Horta Navia
Esta horta, com seu pomar, deve ser anterior aos princípios da nacionalidade, ou pelo menos aos reinados de D. Afonso II ou III; à mesma pertenciam umas salinas, certamente na ribeira de Alcântara, a montante ou a jusante da ponte de Alcântara.
Em 1520 foi construído um hospital na Horta Navia (pertença então de D. Jerónimo de Eça) para combater a peste que assolava a cidade.
A horta era, no século XIX, propriedade do conde de Daupias, tendo passado para a firma Henry Burnay & C.ª em 1905 e 1906, e depois, em 1925, para o Banco Burnay. A água da nascente existente na horta acha-se canalizada, talvez desde os meados do século XIX, por tubos de ferro fundido com 20 centímetros de diâmetro, que passam pela antiga ponte de Alcântara, seguem a rua das Fontainhas, até aos terrenos que pertenceram ao conde de Daupias, dando um ramal para a propriedade que foi do conde de Burnay, à Junqueira.
Assim permaneceu o local até ao ano 1885, em que, sendo feita a Henry Burnay & C.ª, e depois transferida para a Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses, a concessão para a construção e exploração de uma linha férrea de Lisboa a Sintra e Torres Vedras, e ramal da Merceâna, partindo do vale de Alcântara, foi coberta a ribeira com abóbada, na extensão de cerca de 250 metros a partir da ponte, e sobre ela, e sobre os terrenos contíguos, assentaram-se as vias férreas e construiu-se a estação terminal da linha, e as mais instalações do serviço do caminho de ferro, que foi aberto à exploração no dia 2 de Abril de 1887.
Horta Navia, 1944, foto do espólio de Eduardo Portugal, in a.f. C.M.L.
Planta do almoxarifado do Paço [ Material cartográfico] / J. A. de Abreu lev[antou] red[uziu] e lith[ografou], 1848, in http://purl.pt/1771/3/
A Ribeira de Alcântara junto da Horta Navia,1944, foto do espólio de Eduardo Portugal, in a.f. C.M.L.
Vale de Alcântara no sítio da Horta Navia,1944, foto do espólio de Eduardo Portugal, in a.f. C.M.L.
A Ribeira de Alcântara junto da Horta Navia,1944, foto do espólio de Eduardo Portugal, in a.f. C.M.L.
Bibliografia consultada;
Dispersos, de Augusto Vieira da Silva, Vol. III