Continuando no Mosteiro dos Jerónimos, vejamos o acervo de Eduardo Portugal. Reproduções de gravuras, pinturas, mapas, plantas, vistas de Lisboa, mostrando o Mosteiro dos Jerónimos, nas diversas fases de ruínas e reconstrução, em 1874. Cota: POR114530 a POR114718, no a.f. C.M.L.
Entre 1867 e 1878, os cenógrafos italianos do teatro de S. Carlos, Rambois e Cinatti, vão reformular profundamente o anexo e a fachada da igreja, dando ao monumento o aspecto que conhecemos hoje. Vão, assim, demolir a galilé e a sala dos reis, construir os torreões do lado nascente do dormitório, a rosácea do coro-alto e substituir a cobertura piramidal da torre sineira por uma cobertura mitrada. Estas obras sofrem um contratempo quando, em 1878, se dá a derrocada do corpo central do dormitório. A partir de 1884, entra em campo o Eng. Raymundo Valladas que em 1886 inicia o restauro do Claustro e da Sala da Capítulo, com a construção da respectiva abóbada. Para celebrar o IV Centenário da chegada de Vasco da Gama à Índia (1898), decide-se em 1894 concluir as obras de restauro.
O local onde hoje está o Jardim do Campo Grande era um vasto pedaço de terra árido e nú, antes do séc. XVIII, esse vasto terreno hoje terraplanado e ajardinado, chamou-se outrora, o Campo de Alvalade, e não foi mais que um simples logradouro público enquanto não chegou o séc. XVIII. Foi ali, que no séc. XVI, se exercitaram e foram revistadas as tropas que acompanharam D. Sebastião a África. Em 1813 com a construção do chafariz do Campo Grande, principiava no ermo lugar, a desenvolver-se a vida social que os séculos precedentes haviam esboçado. Havia-se fundado estabelecimentos religiosos, e comecaram a aparecer casas, palácios, e mais tarde estabelecimentos fabris. É dos fins do séc. XVIII, que data a plantação do arvoredo do Campo Grande. É de então para cá que pouco a pouco se modernizou e se vem convertendo em lugar recreativo. Mas, e há sempre um mas, não é sobre o jardim que hoje me pretendo debruçar. No vasto legado fotográfico que nos deixou, Eduardo Portugal deixa-nos uma série impressionante de registos sobre os edifícios que à epoca (anos 40) envolviam o jardim, e são alguns desses mesmos momentos captados pelo olhar do fotógrafo, que quero aqui hoje partilhar.
Chafariz do Campo Grande, 1941, foto de Eduardo Portugal, in a.f. C.M.L.
Chafariz do Campo Grande, 1941, foto de Eduardo Portugal, in a.f. C.M.L.
Campo Grande, lado ocidental, 1941, foto de Eduardo Portugal, in a.f. C.M.L.
Campo Grande, lado ocidental, 1941, foto de Eduardo Portugal, in a.f. C.M.L.
Campo Grande, lado oriental, 1941, foto de Eduardo Portugal, in a.f. C.M.L.
Campo Grande, lado oriental, 1941, foto de Eduardo Portugal, in a.f. C.M.L.
Campo Grande, lado oriental, 1941, foto de Eduardo Portugal, in a.f. C.M.L.
Campo Grande, lado oriental, 1941, foto de Eduardo Portugal, in a.f. C.M.L.
Campo Grande, local onde será a avenida dos Estados Unidos da América, 1941, foto de Eduardo Portugal, in a.f. C.M.L.