A Ribeira Nova e as Varinas
"Uma das boas coisas que o porto de Lisboa nos trouxe foi, sem duvida nenhuma, o alargamento d'essa comprida fita do Aterro, que nasce cá em cima, no cotovelo do Corpo Santo para o Caes do Sodré e vae acabar lá ao fundo, nas primeiras casas d'Alcantara, na margem do rio. Em toda essa bella avenida inundada de sol, destaca certo ponto, - a Ribeira - povoada por um mundo especial de ovarinas e contractores de peixe, gente que falla uma linguagem unica, cantada, onde ferve a praga da beira-mar, original, só delles, que não vem nos diccionarios.
A Ribeira Nova, local bem lavado pelo ar e pela brisa do Tejo, é hoje, pois, centro especial de uma população que faz vida pela venda do peixe e que, importada dos arredores d'Aveiro - Ovar, Furadouro, Costa Nova, Torreira, costa de S. Jachinto, -enxameia a capital."
in "Branco e negro : semanário ilustrado", N.º 3, de 19 de Abril de 1896
Pesando a varina e o peixe, no Aterro junto à Ribeira Nova, 1909, foto de Joshua Benoliel, in a.f. C.M.L.
in "Branco e negro : semanário ilustrado", N.º 3, de 19 de Abril de 1896
Varinas esperando o peixe na Ribeira Nova, 1912, foto de Joshua Benoliel, in a.f. C.M.L.
in "Branco e negro : semanário ilustrado", N.º 3, de 19 de Abril de 1896
Varina, na Ribeira Nova, 1909, foto de Joshua Benoliel, in a.f. C.M.L.
in "Branco e negro : semanário ilustrado", N.º 3, de 19 de Abril de 1896