Na sexta-feira, dia 18 de Maio de 1951, O periódico "Diário de Lisboa", noticiava o seguinte: "Abrigos nos Restauradores - junto às paragens - de «eléctricos» e autocarros Há muitos anos que se reclama a construção de alpendres, junto às paragens-zonas mais concorridas de passageiros de «eléctricos». Lisboa, tão exposta aos extremos de um sol ardente como de períodos de grandes chuvas, não tem ainda, à semelhança do que se faz lá fora, esses recintos de protecção de grandes massas de publico que aguarda a sua vez de tomar lugar nos transportes colectivos, não obstante a Companhia Carris ter feito já algumas tentativas, junto das entidades competentes. A Câmara Municipal, porém a título experimental, resolveu agora dar começo à solução do problema, construindo os três primeiros toldos nos Restauradores. Não se trata portanto, de pesados alpendres de cimento, resistentes às intempéries, mas de simples toldos alegres, assentes sobre ripas de madeira, devidamente cobertos por impermeáveis, e que ostentam, no topo dos postes negros e brancos, as armas doiradas da cidade - a nau de S. Vicente e os corvos vigilantes. Foram colocados junto das paragens dos autocarros, do lado oriental e, em frente, do lado ocidental, junto aos «eléctricos» do Campo Pequeno."
Alpendres lado oriental dos Restauradores, post. 1951, foto de Estúdios Horácio Novais, in Biblioteca de Arte Fundação Calouste Gulbenkian
Página do "Diário de Lisboa", de 18 de Maio de 1951, in Fundação Mário Soares
Alpendre do lado ocidental dos Restauradores, post. 1951, foto de Portimagem
Alpendres do lado ocidental da Praça dos Restauradores, 1959, foto de Judah Benoliel, in a.f. C.M.L.
Alpendres do lado ocidental da Praça dos Restauradores, post. 1951, secção de propaganda e turismo, in a.f. C.M.L.
Os alpendres dos dois lados dos Restauradores, post. 1951, foto de Estúdios Horácio Novais, in Biblioteca de Arte Fundação Calouste Gulbenkian
"O chafariz das Janelas Verdes foi edificado em 1775, situando-se numa vasta praça, na qual, para a tornar formosa como se encontra, se demoliram 6 casas, as quais foram pagas aos seus proprietários por 16 535$000 réis. Estas casas pertenciam a José António Matheus, Josepha Maria e seus filhos, D. Maria do Nascimento Rosa (2 propriedades), Francisco Xavier da Costa Vilhena e aos cónegos camarários da Basílica de Santa Maria Maior (Sé). Depois de construído o chafariz e o seu largo, o terreno que ficou devoluto foi doado por alvará, metade às freiras de Santo Alberto, que por sua vez a cederam ao Marquês de Pombal, o que foi confirmado por aviso de 14 de Agosto de 1811 e por escritura de 13 de Abril de 1812, e a outra metade a Maurício José Cremer Vanzeller. O bonito grupo escultórico que representa Vénus e Cupido foi esculpido pelo escultor António Machado, aluno de João de Almeida, e importou em 600$000 réis." in "Olisipo" : boletim do Grupo "Amigos de Lisboa", N.º 146-147-148
Chafariz das Janelas Verdes, s/d, foto de Leilão Soares e Mendonça, in a.f. C.M.L.
Planta Topográfica de Lisboa, 8 E, 1910, de Alberto de Sá Correia, in A.M.L.
Chafariz das Janelas Verdes, anos 40, foto de Fernando Martinez Pozal, in a.f. C.M.L.
in "Memoria sobre chafarizes, bicas, fontes, e poços públicos de Lisboa, Belem e muitos logares do termo", de José Sergio Velloso d'Andrade
Chafariz das Janelas Verdes, s/d, foto de José Chaves Cruz, in a.f. C.M.L.
A Escola Médica, situada a poente do Campo Mártires da Pátria, assenta onde outrora existiu a Praça de Touros do Campo de Sant'Ana, sendo inaugurada em Abril de 1906. O projecto inicial foi do arquitecto José Maria Nepomuceno e do engenheiro Cabral Couceiro, substituídos depois pelo arquitecto Leonel Gaia (que deu uma variante ao primeiro risco), e pelos engenheiros Abecassis e Borges de Castro. Foi António Cândido, Ministro do Reino, quem deu o principal impulso às obras. A instituição data de 25 de Junho de 1825, tempo de D. João VI, que criara a Real Escola de Cirurgia no Hospital de S. José. Em 29 de Dezembro de 1836 a Real Escola converteu-se, em Escola Médica, designação que subsistiu até à criação da Universidade de Lisboa, a 22 de Março de 1911, e com ela a Faculdade de Medicina, que data de 22 de Novembro do mesmo ano.
