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Paixão por Lisboa

Espaço dedicado a memórias desta cidade

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Chiado Terrasse

Continuando a nossa viagem pelo Chiado, guiados pelas palavras do Eng. e Olisipógrafo Vieira da Silva:

"A primeira casa, que esquina para o largo do Chiado, é um prédio de rendimento. O segundo prédio é o animatógrafo denominado Chiado Terrasse, que foi construído em 1905 em terrenos adquiridos ao capitalista Dr. A. A. Carvalho Monteiro; funcionou primeiro ao ar livre, e foi reedificado em 1910 como salão para exibições cinematográficas, conquanto por vezes tenha servido para outros espectáculos."

in "Dispersos", Vol. III, de Augusto Vieira da Silva

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Cinema Chiado Terrasse, c. 1908, foto de José Arthur Leitão Bárcia, in a.f. C.M.L.

Cinema Chiado Terrasse, 1911, foto de Joshua Benol

Cinema Chiado Terrasse, ant. a 1910, foto de Joshua Benoliel, in a.f. C.M.L.

Cinema Chiado Terrasse, 1911, foto de Joshua Benol

Cinema Chiado Terrasse, 1911, foto de Joshua Benoliel, in a.f. C.M.L.

Senhoras passeando junto do cinema Chiado Terrasse

Senhoras passeando junto do cinema Chiado Terrasse, 1912, foto de Joshua Benoliel, in a.f. C.M.L.

Cinema Chiado Terrasse, foto de Alberto Carlos Lim

Cinema Chiado Terrasse, post. a 1910, foto de Alberto Carlos Lima, in a.f. C.M.L.

Chafariz do Tesouro Velho

"Segue-se-lhe o extenso muro dos jardins do palácio Farrôbo, sito na rua do Alecrim, que ficaram com um portão na rua do Tesouro Velho. Aos muros destes jardins encostava-se um tanque ou pia com 4 bicas, esse tanque, chafariz do Tesouro Velho, que foi construído entre os anos 1853 e 1855, e demolido cerca de 1916, veio substituir o antigo chafariz do Loreto, que tinha uma estátua de Neptuno feita de mármore, e estava situado no local onde se ergue hoje a estátua do poeta Chiado."
in "Dispersos", Vol. III, de Augusto Vieira da Silva

foto de José Arthur Leitão Bárcia, in a.f. C.M.

 Chafariz do Tesouro Velho, ant. a 1916, foto de José Arthur Leitão Bárcia, in a.f. C.M.L.

foto de José Arthur Leitão Bárcia, in a.f. C.M.

Chafariz do Tesouro Velho, ant. a 1916, foto de José Arthur Leitão Bárcia, in a.f. C.M.L.

Luna Parque e o Zig-Zag da Vertigem

Ainda não se sonhava com "Wonderland" em Lisboa (não percebo como organizações portuguesas, e em Portugal continuam a utilizar estrangeirismos), quando em 1933 um parque de diversões surgia pela primeira vez em Lisboa, igualmente no Parque Eduardo VII, no ano seguinte "com o início das noites amenas", reapareceria  e com uma outra novidade, a montanha russa, vejamos o que se escrevia à data sobre este "novo entretenimento", para os Lisboetas.
"Apareceu em Lisboa nesta quinzena uma novidade que conta perto de meio século de existência. É um divertimento que deu a volta ao mundo umas poucas de vezes e sempre se esqueceu de aquietar à beira do Tejo. Chamam-lhe Luna-Parque, nome que se usou por Séca e Méca, onde se ofereceu ao gáudio da mocidade...caso é que até esta data memorável de Julho de 33 nunca ao inditoso jovem, morador na cidade das Sete Colinas, se ofereceu aquele gôso de escorregar, cair, atropelar e ser atropelado, tudo a fingir."
in "Ilustração", N.º 14, 16 de Julho 1933

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Vista aérea do Parque Eduardo VII, 1934, na imagem pode ver-se o Luna-Parque e a sua montanha russa, foto de Pinheiro Correia, in a.f. C.M.L.

Parque Eduardo VII, a montanha russa do Luna Park

Parque Eduardo VII, a montanha russa do Luna-Parque quando funcionou pela primeira vez, 1934, foto de Judah Benoliel, in a.f. C.M.L.

