<<Tambem se lhe deve (ao ministro do tempo de D. Maria I, D. Rodrigo de Sousa Coutinho) a reducção do inculto Campo Grande a hum bello passeio plantado de arvoredos, que fará o recreio, e mesmo hum objecto de saude para o publico>> "Recordaçoens", Jacome Ratton, 1813
Panorâmica do Campo Grande, foto de Paulo Guedes, in a.f. C,M.L.
Avenida das Palmeiras, no jardim do Campo Grande, s/d,fotógrafo n/i, in a.f. C.M.L.
O local onde hoje está o Jardim do Campo Grande era um vasto pedaço de terra árido e nú, antes do séc. XVIII, esse vasto terreno hoje terraplanado e ajardinado, chamou-se outrora, o Campo de Alvalade, e não foi mais que um simples logradouro público enquanto não chegou o séc. XVIII. Foi ali, que no séc. XVI, se exercitaram e foram revistadas as tropas que acompanharam D. Sebastião a África. Em 1813 com a construção do chafariz do Campo Grande, principiava no ermo lugar, a desenvolver-se a vida social que os séculos precedentes haviam esboçado. Havia-se fundado estabelecimentos religiosos, e comecaram a aparecer casas, palácios, e mais tarde estabelecimentos fabris. É dos fins do séc. XVIII, que data a plantação do arvoredo do Campo Grande. É de então para cá que pouco a pouco se modernizou e se vem convertendo em lugar recreativo. Mas, e há sempre um mas, não é sobre o jardim que hoje me pretendo debruçar. No vasto legado fotográfico que nos deixou, Eduardo Portugal deixa-nos uma série impressionante de registos sobre os edifícios que à epoca (anos 40) envolviam o jardim, e são alguns desses mesmos momentos captados pelo olhar do fotógrafo, que quero aqui hoje partilhar.
Chafariz do Campo Grande, 1941, foto de Eduardo Portugal, in a.f. C.M.L.
Chafariz do Campo Grande, 1941, foto de Eduardo Portugal, in a.f. C.M.L.
Campo Grande, lado ocidental, 1941, foto de Eduardo Portugal, in a.f. C.M.L.
Campo Grande, lado ocidental, 1941, foto de Eduardo Portugal, in a.f. C.M.L.
Campo Grande, lado oriental, 1941, foto de Eduardo Portugal, in a.f. C.M.L.
Campo Grande, lado oriental, 1941, foto de Eduardo Portugal, in a.f. C.M.L.
Campo Grande, lado oriental, 1941, foto de Eduardo Portugal, in a.f. C.M.L.
Campo Grande, lado oriental, 1941, foto de Eduardo Portugal, in a.f. C.M.L.
Campo Grande, local onde será a avenida dos Estados Unidos da América, 1941, foto de Eduardo Portugal, in a.f. C.M.L.
"Mais um melhoramento importante se acaba de realisar em Lisboa, com a construcção do novo mercado geral de gados, melhoramento levado a effeito pela iniciativa particular de acordo com a camara municipal de Lisboa. Uma sociedade composta pelos srs. Dr. Pereira Lima e António Vito dos Reis e Sousa, director do banco Lusitano, é que levou a effeito o magnifico mercado...e de que faremos uma rapida descripção. Os terrenos existentes entre o Campo Pequeno e o Campo Grande foram adquiridos pela sociedade, e n'uma area de 200 metros de largura por 100 metros de comprimento, levantadas as construcções do mercado, com uma largueza a que estamos pouco habituados. Na frente principal do mercado encontramos tres largos portões de ferro, formados por pilares de cantaria, que ligam para os lados com duas cortinas de grades, no limite das quaes ha outrosdois portões...Ao centro do mercado ergue-se o edificio onde se concluem os negocios, denominado bolsa. Consta de dois octogonos, circunscripto e inscripto parallelamente, sendo este coroado por uma grande cupula com seu lanternin... N'este mercado ha accommodações para, com todos os preceitos hygienicos, se recolherem 1:000 bois, 2:000 ovelhas, carneiros e cabras, 500 porcos e 200 cavallos. O caminho de ferro de cintura passa junto ao mercado onde vae ter um apeadeiro. A socidade dispendeu n'esta obra cerca de duzentos contos de réis. O plano primitivo das edificações foi do architecto sr. Parente da Silva, modificado depois pelos sr. Machado de Faria e Maia, O constructor foi o sr. Manuel Maria Ricardo Correia...Assim poderemos louvar a camara e a sociedade que dotou a cidade com um melhoramento, que embora não fosse exigido por uma necessidade latente, nem por isso deixa de ser um melhoramente publico." in http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/Ocidente/1888/N354/N354_item1/P3.html
Mercado Geral de Gados, foto de Paulo Guedes, in a.f. C.M.L.
Mercado Geral de Gados, foto de Joshua Benoliel, in a.f.C.M.L.
Planta Topográfica de Lisboa 10 N, in A.M.L.
Planta Topográfica de Lisboa 10 M, in A.M.L.
Mercado Geral de Gados, fotos do espólio de Eduardo Portugal, in a.f. C.M.L.
Linha férrea de cintura junto do mercado Geral de Gados, 1944, foto de Eduardo Portugal, in a.f. C.M.L.
Mercado Geral de Gados antes da abertura da Av. Ressano Garcia, actual Av. da República, 1920, foto de Garcia Nunes, in a.f.C.M.L.
Zona rural anterior à abertura da Av. António Maria de Avelar, actual Av. Cinco de Outubro, 1932, foto de Joshua Benoliel, in a.f.C.M.L.
Mercado Geral de Gados, 1960 Artur Goulart, in a.f.C.M.L
Este Mercado encerrou em 1962, sendo o seu espaço ocupado pelas novas instalações da Nova Feira Popular de Lisboa, que tinha saído da Palhavã.