Defronte da fachada da Escola Médica pode-se observar a Estátua do Dr. Sousa Martins, inaugurada em 7 de Março de 1907, e obra de Costa Mota. Esta estátua substituiu uma outra, que não resistindo às criticas, veio a ser apeadada, da autoria do escultor Queiroz Ribeiro, e que tinha sido inaugurada em 7 de Março de 1900. A repetição da data - 7 de Março - corresponde à data natalícia de Sousa Martins. Bibliografia:
"Peregrinações em Lisboa", Livro 4, de Norberto de Araújo
"Olisipo" : boletim do grupo «Amigos de Lisboa», Ano II, n.º 6, Abril de 1939
Construção da Escola Médica, e o antigo monumento ao Dr. Sousa Martins, c. 1905, foto do Espólio de Eduardo Portugal, in a.f. C.M.L.
Escola Médica no Campo dos Mártires da Pátria, in A.M.L.
Escola Médica no Campo dos Mártires da Pátria, in A.M.L.
Escola Médica, ant. 1910, foto de José Chaves Cruz, in a.f. C.M.L.
Escola Médica, sala de aula, s/d, foto de Alberto Carlos Lima, in a.f. C.M.L.
Escola Médica, sala dos Actos Grandes - o pintor Veloso Salgado trabalha no panneaux do friso que ornamenta o lado esquerdo da sala, 1906, foto de José Arthur Leitão Bárcia, in a.f. C.M.L.
Escola Médica - Pasteur, pintura mural de Veloso Salgado, 1906, foto de José Arthur Leitão Bárcia, in a.f. C.M.L.
Galeno - pintura mural de Veloso Salgado, 1906, foto de José Arthur Leitão Bárcia, in a.f. C.M.L.
Harvey - pintura mural de Veloso Salgado, 1906, foto de José Arthur Leitão Bárcia, in a.f. C.M.L.
Hipócrates - fragmento da pintura mural de Veloso Salgado, 1906, foto de José Arthur Leitão Bárcia, in a.f. C.M.L.
Ienner - pintura mural de Veloso Salgado, 1906, foto de José Arthur Leitão Bárcia, in a.f. C.M.L.
Pasteur rodeado dos seus discípulos - pintura mural de Veloso Salgado, 1906, foto de José Arthur Leitão Bárcia, in a.f. C.M.L.
Pitágoras - pintura mural de Veloso Salgado, 1906, foto de José Arthur Leitão Bárcia, in a.f. C.M.L.
Escola Médica no Campo dos Mártires da Pátria. Tecto do gabinete real, pintura de José Malhoa, 1906, foto de José Arthur Leitão Bárcia, in a.f. C.M.L.
Rei Dom Carlos, retrato a óleo de José Malhoa, colocado na sala dos Actos Grandes da Escola Médica, 1906, foto de José Arthur Leitão Bárcia, in a.f. C.M.L.
Escola Médica, sala dos Passos Perdidos - figura central do tecto, pintada por João Vaz, 1906, foto de José Arthur Leitão Bárcia, in a.f. C.M.L.
Monumento ao Dr. Sousa Martins e a Escola Médica, post. 1907, foto de José Chaves Cruz, in a.f. C.M.L.