O peru na Consoada

O peru, ave originária da América do Norte, surge na Europa no século XVI, quando os jesuítas o introduziram como prato nos seus colégios religiosos.
A introdução e fixação do peru como prato principal na Europa, na comemoração do nascimento de Cristo, transformaram o ritual do jantar de Natal. A abundância, e mesmo a extravagância, caracterizam a essência do momento da consoada.

Em Lisboa na década de sessenta, anda se podiam ver perus vivos, à venda nas principais praças da cidade.

Venda ambulante de perús, 1891, foto de Augusto B

Venda ambulante de perus, Rossio, 1891, foto de Augusto Bobone, in a.f. C.M.L.

Parodia  comedia portugueza, nº 50, de 24 de Deze

 Sátira de Bordalo à Consoada, in "Parodia: comedia portugueza", nº 50, de 24 de Dezembro de 1903

Venda de perús na época do Natal, no Martim Moni

Venda de perus na época do Natal, no Martim Moniz, 1961, foto de Artur Goulart, in a.f. C.M.L.

Venda ambulante de perus na época do Natal, iníc

Venda ambulante de perus na época do Natal, início do séc. XX, foto de Paulo Guedes, in a.f. C.M.L.

 

A Revolução de Sidónio Pais e o Liceu Feminino de Maria Amália Vaz de Carvalho

Sempre que via estas fotos de 1917, intrigava-me que estrutura seria esta, quando tudo à volta ainda era um descampado, com as artérias novas rasgadas, mas sem vestígios de alguma construção.
A resposta foi-me dada por uma outra foto, uma vista aérea sobre a zona do parque Eduardo VII, do início dos anos 30. A referida estrutura pertencia à primeira fase da construção do Liceu feminino Maria Amélia Vaz de Carvalho, obra essa iniciada em 1915 e suspensa em 1921. Este Liceu, projecto inicial do arquitecto Miguel Ventura Terra, teria as obras reiniciadas em meados dos anos 30, pela mão do arquitecto António do Couto de Abreu, sendo o Liceu inaugurado em 1933.

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Revolução de Sidónio Pais, acampamento das tropas revoltosas, Dezembro de 1917, fotógrafo n/i, in a.f. C.M.L.

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Revolução de Sidónio Pais, acampamento das tropas revoltosas, 5 de Dezembro de 1917, foto de Joshua Benoliel, in a.f. C.M.L.

Fotografia aérea da avenida da Liberdade e arredo

Fotografia aérea da Avenida da Liberdade, Marquês de Pombal e Parque Eduardo VII, entre 1930 e 1932, fotógrafo n/i, in a.f. C.M.L. A seta indica a localização do Liceu.

Liceu Maria Amália Vaz de Carvalho, 1958, foto de

Liceu  Feminino de Maria Amália Vaz de Carvalho, 1958, foto de Salvador de Almeida Fernandes, in a.f. C.M.L.

Escavações Arqueológicas

O projecto de ligação da Alfandega (Edifício nascente da Praça do Comércio), com a estação do caminho de Ferro (Santa Apolónia), por meio de um cais, foi uma obra proposta no relatório publicado no diário do Governo de 11 de Novembro de 1872, onde é delineada uma doca no sítio de Ver-o-Peso, para a construção da qual hão-de ser aproveitados os enrocamentos já há bastante tempo construidos pela câmara municipal. É provável que a cantaria ali existente seja igualmente aproveitada em obra tão útil para a navegação do Tejo. A superfície da doca é aproximadamente de 11.000 metros quadrados.
É com estas palavras que o "Diário Illustrado", de 9 de Janeiro de 1873, se refere ao aterro feito entre os dois pontos da Capital, que passaram a estar unidos por um cais.
Passados estes anos, eis que, com as escavações arqueológicas efectuadas nos últimos tempos no "Campo das Cebolas", surgem achados que longe de nos espantar, seriam no mínimo previsíveis.
Grande parte da Lisboa ribeirinha actual, foi consolidada ao longo dos anos por aterros sucessivos, desde a Matinha até à doca de Pedrouços. Toda esta zona fazia há pouco mais de século e meio, parte do próprio rio, se olharmos com atenção para algumas das várias fotos de Lisboa, podemos facilmente constatar tais factos.

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Pescadores junto à Ribeira Velha, foto do espólio de Eduardo Portugal, s/d, in a.f. C.M.L.

