Av. da Liberdade, 1907
"Habitualmente, durante a semana, chega a fazer pena que um tão magestoso recinto seja apenas logradouro de meia dúzia de pessoas nos bancos, e de centenas de pardaes nas arvores.
E então, talvez por se sentirem muito á vontade, é que os pardaes tomam liberdades excrementicias, em revolta contra as Posturas municipaes e o Código de civilidade de João Félix Pereira.
Ao domingo, no regresso das touradas, a Avenida enche-se de alto a baixo, passam carruagens modestas, que sobem e descem muitas vezes, o que faz parecer que sejam mais numerosas - pelo systema dos comparsas no theatro, que saem por uma porta e entram por outra.
Ha effectivamente qualquer coisa de theatral n'isso - mas é bem melhor do que a solidão dos outros dias, em que uma pobre pessoa que por ali passe tem de soffrer os olhares de todas as outras pessoas que estão anciosas por um «lá vem um»,- uma victima expiatória."
in "Portugal Pittoresco e lllustraâo - A EXTREMADURA PORTUGUEZA - PARTE II", 1907, de Alberto Pimentel
Av. da Liberdade, ant. 1903, foto erradamente atribuída a Ferreira da Cunha, in a.f. C.M.L.
Monumento aos Restauradores e panorâmica da avenida da Liberdade, ant. 1916, foto de Augusto Bobone, in a.f. C.M.L.
Panorâmica da avenida da Liberdade, 1930, foto de Ferreira da Cunha, in a.f. C.M.L.