"Aí temos do lado do mar, na esquina que o Largo faz para a Rua do Amorim, que conduz à praia, o edifício da firma Abel Pereira da Fonseca, com seus prolongados armazéns, as suas enormes adegas, que lhe trouxeram a denominação de «Catedral do Vinho», e as suas oficinas, à beira mar... A primitiva firma Abel Pereira da Fonseca & C.ª, foi fundada em 1906 pelo comerciante, cujo nome perdura no título, tendo como sócio Francisco de Assis; os primeiros armazéns na Rua da Manutenção do Estado, a Xabregas, passando depois (1908), a esta Rua do Amorim, onde, muito acrescentados, hoje os vemos. Nesse último ano a firma, então recente, foi encarregada de colocar (à venda)* a grande colheita do «rei do vinho», José Maria dos Santos, abrindo-se pela Cidade as várias sucursais, vendia-se então o vinho a 53 réis, e ainda pagava 38 de imposto de «real de água». Nesta firma se integrou mais tarde uma casa muito conhecida em Lisboa, a do «Val do Rio», que possuía sucursais que transitaram quási todas para êste Abel Pereira da Fonseca. Em 1910 foi adquirido o prédio da esquina, no qual se levantou o edifício da sucursal, bem típico no Largo." in "Peregrinações em Lisboa", Livro 15, pág. 77 e 78, de Norberto de Araújo
*no original a frase não contempla o termo: à venda.
Poço do Bispo, armazéns e cais do estabelecimento Abel Pereira da Fonseca, anos 30 foto de Horácio Novais, in Biblioteca de Arte / Art Library Fundação Calouste Gulbenkian
Abel Pereira da Fonseca, armazém de vinhos, na Praça David Leandro da Silva, 1966, foto de Augusto de Jesus Fernandes, in a.f. C.M.L.
Doca do Poço do Bispo, vendo-se à esquerda a casa Abel Pereira da Fonseca, 1938, foto de Eduardo Portugal, in a.f. C.M.L.
"Êste sítio da Achada, que foi arrabalde da cidade muçulmana, deve o seu nome, muito antigo e característico, pois já é citado em 1544, ao facto de aqui se encontrar uma pequena planície ou descanso da encosta. «Achada», com efeito, é uma contracção de «achaada», terra chã. Como vês, há aqui casas curiosas, interessantes na sua construção de alguns séculos,e como raras se encontram em Alfama; por exemplo estas da esquina...de feitio setecentista, com primeiro piso de ressalto e três andares, e na reentrância (da Achada, ou Jasmim forçadamente) defronte do Largo êste prèdiozinho..., com porta ogival simples e janela do mesmo tipo. É no conjunto, bem pitoresco êste sítio, com seu marco fontanário rodeado de escadaria circular." in "Peregrinações em Lisboa", Livro 3, pág. 55, de Norberto de Araújo
Rua da Achada, 1901, foto de Machado & Souza, in a.f. C.M.L.
Beco da Achada, anos 40, foto de Eduardo Portugal, in a.f. C.M.L.
Chafariz no Largo da Achada, 1901, foto de Machado & Souza, in a.f. C.M.L.
Chafariz no Largo da Achada, 1945, foto de Eduardo Portugal, in a.f. C.M.L.
Largo da Achada, 1901, foto de Machado & Souza, in a.f. C.M.L.
Largo da Achada, 1901, foto de Machado & Souza, in a.f. C.M.L.
Largo da Achada, 1901, foto de Machado & Souza, in a.f. C.M.L.
Largo da Achada, s/d, foto do Espólio de Eduardo Portugal, in a.f. C.M.L.
Largo da Achada, s/d, foto do Espólio de Eduardo Portugal, in a.f. C.M.L.
Rua da Achada, 1902, foto de Machado & Souza, in a.f. C.M.L.
Rua da Achada, entre 1898 1908, foto de Machado & Souza, in a.f. C.M.L.
Rua da Achada, entre 1898 1908, foto de Machado & Souza, in a.f. C.M.L.
"Vejamos agora esta tão pitoresca e amena serventia: as escadinhas de S. Crispim. Mantêm ainda um feitio ingénuo alfacinha do lado direito, na curva decorativa. Observa a pequena tôrre sineira de S. Crispim, no muro da parede defronte do edifício renovado da Tutoria da Infância. A seguir contempla com encantamento estas casas do princípio do século passado, com janelas de sacada, floridas, rudimentares, em delicado gôsto bairrista, a sugerir uma aguarela." in "Peregrinações em Lisboa", Livro 2, pág. 26, de Norberto de Araújo
Escadinhas de São Crispim, entre 1898 1908, foto de Machado & Souza, in a.f. C. M.L.
Escadinhas de São Crispim, 1901, foto de Machado & Souza, in a.f. C. M.L.
Escadinhas de São Crispim, ant. 1952, foto de Eduardo Portugal, in a.f. C. M.L.
Escadinhas de São Crispim, 1945, foto Fernando Martinez Pozal, in a.f. C. M.L.
