Já tinha referido por aqui, a propósito do Padrão do Chão Salgado, que se tinha solicitado à Câmara Municipal de Lisboa, a expropriação imediata de uns prédios que o rodeavam. Dei entretanto conta que a referida Câmara, até já tinha deliberado sobre o assunto. Um mês antes da publicação dessa pretensão no jornal de 13 de Julho de 1916, a 2 de Junho em sessão plenária, a Câmara aprova a expropriação dos referidos prédios, e declara que os mesmos devem ser arrasados, e o local ser calcetado. Pois até hoje, nem a solicitação dos habitantes e comerciantes de Belém, nem a deliberação da Câmara, tiveram resultado, os referidos edifícios continuam no local, mesmo após as demolições na zona por ocasião da Exposição do Mundo Português.
Rua de Belém antes das demolições, 1939, foto de Eduardo Portugal, in a.f. C.M.L. Os edifícios assinalados, são os que a Câmara decidiu arrasar, continuam no mesmo local presentemente.
Expropriação e demolição de duas casas que encobriam o Obelisco de Belém, in A.M.L.
Expropriação e demolição de duas casas que encobriam o Obelisco de Belém, in A.M.L.
Expropriação e demolição de duas casas que encobriam o Obelisco de Belém, in A.M.L.. A parte colorida desta planta representa a localização do Palácio do Duque de Aveiro, José de Mascarenhas, sentenciado como um dos principais influentes no crime de conspiração contra a vida do rei D. José.
"...Merece honrosa excepção o que mandou edificar a vereação municipal de 1846 no bairro de Belem, posto que os quatro golphinhos por onde corre a agua, sejam de esculptura antiga, suppondo alguns que pertenceram ao chafariz que n'outros tempos houve no Rocio. É ainda do nosso tempo o chafariz chamado da <<Bola>> por ser d'esta feição o globo de bronze que coroava a columna por onde subia a agua para as bicas. Este era o unico que havia no bairro de Belem. Consta por escripturas existentes no archivo da camara de Lisboa, que o senado comprára em 1611, por 150$000 rs., a Luiz Moreira e sua mulher Catharina Antunes, um charco que estes possuiam n'um serrado, sito em alcolena, e dàqui a encanára para Belem, permitindo o prior do convento dos Jeronymos, que o encanamento passasse pela sacristia, deixando alli uma porção de agua para o lavatorio...Como porém esta fonte não bastasse para o consumo dos moradores d'aquelle bairro, porque de verão chegava a seccar, a camara municipal de Lisboa resolveu mandar construir um chafariz novo e copioso, para o que comprou varias barracas que havia no chão salgado por 1:0004000 rs., as quaes demoliu para fazer praça ao novo chafariz. Começou-se a obra no principio de junho de 1846, e a 4 de abril de 1848 principiou a correr a agua..." in http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/Periodicos/ArquivoP/1860/TomoIII/N007/N007_item1/P8.html
Chafariz de Belém, foto de José Chaves Cruz, in a.f. C.M.L.
Este chafariz estava inicialmente situado em Belém no sítio do Chão Salgado, sendo retirado em 1940, por ocasião da Exposição do Mundo Português e colocado no Largo do Mastro.
Chafariz de Belém, 1940, foto de António Passaporte, in a.f. C.M.L.
O chafariz de Belém, situado no largo Frei Heitor Pinto - actual largo dos Jerónimos - foi transferido para o largo do Mastro em 1947.
Antigo largo do Chafariz ainda com o chafariz de Belém, 1939, in a.f. C.M.L.
Pedras pertencentes ao Chafariz de Belém, 1945, foto do espólio de Eduardo Portugal, in a.f. C.M.L.
Chafariz do largo do Mastro, antigo chafariz de Belém, foto de Eduardo Portugal, in a.f. C.M.L.
in "Memoria sobre Chafarizes, Bicas, Fontes e Poços Públicos", pág. 18
in "Memoria sobre Chafarizes, Bicas, Fontes e Poços Públicos", pág. 115
in "Memoria sobre Chafarizes, Bicas, Fontes e Poços Públicos", pág. 116
in "Memoria sobre Chafarizes, Bicas, Fontes e Poços Públicos", pág. 117