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"O cais e o barco revelados pelas obras no Campo das Cebolas", foto do "Diário de Notícias", 18 de Dezembro de 2016, com as escavações arqueológicas em curso.

 

 

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Planta do Rio Tejo pertencente ao plano geral das obras que convém realizar nas margens do Tejo em frente de Lisboa para o desenvolvimento marítimo, commercial e industrial do porto e cidade de Lisboa / por Francisco Maria Pereira da Silva, Contra-Almirante, engº hydrographo. 1884 - http://purl.pt/4799/3/

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Foto de Joshua Benoliel, sem data, pode-se ver os mastros das fragatas na doca da Alfândega, in a.f. C.M.L.

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 Planta da Beira Mar da Ribeira Velha denominado o Mal Cozinhado.Foi levantada esta Planta pelo Arquitecto da Cidade Malaquias Ferreira Leal, Lisboa 20 de Novembro de 1820. http://purl.pt/27560

Fragatas na doca da Alfândega, 1912, foto de Josh

Fragatas na doca da Alfândega, 1912, foto de Joshua Benoliel, in a.f. C.M.L.

 

Palácio do Duque do Cadaval, antes da demolição

Socorrendo-nos, uma vez mais da revista "O Occidente", podemos relativamente às fotos que acompanham este pequeno texto, aferir dois factos: podemos datar com mais precisão as datas das fotos, e podemos igualmente conhecer os estabelecimentos existentes antes da demolição destes edifícios situados na antiga Rua do Príncipe, actual Rua 1º de Dezembro.
Passemos pois ao que vem escrito na referida revista:
"É toda a frente occidental d'este lado, que a nossa gravura representa, que vae ser demolida para a construcção da grande estação central dos caminhos de ferro, testa da linha urbana de Lisboa.
Compõe-se ella de dois predios de grande importancia, sendo um o palacio do sr. Duque do Cadaval. que tem dois andares com 8 janellas de frente cada um, e o outro, pertencente ao sr. D. Francisco d'Assis d'Almeida, tambem de dois andares com 6 janellas. O primeiro d'estes edificios completa, com o terreno que lhe pertence, uma superficie de 8:375 metros quadrados, e o segundo 508 metros quadrados.
Nas trazeiras d'estes dois predios estende-se a quinta e jardim pertencente ao primeiro, e que confina com a cêrca da Misericordia e pateo do Penalva, seguindo por detraz dos demais predios que formam a parte occidental da rua do Principe, até a calçada do Duque, que tambem assim se chama por pertencer o seu terreno do lado direito, á velha casa Cadaval.
Nos predios que vão ser demolidos estavam os seguintes estabelecimentos:
Um armazem de vinhos que tem a porta n.º 71.
Um estanco, a que pertencem as portas n.os 73 e 75.
Loja de artigos militares, porta n.º 77.
Tabacaria e deposito de vinhos do Alto Douro, portas n.os 79 e 81.
Cabelleireiro, n.º 83.
Casa de Paris. - Corôas e flores artificiais, n.º 85.
Armazem de moveis, n.os 87, 89 e 91.
As restantes tres portas são uma que dá serventia do predio, e as outras duas estão fechadas."
Podemos pois concluir que a data de demolição, foi posterior a Setembro de 1887, e não cerca de 1880 como surge escrito nas fotos do Estúdio Mário Novais.

 Texto in "O Ocidente : revista ilustrada de Portugal e do estrangeiro", N.º 313 ( 1 Set. 1887 )

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 Palácio do Duque do Cadaval, foto do Estúdio Mário Novais, in a.f. C.M.L.

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 "O Ocidente : revista ilustrada de Portugal e do estrangeiro", N.º 313 ( 1 Set. 1887 )

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Propriedade da casa Cadaval, foto do Estúdio Mário Novais, in a.f. C.M.L.