Escadinhas de São Crispim, 1945, foto Fernando Martinez Pozal, in a.f. C. M.L.
"Êste prédio alto que olha o Largo, entre a Rua da Madalena e a Travessa do Almada encostado pelo posterior à Travessa das Pedras Negras, foi construído, num aspecto que não diverge muito do actual em 1749, por João Manuel de Almada e Melo, visconde de Vila Nova de Sotto de El-Rei, tenente general, paroquiano, que no sítio das Pedras Negras outras mais casas edificou...Na parede do edifício Almada desta Travessa estão embebidas quatro lápides e pedras romanas, que podes ler e ver sem dificuldade. Foram encontradas soterradas neste local em 1749, quando o tal João de Almada e Melo ordenou aberturas de novos caboucos para erguer sua propriedade. Êste sítio foi fértil em achados arqueológicos, do tempo da dominação romana. Mas falemos por agora apenas dêstes. O maior corresponde, na legenda latina, a uma dedicatória de Lisboa a um pretor. Pode traduzir-se dêste modo: «Felicitas Julia, Olisipo, dedica a Lúcio Cecílio, filho de Lúcio Celeri, recto questor da província da Bética, tribuno do povo e pretor». Esta primeira lápide, no começo da Travessa, está incompleta; é na melhor das interpretações, uma dedicatória de certo Caio Júlio a Mercúrio e a César Augusto. A lápide a seguir, sôbre uma pequena coluna, diz justamente, no seu latim, que «Tito Licínio Amarântio por voto dedicou à mãi dos deuses». Esta outra da extremidade, mais decorativa, tem a legenda completa. Interpreta-se desta forma: Tito Licínio Cerno, natural de Lychaonia, dedicou à mãi dos deuses, a grande Ida da Frígia, sendo nobres duúnviros Cássio e Cassiano, e cônsules nobilíssimos Marco Atílio e Afroniano, e sendo governador Gaio." in "Peregrinações em Lisboa", Livro 2, pág. 16 e 20, de Norberto de Araújo
Prédio Almada com lápides romanas, s/d, foto de José Arthur Leitâo Bárcia, in a.f. C.M.L.
Prédio Almada, 1901, foto de Machado & Souza, in a.f. C,M.L.
Prédio Almada, e travessa do Almada, 1907, foto de Machado & Souza, in a.f. C,M.L.
Lápide romana, «Felicitas Julia, Olisipo, dedica a Lúcio Cecílio, filho de Lúcio Celeri, recto questor da província da Bética, tribuno do povo e pretor», 1944, foto de Estúdios Mário Novais, in a.f. C.M.L.
Lápide romana, «dedicatória de certo Caio Júlio a Mercúrio e a César Augusto», 1944, foto de Estúdios Mário Novais, in a.f. C.M.L.
Lápide romana, «Tito Licínio Amarântio por voto dedicou à mãi dos deuses», 1944, foto de Estúdios Mário Novais, in a.f. C.M.L.
Lápide romana, «Tito Licínio Cerno, natural de Lychaonia, dedicou à mãi dos deuses, a grande Ida da Frígia, sendo nobres duúnviros Cássio e Cassiano, e cônsules nobilíssimos Marco Atílio e Afroniano, e sendo governador Gaio», 1944, foto de Estúdios Mário Novais, in a.f. C.M.L.
A leitura deixou de fazer parte dos hábitos dos portugueses, é uma coisa que já se sabia. Agora com a "Internet", pior. Vêem-se as imagens, lê-se as legendas de través, e os textos? bem os textos, dão muito trabalho, e eu quero é ver bonecos. Vem este intróito, a propósito da Estátua de D.Pedro IV, instalada na Praça do mesmo nome, mas a que o povo continua a apelidar de Rossio. Ora esta estátua continua a ser alvo da frase "que não é D. Pedro, mas sim, Maximiliano, do México", que a estátua representa. Bastava ler um bocadinho mais e não acreditar em tudo o que circula por aí, para podermos chegar à verdade dos factos sobre a Estátua de D.Pedro IV. Socorramo-nos de Júlio de Castilho, e da sua obra: "Lisboa Antiga, Bairros Orientais", Vol. X., para elucidar certos factos que se prendem com a história da Estátua. - Em 17 de Julho de 1852 a Rainha D. Maria II foi em grande estado lançar a pedra fundamental do monumento do Imperador no Rossio. - O monumento, de caricata memória, era alcunhado de «galheteiro» (já por aqui fiz referência ao facto, em o "Galheteiro do Rossio") pelo público, não chegando a concluir-se. - Nas festas do casamento de D. Pedro V foi ele aproveitado para receber uma coluna que era terminada pela estátua do «hyrmeneu». Pareceu a muitos que seria esta forma de monumento a mais adequada à disposição e dimensões da praça, e daí nasceu a ideia de um terceiro monumento que é o que está lá.
