A Bica do Regueirão dos Anjos
"A Bica, situava-se na zona do Regueirão dos Anjos, no local onde este é cortado pelo viaduto da Rua Febo Moniz. Incluída nos alicerces da própria ponte, no recanto que dá entrada às escadinhas, esta bica constituía um pitoresco painel da Lisboa antiga.
Sobre o nicho lê-se numa lápide:
ESTAOBRA
MANDOVFAZER
OSENADODACAMA
RAACVSTADOREALD
POVONOANNO D 1636
Traduzindo: O Senado da Câmara mandou fazer esta obra à custa do tesouro público, no ano de 1636.
A construção do viaduto deve ter alterado a posição da primitiva bica, já que, por debaixo desta inscrição está gravada, em cantaria, uma planta que assinala uma topografia diferente da actual."
Adenda, às 19.00 Horas:
Grosso modo, é o que vem escrito na "Revista Municipal". Mas, analizando o atlas da carta topográfica de Lisboa, de 1858, de Filipe Folque, a Bica dos Anjos situava-se bem mais a sul. Situava-se aliás a Sul da própria Igreja dos Anjos (a anterior à actual), dando até nome a uma Travessa ainda hoje existente (Tavessa da Bica aos Anjos).
Pela leitura do livro de Velloso de Andrade, Memória sobre Chafarizes, ficamos a saber que o poço que deu origem à Bica se situava perto da referida Igreja. Contudo nos registos fotográficos existentes, relativos a essa mesma Bica situada na Rua Direita de Arroios, não se vislumbra nenhuma lápide
Existia outra bica, chamada Bica das Fontainhas, em que a data descrita por Velloso de Andrade 1685, não corresponde com a data gravada na lápide 1636.
Correcção:
Não é o que vem escrito, mas o que resultou da minha falta de atenção, na leitura do referido artigo, o artigo refere "Bica do Regueirão dos Anjos", e não Bica dos Anjos.
Arco do Regueirão dos Anjos, junto à Rua Febo Moniz, 1951, foto de Eduardo Portugal, in a.f. C.M.L.
in "Memoria sobre chafarizes, bicas, fontes, e poços públicos de Lisboa, Belem e muitos logares do termo"
in "Memoria sobre chafarizes, bicas, fontes, e poços públicos de Lisboa, Belem e muitos logares do termo"
in "Memoria sobre chafarizes, bicas, fontes, e poços públicos de Lisboa, Belem e muitos logares do termo"
in "Memoria sobre chafarizes, bicas, fontes, e poços públicos de Lisboa, Belem e muitos logares do termo"
in "Memoria sobre chafarizes, bicas, fontes, e poços públicos de Lisboa, Belem e muitos logares do termo"
Regueirão dos Anjos, lápides alusivas à Bica dos Anjos, 1945, foto de Fernando Martinez Pozal, in a.f. C.M.L.
Chafariz da Rua direita dos Anjos, 1907, foto de Machado & Souza, in a.f. C.M.L. Não se vê qualquer lápide.
Atlas da carta topográfica de Lisboa n.º 28, 1858, de Filipe Folque, in A.M.L.. Com a localização do Chafariz da Rua direita dos Anjos.
Atlas da carta topográfica de Lisboa n.º 20, 1858, de Filipe Folque, in A.M.L.. Com a localização da Igreja dos Anjos, e a seta que marca o local onde mais tarde se veio a abrir a Rua Febo Moniz
Bibliografia consultada:
"Revista Municipal";
"Memoria sobre chafarizes, bicas, fontes, e poços públicos de Lisboa, Belem e muitos logares do termo"