em 1764 encarregou o arquitecto Reinaldo Manuel de delinear a sua traça e respectivo arranjo. Foram aproveitados, entre outros, os terrenos das Hortas da Cera, propriedade do Marquês de Castelo Melhor, antes chamados Hortas de S. José. No sítio, como era muito alagadiço, foi lançado parte do entulho do terramoto.
O calcetamento dos passeios, com caprichosos desenhos, formando mosaico, foi feito «por grilhetas, com a enorme bola de ferro preza a uma das pernas, para não poderem fugir>>.
Entre os grandes melhoramentos, introduzidos a partir de 1834, e em que interveio outro arquitecto não menos ilustre, de nome Malaquias Ferreira Leal, constou o acrescentamento de 30 metros à extensão de origem, que não ia além de 300 metros. A transformação e embelezamento das frentes sul e norte do Passeio e a colocação dos portões de ferro datam, respectivamente, de 1838 e 1840. A inauguração das primeiras foi em 4 de Abril, dia do aniversário natalício da Rainha D. Maria II.
Júlio César Machado, duma forma sintética, disse: << OPasseio Público representa por si mesmo Lisboa na rua>>.
E Alfredo Mesquita escreveu mais detalhadamente que << O ponto de reunião dos lisboetas era o Passeio Público. onde ia desaguar, canalizada por todas as ruas da Baixa, por todas as calçadas dos bairros altos, a vida de Lisboa, tal como era a esse tempo - monótona e melancólica»."
in Revista municipal N.º 90
Passeio Público, alameda principal, foto de Eduardo Portugal, in a.f. C.M.L.
Passeio Público, entrada sul, foto de Eduardo Portugal, in a.f. C.M.L.
Passeio Público, fonte, foto de José Arthur Leitão Bárcia, in a.f. C.M.L
Passeio Público, terraço da cascata, foto de José Arthur Leitão Bárcia, in a.f. C.M.L
Rua do Príncipe, actual rua 1º de Dezembro. Vê-se o portão Sul do Passeio Público, 1882, fotógrafo n/i., in a.f. C.M.L.