A Voz do Operário
A Voz do Operário
"...aí por meados de 1879, num recanto sombrio da velha Lisboa, onde um grupo de homens humildes, obscuros trabalhadores da indústria dos tabacos, lançou a ideia da fundação do jornal A Voz do Operário, cujo primeiro número se publicou em 11 de Outubro dêsse mesmo ano de 1879.Foram seus fundadores os seguintes manipuladores de tabaco: Custódio Brás Pacheco,Júlio Maria da Costa, Joaquim Augusto Dias, Pedro José de Carvalho, José Bento de Oliveira, Agostinho Alves de Sousa, Eusébio Luís da Paula e João António Alves.
Nessa mesma casa, no recanto sombrio que pertence à história do associativismo português, fundava-se, em 13 de Fevereiro de 1883, a Sociedade Cooperativa A Voz do Operário, percursora da actual Sociedade de Instrução e Beneficência A Voz do Operário, que tão grandes serviços tem prestado ao País."
in Revista Municipal
Escola da Sociedade de Instrução e Beneficência A Voz do Operário, foto de Joshua Benoliel, in a.f. C.M.L.
"11 de Outubro de 1891- Dá-se comêço à benemérita tarefa de instruir os filhos dos associados, criando a primeira escola privativa, que em breve se multiplica por muitas outras de contacto, espalhando-se assim por todos os bairros da capital a semente da instrução."
in Revista Municipal
13 de Outubro de 1912, foto de Joshua Benoliel, in a.f. C.M.L.
"É solenememte lançada pelo Dr. Manuel de Arriaga, então Presidente da Républica, a primeira pedra para a construção da sua magistosa sede social, cuja conclusão se deu por terminada em 7 de Dezembro de 1930"
Planta Topográfica de Lisboa 12 G, a vermelho a localização do edifício. in A.M.L.
"O edifício foi construído de raiz em terreno exíguo, cedido pelo Governo de João Franco, com o fito de albergar as escolas e os serviços da instituição nascida em 1883 para prestar assistência humanitária e educativa aos operários da indústria tabaqueira, posteriormente alargada a trabalhadores de outras indústrias. O projeto foi encomendado pela Sociedade a Manuel Joaquim Norte Júnior, que concebeu um edifício funcional dentro da estética do Ecletismo historicista, associado à nova arquitetura do ferro. Tendo por construtor João Maria da Cruz, a 1ª pedra foi lançada em outubro de 1912. Novo projeto daquele arquiteto, de agosto de 1914, receberia aprovação camarária em dezembro, condicionada à revisão da largura das portas de saída do Salão para a varanda; era então seu construtor António Dias Monteiro.
Este raro equipamento cívico em que foi utilizada a tecnologia do ferro, foi inaugurado em 07/12/1930 mas concluído apenas dois anos mais tarde, não sem antes ter sofrido algumas alterações e diversos atrasos por força da Grande Guerra e de constrangimentos financeiros que determinaram o recurso a empréstimos bancários. À data da sua conclusão, o imóvel albergava o mais importante núcleo de instrução primária de Lisboa.Em 2012, foi classificado Monumento de Interesse Público."
texto e foto in, http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/70882