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Paixão por Lisboa

Espaço dedicado a memórias desta cidade

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Plano de urbanização da zona compreendida entre a praça dos Restauradores e a praça D. João da Câmara

A demolição do Grande Hotel de Inglaterra e do edifício onde se situava o Café Suisso, decidida em Março de 1948 e iniciada em Fevereiro de 1952, só viria a ter um plano aprovado para a respectiva zona em 1958.

Esse plano, de urbanização da zona compreendida entre a praça dos Restauradores e a praça D. João da Câmara, elaborado pelo arquitecto Luís Cristino da Silva, em 1958, teve uma preocupação de volumetria, suprimindo dois andares ao projecto inicial, de forma a ficar integrado com o hotel Avenida Palace dos Restauradores.

Local onde existiu o Grande Hotel de Inglaterra, e

Local onde existiu o Grande Hotel de Inglaterra, e o edifício do Café Suisso, 1952, foto de Firmino Marques da Costa, in a.f. C.M.L.

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Plano de urbanização da zona compreendida entre a praça dos Restauradores e a praça D. João da Câmara, in A.M.L.

 

 

Café Suisso

"Os terrenos no largo de Camões (lado do Norte) pertenciam á Camara Municipal. Eram os restos do antigo jardim da Inquisição. Porquissimos, sujíssimos, converteram-se em sentinas ao ar livre, tornaram-se o local predilecto, onde os vadios iam catar toda a bicharia parasitaria que lhes habitava a epiderme. N'esses terrenos (lado da rua do Príncipe) existiam duas figueiras. Uma foi derrubada quando se edificaram os prédios, a outra conservou-se do saguão da casa onde está o café Suisso. Poucos annos ha que seccou esta figueira quasi histórica, visto que a ella se referiam os versos feitos por um preso, que gemeu sob ferros nos cárceres da Inquisição, e que, da fresta da masmorra, apenas divisava aquella arvore. Em 1842, o sr. António José da Silva (ferrageiro na rua das Portas de Santo Antão, esquina do becco do Forno), pae do actual proprietário do prédio onde está o café Martinho, comprou essa larga faxa de terreno á Camará Municipal, e construiu dois grandes prédios, cuja edificação terminou em 1810, quasi ao mesmo tempo em que acabava a do Theatro de D. Maria II e a do quarteirão Cadaval.
O café Suisso foi fundado na mesma epocha do café Martinho, isto é, em 1845. Deve seu estabelecimento a dois suissos, um dos quaes, o João Meng, tinha uma padaria á esquina da rua da Escola Polytechnica (Collegio dos Nobres) e da rua da Penha de França. Quando a loja abriu, ainda o prédio não estava concluído. No começo foi pastelaria e café, depois foi só café. Com o decorrer dos annos o café pertenceu apenas ao João Meng, e este legou o aos seus dois caixeiros, que o trespassaram ao actual proprietário.
A' porta do Suisso aconteceu o seguinte caso, que Júlio César Machado narra, com o seu estylo pittoresco, num livro. Passavam uma vez, pouco antes da meia-noite, pela porta do Suisso, o actor Rosa pae e Costa Cascaes (festejado auctor do Alcaide de Faro, do Mineiro de Cascaes e d'outras peças), quando se encontraram com dois marujos inglezes muito ébrios, um dos quaes atirou um socco de tal ordem ao Rosa, que o estendeu no meio da calçada. O notabilissimo comediante estrebuxava, tentava de balde levantar-se, emquanto os inglezes tagarellavam expansivos, desengonçavam-se em gesticulações, zig-zagueavam como 'patinadores no skating-rink.
— Ó sr. Cascaes, o sr. que sabe falar inglez, entenda-se com esses homens !. .
— Eu sei cá falar inglez a estas horas da noite, replicava Cascaes. Levante-se e vamo-nos embora!
A scena, contada depois a Júlio Machado, fèl-o desquadrilhar de riso."

in "Lisboa D'Outros Tempos", Vol. II, de Pinto de Carvalho (Tinop)

Café Suisso, c. 1910, foto de Alberto Carlos Lima

Café Suisso, c. 1910, foto de Alberto Carlos Lima, in a.f. C.M.L.

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 postal do Largo de Camões e do Café Suisso, do Blog RUAS DE LISBOA COM ALGUMA HISTÓRIA

Café Suisso, c. 1910, foto de Alberto Carlos Lima

 Café Suisso, c. 1910, foto de Alberto Carlos Lima, in a.f. C.M.L.

Café Suisso, c. 1910, foto de Alberto Carlos Lima

Café Suisso, c. 1910, foto de Alberto Carlos Lima, in a.f. C.M.L.

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Café Suisso, c. de 1910, pormenor de uma foto de Alexandre Cunha, in a.f. C.M.L.

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