- Com o ano de 1864 raiou para o monumento do imperador uma era nova. Tinham falecido alguns membros da comissão de 1852; outros achavam-se ausentes, outros haviam-se exonerado do cargo, a comissão podia considerar-se de facto dissolvida. - Em 25 de Fevereiro de 1864 ordenou-se a destruição do «galheteiro»; e logo em 30 de Março saiu o programa para um largo concurso internacional do monumento novo. Apareceram à chamada oitenta e sete projectos: de Itália, da Rússia, de França, de Inglaterra, da Holanda e da Bélgica, fora vários de Portugal. Foi escolhido o projecto dos artistas franceses Elias Robert, escultor, e Jean Antoine Gabriel Davioud, arquitecto. - Em 29 de Abril de 1867 lançava-se a primeira pedra; e em 29 de Abril de 1870, celebrava-se com grande pompa, na presença de toda a Lisboa, a inauguração do grande monumento, cujos autores eram estrangeiros, sim, mas cujo pensamento era nosso, e cuja execução fora entregue ao hábil canteiro português Germano José de Sales, sendo as quatro figuras dos cantos, a saber: a Força, a Moderação, a Justiça e a Prudência, esculpidas pelos artistas portugueses Fortunato e Punhe, além dos estrangeiros Coslande e Colard. Concluindo o autor revela um pormenor desconhecido de muitos: Quando se abriu o concurso internacional para a realização do monumento, foi necessário mandar para os concorrentes estrangeiros fotografias do rosto de D. Pedro IV. Encarregou-se do desenho que havia de fotografar-se, Miguel Lupi, que executou a carvão dois retratos do imperador, servindo-se de várias litografias e quadros a óleo contemporâneos, que foram emprestados pela augusta viúva. Depois de concluídos os carvões, foram levados à imperatriz, que escolheu dentre os dois o que melhor lhe pareceu. Desses carvões, foram então tiradas fotografias, e mandadas aos concorrentes. E com estes dados se conta a história, da estátua de D. Pedro IV.
Praça e Estátua de Dom Pedro IV, post. 1880, foto de Legado Seixas, in a.f. C.M.L.
Rossio, com o "Galheteiro" 1862, foto de Wenceslau Cifka. Coll. Lisboa Desaparecida, vol. 7
in "Lisboa Antiga, Bairros Orientais", Vol X
Construção da estátua de D. Pedro IV, 1869, fotógrafo n/i, in Bibliothèque Nationale de France
Construção da estátua de D. Pedro IV, 1870, foto de Francisco Rocchini, in Bibliothèque Nationale de France
Inauguração da estátua de Dom Pedro IV, 1870, foto de Legado Seixas, in a.f. C.M.L.
Inauguração da Estátua de Dom Pedro IV, fotografia de Francisco Rocchini, fotografada por José Arthur Leitão Bárcia, in a.f. C.M.L.
Estátua de Dom Pedro IV, s/d, foto de José Chaves Cruz, in a.f. C.M.L.
