Pelourinho
"A praça onde se levanta a coluna do Pelourinho ocupa aproximadamente a mesma área que o antigo Largo da Patriarcal; do sul é limitada pela extensa fachada do Arsenal da Marinha; do nascente fica o edifício da Câmara Municipal; do norte a poente fecham-na grandes prédios com a arquitectura uniforme pombalina. Na direcção leste-oeste passa-lhe ao sul a Rua do Arsenal; do canto nordeste começam, para nascente a Rua do Comércio, e para o norte o Largo de S. Julião.
Depois da sua abertura, chamava-se-lhe ainda Largo da Patriarcal; a seguir passou a ser Praça dos Leilões ou das Arrematações; em 1783 aparece pela primeira vez a denominação de Largo do Pelourinho que permaneceu até 1886, em que, por edital de 24 de Março, foi mudada para Praça do Município.
Consta que a coluna do Pelourinho foi levantada alguns anos depois do terremoto de 1755, e que o seu risco é do arquitecto Eugenio dos Santos e Carvalho.
A coluna, incluindo o sóco e o seu coroamento, é uma peça monolítica de mármore de Pero Pinheiro, assentando sobre uma base ou tabuleiro de cantaria, para o qual se sobe por cinco degraus.
Este tabuleiro é quadrado, com 5m de largura, e os cantos cortados em curva côncava; a esta forma obedece todo o monumento. Em 1844 colocou a Câmara, em baixo da escadaria, um gradeamento de ferro, alto, que mais tarde foi retirado. Actualmente um arrelvado, protegido por grade artística, circunda as escadas do monumento.
Está o pelourinho de Lisboa classificado monumento nacional, como bem merece; pela sua execução artística tem sempre excitado a admiração dos entendidos, e só graças a um milagre o podemos ainda hoje admirar, pois Junot, quando se retirou de Lisboa em 1808, pretendeu levá-lo como recordação; e tê-lo-ia feito se não fosse a intempestiva chegada dos ingleses!"
in "Dispersos" de A. Vieira da Silva
Pelourinho, fotógrafo n/i, in a.f. C.M.L.
Largo do Pelourinho, http://purl.pt/5598/1/index.html#/1/html
Largo do Pelourinho, http://purl.pt/5598/1/index.html#/2/html
Pelourinho, foto de José Chaves Cruz, in a.f. C.M.L.
Pelourinho da praça do Município em 1861, fotógrafo n/i, in a.f. C.M.L.
Praça do Município, espólio Eduardo Portugal, in a.f. C.M.L.