A sopa de Arroios
"O Largo de Arroios, anteriormente designado por Largo do Cruzeiro ou do Cruzeiro de Arroios, também se tornou célebre no começo do século XIX, pelas cenas populares de que foi teatro, por ocasião da terceira invasão francesa, em 1810. Encheu-se a capital, de gente fugida das diferentes terras do Reino, ao aproximar-se o exército de Massena.
Cinquenta mil pessoas, aproximadamente, entraram, por essa ocasião em Lisboa, sem contar as que ficaram nas vilas e aldeias suburbanas. Era necessário acudir a estes infelizes. Os governadores do Reino, o Senado da Câmara e diversos cidadãos beneméritos, organizaram várias obras sociais, entre as quais, a distribuição diária de sopas económicas, que se serviam em vários locais, onde se estabeleciam acampamentos improvisados.
O Largo de Arroios, pela sua área e também porque ficava perto de uma das entradas da cidade, foi igualmente escolhido por muitos infelizes que se estendiam a descansar em redor das poucas bagagens de que dispunham. Aí se fazia a distribuição da sopa, o que inspirou a Domingos António Sequeira, contemporâneo destes acontecimentos e morador no Largo de Arroios, o seu conhecido e excelente desenho, «sopa de Arroios», de que, depois, Gregório Fernandes de Queiroz, discípulo do célebre Barrolozzi, fez uma boa gravura, tendo os contornos das figuras, sido abertos pelo próprio Domingos Sequeira."
in "Revista Municipal", n.º 85, de 1960
A. S. A. L. o Príncipe Regente Nosso Senhor, Augusto, Pio, Magnanimo, Pai da Patria ... Representa a distribuição do alimento aos infelizes emigrados q.desampararão as suas terras assoladas pelo exercito francez na invasão de Outubro de 1810 e foram accolhidos, hospedados e sustentados pelos, moradores de Lisboa com mais louvável patriotismo e humanidade [Iconográfico]
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