 

Palacete Braamcamp

História bem distinta deste edifício de Lisboa. Onde hoje se celebram casamentos, onde funcionaram serviços camarários e onde funcionou a Escola Francesa de Lisboa, teve contudo um início de existência bem mais sinistro, senão vejamos o que nos relata a revista "O Ocidente" de 1 de Fevereiro de 1887:
"Foi mandada construir esta casa ha poucos annos por Anselmo José Braamcamp, para sua habitação, de que se gosou pouco tempo depois de concluidas as obras, ao que bem se podera applicar o dito de «ninho feito pêga morta», pois que Braamcamp alli faleceu a 13 de novembro de 1885.
Depois da morte do seu proprietario ficou a casa desoccupada, e assim esteve quasi um anno. Fontes (Pereira de Melo) tendo de se mudar da casa que habitava no Largo do Poço Novo havia quasi dez annos, em consequencia do seu proprietario a precisar para si, resolveu mudar-se no fim do anno passado para a casa de Braamcamp, que arrendou por longo praso e cuja escriptura de arrendamento ainda não tinha assinado.
Havia, portanto, poucos dias ainda que Fontes Pereira de Mello habitava a sua nova casa, quando a morte o surprehendeu ao fim da tarde do dia 22 de Janeiro.
A casa tornou-se desde aquelle momento, duplamente celebre; fôra a sepultura, em pouco mais de um anno, dos dois estadistas eminentes, que nos ultimos annos dirigiram os dois partidos monarchicos que se tem revezado no poder: o partido progressista e o partido regenerador."
in "O Ocidente : revista ilustrada de Portugal e do estrangeiro", N.º 292 ( 1 Fev. 1887 )

Palacete Braamcamp, 1967, foto de Vasco Gouveia de

Palacete Braamcamp, 1967, foto de Vasco Gouveia de Figueiredo, in a.f. C.M.L.

Planta Topográfica de Lisboa 10 G, 1904, de Alber

Planta Topográfica de Lisboa 10 G, 1904, de Alberto de Sá Correia, in A.M.L.

Palacete Braamcamp, 1943, foto de Eduardo Portugal

Palacete Braamcamp, 1943, foto de Eduardo Portugal, in a.f. C.M.L.

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 in "O Ocidente : revista ilustrada de Portugal e do estrangeiro", N.º 292 ( 1 Fev. 1887 )

 

Mãe de Água, às Amoreiras

"A Casa da Água às Amoreiras, vasta mole de pedra, de cujo terraço se avista quási toda a cidade, é de feitio quadrangular, com amplíssimas janelas em roda e 5,14 metros de espessura de parede. Na parte inferior tem uma vasta bacia ou tanque, com 28,6 metros de comprido por 24,4 metros de largo e 7 metros de alto com a capacidade de 5.5oo metros cúbicos.
Em volta há um largo passeio, por três dos lados, com uma varanda. No outro lado fica a cascata, por onde a água se despenha saindo da boca de um golfinho que ressalta da parede sob a figura de Neptuno.
Este reservatório esteve por acabar até 1834. Em 1822 a Direcção das Águas Livres solicitou às Cortes a sua conclusão, mas só dois anos depois se fez o orçamento. Por portaria de 26 de Julho desse ano chegou-se a mandar executar a obra, mas só em 13 de Agosto de 1833, sendo Ministro das Obras Públicas o visconde de Vilarinho de São Romão se concluiu, finalmente, a Casa da Agua na qual se gastaram, por sinal, 13.732$095 réis."
in "DEPOIS DO TERREMOTO-SUBSÍDIOS PARA A HISTÓRIA DOS BAIRROS OCIDENTAIS DE LISBOA", vol. IV, de Gustavo de Matos Sequeira

Reservatório da Mãe de Água nas Amoreiras, casc

Reservatório da Mãe de Água nas Amoreiras, cascata, 1907, foto de Alberto Carlos Lima, in a.f.C,M.L.

Mãe de Água do Aqueduto das Águas Livres, 1890,

Mãe de Água do Aqueduto das Águas Livres, 1890, fotografia Moreira, in a.f.C,M.L.

Atlas da carta topográfica de Lisboa n.º 26, 185

Atlas da carta topográfica de Lisboa n.º 26, 1857, de Filipe Folque, in A.M.L.

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Reservatorio, ou Mãi dªagua das Amoreiras em Lisboa - http://purl.pt/1063/2/

Reservatório da Mãe de Água das Amoreiras, sd,

Reservatório da Mãe de Água das Amoreiras, s/d, fotógrafo n/i, in a.f.C,M.L.

Reservatório da Mãe de Água das Amoreiras, inte

Reservatório da Mãe de Água das Amoreiras, interior, s/d, foto de Paulo Guedes, in a.f.C,M.L.

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