Abertura da Avenida da Ribeira das Naus, 1948
"Um dos mais prementes e aflitivos problemas de trânsito na cidade foi durante longuíssimos anos o engasgamento da Rua do Arsenal, única linha directa de contacto entre a zona ocidental ribeirinha e o centro da cidade. O tráfego comercial, os transportes colectivos sobre carris, os automóveis, os próprios peões, forçados a entrelaçar-se com os afanosos carreteiros de tudo, até de peixe, sofreram durante tempos sem fim inclemências e delongas, que todos conhecemos e vivemos...E de repente, quase de um dia para o outro, perante a estupefacção geral do cidadão alfacinha, apeiam-se muros e construções, desaparecem marcos e postes, carreiam-se entulhos para a «caldeirinha», alinha-se o novo pavimento, desenham-se placas, e, quase num abrir e fechar de olhos, surge-nos bela, arejada, airosa, à beira-rio, debruçada sobre o Tejo a Avenida da Ribeira das Naus. Será verdade? Não há dúvida, ela lá está... Sabendo que a cidade esperava impacientemente libertar-se das algemas paralisadoras da Rua do Arsenal, improvisa uma passagem e abre ao trânsito a Avenida da Ribeira das Naus no dia 9 de Agosto de 1948."
in "Olisipo" : boletim do Grupo "Amigos de Lisboa", A. XI, n.º 44, Outubro 1948
Vista dos terrenos antes da abertura da avenida Ribeira das Naus, ant. 1948, foto de Judah Benoliel, in a.f. C.M.L.
Obras de Terraplanagem, ant. 1948, foto de Judah Benoliel, in a.f. C.M.L.
Demolições no Arsenal, em primeiro plano, a doca seca já coberta, ant. 1948, foto de Eduardo Portugal, in a.f. C.M.L.
Avenida Ribeira das Naus, ant. 1948, foto de Judah Benoliel, in a.f. C.M.L.
Obras de pavimentação, ant. 1948, foto de Judah Benoliel, in a.f. C.M.L.
Avenida Ribeira das Naus, ant. 1948, foto de Judah Benoliel, in a.f. C.M.L.
Abertura da avenida Ribeira das Naus, post. 1948, foto de Judah Benoliel, in a.f. C.M.L.