Poço do Borratém
"O topónimo Borratém, evolução provável duma árabe <<fonte da Figueira>>, designou inicialmente o poço, hoje oculto no interior de um prédio pombalino.
Não está determinada a época em que Lisboa começou a utilizar a água deste poço e das bicas que o servem. Existe já nas estatística de 1552, onde é referido como <<fonte de grandíssima água e boa>>.
Antes de 1755, o poço do Borratém ocupava uma zona de grande azáfama citadina. Basta lembrarmo-nos que era ali perto o Hospital Real de Todos os Santos, a feira semanal do Rossio e uma das igrejas mais frequentadas de Lisboa: S. Domingos. Sobreviveu o poço ao terramoto, para lhe tecerem a pior fama.
Em 1840, o poço foi revestido com nova tampa e quatro baldes para dois alçapões.
Com o novo século e a fama bastante denegrida, parecia óbvio que também o poço do Borratém desapareceria, nas demolições da Praça da Figueira e daquela zona da Mouraria. Milagrosamente, o quarteirão sobreviveu. No prédio que albergava as bicas foi então descerrada uma placa evocativa. Anos mais tarde, transformadas as portas em montras de lojas, não voltaram os acessos ao poço a abrir-se para o público em geral."
in "Lisboa Desaparecida" vol. 5, de Marina Tavares Dias
Chafariz no Poço do Borratém, 1954, foto de Fernando Martinez Pozal, in a.f. C.M.L.
Atlas da carta topográfica de Lisboa, n 43, Filipe Folque, in A.M.L.
Chafariz do Poço do Borratém, foto de José Arthur Leitão Bárcia, in a.f. C.M.L.
Poço do Borratém, foto de António Castelo Branco, in a.f. C.M.L.
Chafariz no Poço do Borratém, 1954, foto de Fernando Martinez Pozal, in a.f. C.M.L.
Chafariz do Poço do Borratém, 1951, foto de Eduardo Portugal, in a.f. C.M.L.