"TAVARES"
"O mais notavel de todos os botequins S. Roque era o de Manoel Tavares, na rua d'aquelle nome, nº 13, hoje nº37, loja agora occupada pelo luxuoso café "Tavares".
Esta loja de bebidas era suspeita de liberalista. Em 8 de Junho de 1823, Manoel Tavares foi intimado a comparecer perante o Intendente de Policia, e obrigado a assignar im termo <<de não consentir de futuro que na sua loja houvessem conversações subversivas, e que alterassem o espirito publico, como constava terem havido>>, e concluia dizendo que, no caso contrário <<ficava sujeito a proceder-se contra elle com todo o rigor das leis, e mesmo a ser fechada a sua loja>>.
(Pap. Div. Maço 11).
Uma parte da Policia Secreta irmanava este café com o das "Columnas", o do "Bosque", no Rocio, e o da Arcada, como conventiculos politicos. Outra cita o café do Tavares como ponto onde se reuniam politicos suspeitos, entre elles o capitão de navios Marcos, o Lucas do Sello, o Judeu Simão, e outros mais, que depois de se dirigiam á casa de jogo do largo de S. Roque (Ibidem).
No tempo de D. Miguel tambem ahi se reuniam muito os "malhados", pelo que o botequim soffreu differentes assaltos dos caceteiros, que chegaram até a levar presos os caixeiros e os donos, sendo estes compellidos a fechar as portas do café."
in Lisboa d'outros tempos,Volume 2, de Pinto de Carvalho (Tinop)
Restaurante Tavares, foto de Alberto Carlos Lima, in a.f. C.M.L.
Restaurante Tavares, interior, foto de Leilão Soares e Mendonça, in a.f. C.M.L.
Os famosos "Gabinetes", na Rua das Gáveas, fotógrafo n/i, in a.f. C.M.L.
Restaurante Tavares, fotógrafo n/i, in a.f. C.M.L.