"Fronteiro à estação dos eléctricos do Arco do Cego, junto ao cinema que foi «Palácio» e agora é «Avis» - os cinemas mudam de nome com a facilidade com que hoje se mudam muitas coisas, as esposas, os nomes próprios etc. - vai, ao que se diz, construir-se um ou uns grandes imóveis, está claro, com muitas janelas todas iguais, que vai englobar o gaveto que torneja para a Rua D. Estefânia até ao portão da Fábrica Sibéria, que ficará com outras construções circunvisinhas e adjacentes, encastoada nas trazeiras desse imóvel. Ora muito bem. Do velho, o que vai desaparecer, é o troço do muro que foi da circunvalação e a casa de um só piso onde se alojou a Guarda Fiscal das Portas do Arco do Cego e que, talvez, pelo frio, que a correspondência duma porta aberta no lanço do muro, certamente fazia, como ainda hoje faz, tem alojado, possivelmente, como sistema de aquecimento, duas, senão três, tabernas, bares, ou casas de comes e bebes, que ainda hoje lá se vêem. Com certeza devem fazer falta aos seus frequentadores habituais, não são imóveis de chorar por eles, mas eram recordações duma época em que Lisboa tinha área mais restrita e vida menos intensa. A pouca falta que estes restos da velha Lisboa nos fazem, sirva de lenitivo àqueles, mais representativos, que a urbanização moderna nos tem roubado. Simples nótula de recordação e saudade." in "Olisipo" : boletim do Grupo "Amigos de Lisboa", A. XXI, n.º 81, Janeiro 1958
Avenida Duque de Ávila com a estação da Carris no Arco do Cego, 1940, foto de Eduardo Portugal, in a.f. C.M.L.
Atlas da carta topográfica de Lisboa, n.º 6, 1858, de Filipe Folque, in A.M.L.
Cinema Avis, antes Palácio, 1960, foto de Arnaldo Madureira, in a.f. C.M.L.
"Este vulgar prédio onde está instalada desde 1780, a venerável Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo. Foi do Teives, depois dos Fernandes de Elvas, a seguir dos Silva Coutinhos - pertencia a D. Rui da Silva por ocasião do terramoto -, e foram estes que o doaram aos irmãos terceiros do Carmo. Antes da República era desta igreja que saía em Domingo de Ramos, a «Procissão do Triunfo»." in "Peregrinações em Lisboa", Livro 6, pág. 78, de Norberto de Araújo
* Nesta igreja estiveram os ossos de D. Nuno Álvares Pereira, desde 1918 até 14 de Agosto de 1951, dia em que foram trasladados para a Igreja do Santo Condestável, em Campo de Ourique.
Procissão do Triunfo ou dos Santos Nus:
"Esta manifestação era organizada pelos Irmãos Terceiros do Carmo de Lisboa. Sendo inicialmente celebrada no Domingo de Ramos, a ela chegava toda a cidade tornando-a numa das procissões mais concorridas de Lisboa daquela época, a par da ainda mais concorrida procissão do Senhor dos Passos da Graça, da Senhora da Saúde ou do Corpo-de-Deus. Apesar de em 1722 ser fixada no Domingo antecedente ao Domingo de Ramos a sua popularidade e grande ocorrência nunca esmoreceram, nem mesmo quando o terremoto de 1755 destruiu a Igreja e todas as imagens - posteriormente recuperadas -, ou quando da extinção das ordens religiosas em 1834 - que por alguns anos a interromperam. Em 1908 por ordem do Governo Civil de Lisboa, foi extinta." in http://santossantinhos.blogspot.pt/2009/03/procissao-do-triunfo-ou-dos-santos-nus.html
Procissão do Triunfo ou dos Santos Nus saindo da Igreja da Ordem Terceira do Carmo, ant. a 1908, foto de Ferreira da Cunha, in a.f. C.M.L.
Igreja da Ordem Terceira do Carmo, 1944, fotógrafo n/i, in a.f. C.M.L.
Procissão do Triunfo ou dos Santos Nus saindo da Ordem Terceira do Carmo, s/d, foto de Ferreira da Cunha, in a.f. C.M.L.
Procissão do Triunfo ou dos Santos Nus, ant. a 1908, foto de Alberto Carlos Lima, in a.f. C.M.L.
Procissão do Triunfo ou dos Santos Nus, ant. a 1908, foto de Alberto Carlos Lima, in a.f. C.M.L.
Procissão do Triunfo ou dos Santos Nus, ant. a 1908, foto de Alberto Carlos Lima, in a.f. C.M.L.
Procissão do Triunfo ou dos Santos Nus, ant. a 1908, foto de Alberto Carlos Lima, in a.f. C.M.L.
Procissão do Triunfo ou dos Santos Nus, ant. a 1908, fotógrafo n/i, in a.f. C.M.L.
Igreja da Ordem Terceira do Carmo, fachada principal, 1948, foto de Eduardo Portugal, in a.f. C.M.L.
Planta Topográfica de Lisboa 11 F, 1909, de Alberto de Sá Correia, in A.M.L.