"Data de Janeiro de 1869 a introdução na capital, com aprovação do Município, dessas pequeninas formas de arquitectura, populares e utilitárias, de origem oriental, e deve-se uma tal iniciativa a Tomás de Melo, uma curiosa figura da Lisboa de ontem, associado com Porto Miguéis. Essas lojecas de pequeno comércio, que se destinaram principalmente à venda de tabacos, refrescos, jornais, revistas e lotarias, espalharam-se pelas principais praças e largos da cidade. Lisboa chegou a possuir 34 e só no Rossio se contavam seis desses quiosques, em cuja construção se especializou a antiga casa J. Lino, depois J. Lino & C.ª, estabelecida com estância de madeiras, materiais de construção e carpintaria mecânica. O fundador da firma era pai do arquitecto Raúl Lino." in Olisipo : boletim do Grupo "Amigos de Lisboa", A. XXIII, n.º 89, Janeiro 1960
Quiosque da Praça Luís de Camões, 1908, foto de Joshua Benoliel, in a.f. C.M.L.
Quiosque da Avenida da Liberdade, 1908, foto de Joshua Benoliel, in a.f. C.M.L.
Quiosque do Jardim de São Pedro de Alcântara, foto de Joshua Benoliel, in a.f. C.M.L.
Quiosque do Largo do Príncipe Real, foto de Joshua Benoliel, in a.f. C.M.L.
Quiosque do Largo da Boa Hora, 1908, foto de Joshua Benoliel, in a.f. C.M.L.
Quiosque na praça da Estrela, foto de Joshua Benoliel, in a.f. C.M.L.
Quiosque do Largo do Rato, pós 1917, foto de Joshua Benoliel, in a.f. C.M.L.
"O morgado dos Lagares, ou dos Lagares d'El-Rei, proveio de doação de El-Rei D. João I, feita ao Doutor Martim Afonso Pires, da Charneca, que, em Bolonha, foi companheiro do célebre Doutor João das Regras. Pelos seus feitos contra os castelhanos, El-Rei D. João I fez-lhe mercê, em 11 de Dezembro de 1392, das «vinhas com seus lagares acerca de Lisboa a alem darroios que partem com o caminho da Charneca e com o caminho de Sacavém», isto é, toda a faixa de terreno hoje compreendida, sensivelmente, entre as actuais Avenidas de Roma e Gago Coutinho, terminando, ao norte, no local da antiga Azinhaga da Feiteira, e ao sul sensivelmente, na Rua Actriz Virgínia. Os «Lagares» passaram, mais tarde, à bisneta do Doutor Martim Afonso Pires, D. Constança de Noronha, Condessa de Avranches, por seu casamento com D. Fernando de Almada, 2.º Conde desse título. De então até hoje, tem andado esse antigo reguengo, sempre na posse dos primogénitos da Família Almada e assim, na altura do domínio filipino, ele encontrava-se na de D. Lourenço de Almada, pai do glorioso restaurador, D. Antão, e que viveu largos anos com a família, durante a calamitosa dominação estrangeira, na sua casa de Condeixa, onde se havia recolhido, repudiando todos os cargos públicos que seus maiores tinham desempenhado, e consentindo, apenas, em fazer parre da comitiva que, no Algarve, recebeu as ossadas do seu saudoso Rei D. Sebastião, acompanhando-as, depois, a Lisboa. Evidentemente que D. Lourenço aceitou essa missão, não como subserviência a Filipe II, mas como derradeira homenagem ao seu legítimo Rei. Fica, pois, provado que a doação dos «Lagares d'El-Rei» foi feita em recompensa de feitos contra Castela, bem anteriores à dinastia filipina, durante a qual, nenhum Almada exerceu cargos na Corte nem dos reis intrusos recebeu mercês." in Revista municipal N.º 88
Solar dos Lagares D'El-Rei, foto de Arnaldo Madureira, s/d, in a.f. C.M.L.
Solar dos Lagares D'El-Rei, foto de Arnaldo Madureira, s/d, in af CML
Panorâmica da Quinta dos Lagares d' El-Rei, foto Eduardo Portugal in a.f. C.M.L.
Planta Topográfica de Lisboa 11 N, in A.M.L., com a localização do palácio
Planta Topográfica de Lisboa 12 N, in A.M.L. com a extrema do terreno na antiga Estrada de Sacavém
Panorâmica da Quinta dos Lagares d' El-Rei, foto Eduardo Portugal in a.f. C.M.L.